Via Blog da Renata
Século passado, de 64 a 79, desenrola-se um capítulo da história do Brasil.
No meio de notável desenvolvimento econômico-social, um drama pincelado em
sangue de brasileiros.
De um lado, jovens atraídos pelo proselitismo de revolucionários comunistas
treinados, na maioria, em Cuba ou China, pegam em armas e, em tresloucadas ações, criam
focos guerrilheiros urbanos e rurais, na tentativa ilusória de estabelecer uma situação caótica
que ensejasse a implantação de uma ditadura modelo maoista, ou fidelista, ou stalinista.
Assaltam, explodem bombas, sequestram e matam. Fanatizados ideologicamente, suas ações
extrapolam limites.
Do lado institucional, as Forças Armadas, apoiadas pela nação, combatem até
exterminar o poder dos insurgentes. Nessa luta sem quartel, há, de ambas as partes,
atrocidades isoladas. Ao final, vencedores, os militares dão fim, em 1979, ao AI-5, instrumento
que lhes deu respaldo para enfrentar a guerra suja imposta pelos comunistas e outros
desviados ideológicos, e permitem o retorno e trânsito livre dos exilados, grande parte eleita
para cargos executivos e legislativos em 1982. Ainda em 1979, por exigência pública e
insistente dos vencidos, o Congresso Nacional concedeu anistia ampla, geral e irrestrita a
todos os contendores.
Passaram-se os anos. A esquerda e os pseudo-arrependidos galgam o poder.
Distorcem a história, distribuem benesses aos terroristas e guerrilheiros do ontem e querem
esmagar os vencedores que, em 1979, foram magnânimos. Eles assoalham aos quatro ventos
que pegaram em armas para derrubar a ditadura militar. Não! Não é verdade. Pegaram em
armas, como a jovem Dilma Roussef, e todos intoxicados por ideologias exóticas, para impingir
em nossa pátria o modelo da ditadura do proletariado. E o pior: os ingênuos, ou os jovens que
não viveram os anos avoengos, acreditam, por força do massacre de uma mídia manipulada,
na mentira repetida insidiosamente.
O tempo passou. Sem ditadura da direita ou da esquerda, ambas condenáveis e
indesejáveis, a nação caminhou pelas décadas de 80 e 90, ingressando no século XXI em plena
e vicejante democracia. Vivemos problemas terríveis – estagnação econômica a ameaçar
conquistas sociais, corrupção vergonhosa e desenfreada que precisa ser erradicada – mas
impõe-se que o Brasil, coeso e unido em ideal e esperança, siga em frente, num rumo
ascensional, construindo no presente os alicerces do futuro. Porém um grupo de políticos e
intelectuais – vencidos de ontem, mas magnânima e devidamente perdoados, ou seus
herdeiros ideológicos – não enxerga o porvir, só olha pelo retrovisor, baba por uma vingança.
Ontem, 10Dez, assistimos essa ficção denominada Comissão da Verdade (uma
comissão do engodo) entregar à Sra Dilma Roussef – Presidente da República – e antiga
terrorista comunista (mas acolhida pela democracia, e perdoada!), um relatório infamante,
que investe contra a memória de estadistas e cidadãos íntegros. Lemos, perplexos um
relatório que, escrito por mentes sincopadas, pretende reescrever a história vista por lentes de
trevas; pretende, num passe de ilusionismo, espancar qualquer sinal de luz do passado. São,
como diria o poeta Drumond, se vivo fosse: Maniqueus cegos; onde há o mal enxergam o
bem, e onde reside o bem, veem o mal. Além da pretensão de assassinato moral de cidadãos
de bem, a falaciosa comissão extrapola e sugere destruir instituições como as Polícias
Militares, algumas bisseculares, autênticas barreiras de proteção social e preservação de
Diante de tanta falcatrua em relação à história, não podemos silenciar.
Na verdade, a clã dos insensatos, acolhida pelos ingênuos ou de má-fé, nos ofereceu
um apoteótico espetáculo de cinismo, que a história guardará no baú dos dejetos.
*Militar estadual da reserva, escritor, membro da Academia de Letras João Guimarães
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