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Sindicato das empresas de rádio e TV repudia invasão para prisão de entrevistado
Prisão no estúdio da rádio Itatiaia faz parte da operação Lavagem III

A invasão dos estúdios da rádio Itatiaia por policiais civis que prenderam um entrevistado durante o programa Chamada Geral, na última terça-feira, levou o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de Minas Gerais (SERT/MG) a se manifestar contrário à ação dos agentes. Em nota, a entidade repudiou veemente “todas as formas de violência que têm sido praticadas contra os profissionais da imprensa em nosso país”.
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O entrevistado era Armando Junio Pereira da Cruz, suspeito de participar de um suposto esquema fraudulento que atuaria em Belo Horizonte, Confins, Santa Luzia, Vespasiano e Sete Lagoas. Ele é marido da vereadora de Confins Flávia Renata Oliveira Silva Cruz, que já tinha sido detida. Armando foi preso em função da operação Lavagem III, deflagrada pela Polícia Civil.
Veja imagens do circuito interno da rádio (a invasão acontece aos 4min10)

 
A prisão de Cruz foi narrada pelo jornalista Eduardo Costa. Ele ainda tentou argumentar com os policiais, ressaltando que não haviam apresentado mandado para entrar na sede da emissora. “Não acho crível, lógico, correto que invadam o estúdio para fazer uma prisão. Poderiam, no mínimo, ter a delicadeza de esperar na porta do estúdio. Mais ainda na porta da rádio”, disse. “Longe de mim querer atrapalhar uma ordem. Se há mandado de prisão, ele será cumprido. Só que na hora certa e no lugar certo”.
Ouça o áudio do programa Chamada Geral:


Após o episódio, o chefe da Polícia Civil, delegado Oliveira Santiago Maciel, determinou que a Corregedoria Geral apurasse as circunstâncias em que os agentes cumpriram o mandado de prisão nas dependências da rádio.
O SERT/MG também pediu apuração imediata do caso. “Cercear o trabalho de jornalistas, hostilizá-los ou agredí-los fere gravemente a liberdade de imprensa, a democracia e os direitos humanos”, destacou a nota.