sábado, 20 de dezembro de 2014

Polícia Federal faz operação contra tráfico de drogas em Belo Horizonte

19/12/2014 07h25 - Atualizado em 19/12/2014 18h53

Até a manhã desta sexta, 16 pessoas haviam sido presas.

Investigação revela que grupos faziam rodízio para evitar disputa por venda.

Pedro ÂngeloDo G1 MG

A Polícia Federal (PF), com o apoio da Polícia Militar (PM), realiza a "Operação Campeonato" contra o tráfico de drogas, nesta sexta-feira (19), no Aglomerado Pedreira Prado Lopes, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Até esta manhã, 16 pessoas haviam sido presas. A investigação revelou que, para evitar a disputa por pontos de venda de droga, grupos estabeleciam regras para comercializar os entorpecentes. A quadrilha era chefiada por um traficante já condenado, segundo a PF.
"Eles tinham uns pontos que eram só da organização criminosa e tinham outros pontos que eles dividiam com outras quadrilhas atuantes na mesma região, e, nos quais, ele [chefe da quadrilha] fazia uma escala de plantão para garantir o ganho, a lucratividade para todos e evitar disputas internas", disse o delegado Elster Lamoia, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. 
Ao todo, foram expedidos 32 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão. Armas, drogas e veículos foram apreendidos nesta manhã. Segundo a corporação, a Justiça decretou o sequestro de valores e bens dos envolvidos. Até o fim da tarde desta sexta, a PF não havia divulgado o resultado final da operação.

Cento e vinte policiais federais e 60 militares participam da ação. Dentro do aglomerado, eles fizeram buscas na favela do Buraco Quente e também em outros bairros da capital.
As investigações, iniciadas há cerca de um ano, comprovaram que o líder da quadrilha, mesmo cumprindo pena, seguia coordenando o tráfico de drogas no aglomerado. Os entorpecentes eram adquiridos em outros locais do país e vendidos em Belo Horizonte, principalmente na Pedreira.
"[O líder da quadrilha] se valia das visitas íntimas da companheira e também do cunhado. E retransmitia as ordens por intermédio dessas pessoas", afirmou Lamoia. Segundo ele, a mulher foi presa nesta manhã, e o cunhado está foragido.
De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa convivia com outros grupos que atuam no tráfico de drogas, estabelecendo escalas de venda, definindo quantidades de drogas comercializadas e, até mesmo, um rodízio no tráfico em determinados pontos, logística por eles batizada como "campeonato".
Além disso, havia fornecimento de drogas para traficantes estabelecidos em outros aglomerados e regiões da cidade. Elster Lamoia falou que o suposto chefe da quadrilha tentou inclusive um acordo para o fornecimento de entorpecentes com uma facção que atua dentro e fora de presídios da capital paulista.
O delegado contou que a companheira do homem apontado como líder do esquema mantinha um alto padrão de vida. De acordo com Elster Lamoia, os dois tinham uma casa de veraneio em Nova Odessa (SP). Segundo a PF, a Justiça decretou o sequestro do imóvel, onde também foi cumprido mandado de busca e apreensão nesta sexta-feira
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