quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Policiais civis estão entre os 17 presos em operação da Polícia Federal no RJ

04/12/2014 19h37 - Atualizado em 04/12/2014 19h37

Grupo é acusado por crimes como tráfico de drogas, extorsão e estelionato.

Nove policiais civis foram alvos de mandados de prisão; oito foram presos.

Do G1 Rio

Dezessete pessoas foram presas, entre elas oito policiais civis, durante a Operação Cocite, realizada pelo Ministério Público do Rio e a Polícia Federal nesta quinta-feira (4).  A ação tinha como objetivo cumprir mandados de prisão preventiva contra 25 pessoas – incluindo nove policiais civis – acusadas dos crimes de associação para o tráfico, tráfico de entorpecentes, quadrilha, usurpação de função pública, extorsão e estelionato.
Segundo a Polícia Federal, também houve apreensão de documentos e grande quantidade de material de informática e mídias "pirateadas".
Os crimes eram praticados em Barra Mansa e Volta Redonda, no interior do estado do Rio de Janeiro, além de cidades de Minas Gerais e São Paulo. Também estão sendo cumpridos 46 mandados de busca e apreensão, além do sequestro, bloqueio e indisponibilidade dos bens e valores de parte dos denunciados.
Delegado ressaltou a importância da prisão de servidores públicos envolvidos com os crimes (Foto: Matheus Rodrigues/ G1)Delegado ressaltou a importância da prisão de
servidores públicos envolvidos com os crimes
(Foto: Matheus Rodrigues/ G1)
O delegado da Polícia Federal, em Volta Redonda, Elias Escobar, afirmou que a prisão dos policiais civis que participavam da quadrilha investigada significa um avanço para a segurança pública. Até as 18h, oito dos nove policiais civis procurados haviam sido presos.
"A faceta mais importante dessa operação para a Polícia Federal é ter retirado um grupo de servidores públicos das ruas. Quero ressaltar que o relacionamento que nós temos com a Polícia Civil é a melhor possível. Esses servidores são à parte, eles se caracterizaram como vassalos do crime", disse Escobar.
O promotor do Gaeco, Bruno Gaspar, afirmou que os traficantes presos faziam a transferência das drogas de cidades de São Paulo e Minas Gerais para o Sul Fluminense. Já os policiais envolvidos extorquiam os moradores do estado do Rio.
"O terceiro grupo investigado atuava no mercado popular de Volta Redonda.  Não podemos precisar quanto eles lucraram, mas um dos comerciantes foi extorquido em R$ 100 mil. Os traficantes tinham a área de atuação bem extensa, as drogas vinham de cidades como Pindamonhangaba e outros municípios de São Paulo.", disse.
Participam da operação cerca de 220 policiais federais, 26 agentes da Coordenadoria Geral da União e 50 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP-RJ.

Três grupos criminosos
Iniciada em dezembro de 2012, a investigação identificou três grupos criminosos distintos. O primeiro é formado por traficantes que atuavam nas cidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Juiz de Fora e em municípios paulistas. A quadrilha contava, inclusive, com a participação de presos, transformando unidades penitenciárias em escritórios do crime.

O segundo núcleo é composto pelos nove policiais civis denunciados. Na época dos crimes, eles eram da 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (9ª CRPI) e da 93ª DP. Eles eram liderados pelo inspetor de polícia Guilherme Dias Coelho, vulgo “Guilherminho”. Eles extorquiam comerciantes e ex-presidiários e falsificavam documentos.

Já o terceiro núcleo atuava nos mercados populares de Vila Santa Cecília e Avenida Marechal Peixoto, em Volta Redonda. Durante a investigação, identificou-se um esquema de arrecadação de dinheiro e pagamento de propina a alguns policiais da região, para que a comercialização ilegal de produtos piratas pudesse ser realizada sem qualquer tipo de fiscalização.

Nenhum comentário: