quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Policiais que invadiram estúdio da Itatiaia para prender entrevistado podem ser afastados

 por Editoria de web em Jornalismo / Atualizado 


Atuação dos policiais repercute em todo Brasil (Reprodução Itatiaia)
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizará audiência pública na próxima semana para discutir a invasão dos estúdios da Rádio Itatiaia por dois agentes da Polícia Civil. Os policiais podem ser até afastados de suas funções. Na última terça-feira, durante o Programa Chamada Geral, os policiais invadiram a rádio e prenderam Armando Júnior Pereira da Cruz, que era entrevistado ao vivo pelo jornalista Eduardo Costa.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Durval Ângelo, disse que um pedido de punição contra os dois policiais deve ser formalizado após a audiência.

“Entendemos como um absurdo entrar armado, ostensivamente... poderíamos ter uma morte. Há o princípio na Constituição da razoabilidade, agora vamos discutir a legalidade. Segundo informações do Carlos Viana (jornalista e apresentador da Itatiaia), o criminoso que estava depondo (entrevistado) iria denunciar policiais da cidade de Confins envolvidos com a máfia que estava fraudando a prefeitura, e que eles tentaram evitar que essa denúncia fosse feita”, disse o deputado.

“Se isso for verdade, vamos pedir que o jornalista venha aqui, é mais grave ainda”, ressaltou Durval, que falou em crime contra a liberdade de imprensa. 

Governador 


O governador Alberto Pinto Coelho também confirma que providências sobre o caso já foram 'colocadas em curso'. “Se houve exagero e se isso se caracteriza como excesso, eles serão enquadrados após as apurações devidas. O fato não ficará impune. Não haverá da parte do Estado nada que não seja o perfeito esclarecimento”, disse Alberto Pinto Coelho. 

A invasão de policiais ao estúdio da Itatiaia também repercutiu em Brasília. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou uma nota sobre o caso, por meio da qual repudiou qualquer ato arbitrário ou de violência. A associação considera a atuação dos policiais inaceitável.

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