quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Servidores Prejudicados


Editorial
Jornal Hoje em Dia
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18/12/2014

A queda de braço entre o atual governo, em fim de mandato, e o Partido dos Trabalhadores e seus aliados parece não ter fim. O último round desse combate é a disputa na Assembleia Legislativa sobre quando será votado o próximo reajuste salarial dos servidores públicos ativos e inativos.
O projeto do Executivo, enviado ao Legislativo na semana passada, prevê aumento de 4,62% nos proventos. O PT considerou a medida uma “armadilha” para o próximo ocupante da principal cadeira do Palácio Tiradentes, que será o petista Fernando Pimentel.
O reajuste proposto está abaixo da taxa de inflação deste ano, que ficará acima de 6% conforme todas as previsões. A data-base do funcionalismo é em outubro. Está, portanto, atrasado o reajuste.
Em suas justificativas no projeto, o governo afirma que o percentual estabelecido está em conformidade com os índices de inflação medidos pelo INPC no período de janeiro a setembro deste ano. Ou seja, percebemos que, além do atraso, o aumento não cobre as perdas de 12 meses.
Ontem, o falatório foi intenso na Assembleia. Os deputados do PT garantem que nada será votado em 2014, ficando tudo para a próxima legislatura, que assume em janeiro. Os parlamentares do PSDB, já se preparando para ser o principal partido da oposição, afirmam que o PT está abandonando suas promessas de valorização do funcionalismo.
Ainda nessa linha, um deputado petista também apresentou substitutivo a outro projeto, que previa aumento salarial de 5,91% para os servidores do Tribunal de Contas do Estado. Em seu texto aditivo, o parlamentar passou o índice para apenas 1,9%.
Causa estranheza que um partido que se considera o baluarte dos trabalhadores esteja agindo justamente contra os interesses deles. Seus deputados argumentam que o próximo governador é quem deve apresentar o projeto de reajuste. Será que é para assumir a paternidade “da criança”?
Então, o imbróglio está montado, e o único prejudicado é o servidor. E esse projeto não inclui as carreiras das Polícias Militar e Civil, agentes penitenciários e defensores públicos. Ou seja, vem mais conflito para os próximos meses.

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