sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Interior de Minas é destaque na geração de riqueza do país

IBGE

Betim é uma das 20 cidades mais ricas; São Gonçalo, Confins e Araporã lideram em PIB per capita

ESPECIAL. MATERIA SOBRE O MAIOR / MENOR PIB PERCAPITO DO BRASIL.
Localização. Araporã se beneficia da hidrelétrica de Itumbiara
PUBLICADO EM 12/12/14 - 04h00
Belo Horizonte e a vizinha Betim, na região metropolitana, foram as únicas cidades mineiras na lista dos municípios que detém, pelo menos, 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A capital tem o quinto maior PIB brasileiro e responde por 1,33% da riqueza gerada pelo Brasil. A primeira colocada é São Paulo, com 11,37%, e Betim, na 20ª posição, participa com 0,64% do PIB nacional.
 

A supervisora de pesquisa econômica do IBGE em Minas Gerais, Cláudia Pinelli, ressalta que a riqueza ainda se concentra em poucos municípios, em especial, no de maior porte. “Se uma pequena cidade tem um PIB expressivo. No geral, o motivo é uma grande empresa, que acaba, muitas vezes, sustentando boa parte da economia da cidade”, diz.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Marcelo de Souza e Silva, o desempenho da capital é fruto da continuidade das boas administrações focada no estímulo aos negócios. Ele afirma que se o levantamento fosse feito neste ano, Belo Horizonte continuaria com uma boa posição. “Aliás, acredito a cidade poderia até melhorar, pois estamos no caminho certo, o que é confirmado pelos diversos prêmios internacionais que a cidade ganhou recentemente”, frisa.
A Secretaria Adjunta de Desenvolvimento Econômico (Seadec) de Betim informou, em nota, que o desempenho do município na pesquisa se dá, principalmente, pela atividade industrial do município, que conta, hoje, com seis distritos industriais. “E, de acordo com um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Betim é a cidade do país com o maior percentual de pequenos negócios que sobrevivem após dois anos de abertura”.
No que se refere ao PIB per capita, Confins e São Gonçalo do Rio Abaixo, ambas na região metropolitana de Belo Horizonte, além de Araporã (Triângulo Mineiro) estão entre os dez maiores do país.
O secretário de Planejamento de São Gonçalo do Rio Abaixo, Alisson Rodrigues Cruz Menezes, conta que o perfil econômico da cidade mudou com a implantação da mina de Brucutu, da Vale, inaugurada em 2006. “Antes predominavam a agricultura e a pecuária. Hoje, em torno de 90% do nosso PIB vem da mineração”, observa.
Apesar da importância, ele conta que a cidade está procurando diversificar sua economia. “Temos dois distritos industriais com toda a estrutura pronta. Lá, há três empresas instaladas e outras 16 já assinaram com a prefeitura a instalação de unidades no local, o que vai acontecendo de acordo com o cronograma de cada empresa”, diz.
Mais destaques. A reportagem procurou as prefeituras de Confins e Araporã, mas elas não se pronunciaram até o fechamento da edição. A razão de Confins estar no topo é o aeroporto internacional. A cidade do Triângulo se destaca em geração de energia e em produção sucroalcooleira.
Petróleo forte
Campos dos Goytacazes, Cabo Frio e Rio das Ostras mostraram os maiores ganhos de participação no valor adicionado da indústria. Campos dos Goytacazes (3,7%) ocupava a segunda colocação. Em todos eles o crescimento está associado à produção de petróleo, óleo e gás natural.
Dependência
Dos 5.565 municípios brasileiros, 2.010 (36,1%) tinham mais do que um terço da sua economia dependente da administração, saúde e educação públicas e seguridade social. Em dois, esse subsetor dos serviços é superior a 70% do PIB: Uiramutã (RR), 80,4%, e Areia de Baraúnas (PB), 71,1%.
Mais pobres
Os dez municípios mineiros com os menores PIBs do Sudeste são: Serra da Saudade, Cedro do Abaeté, São Sebastião do Rio Preto, Passabém, Consolação, Paiva, Pedro Teixeira, Itambé do Mato Dentro, Antônio Prado de Minas e Santo Antônio do Rio Abaixo. Juntos, somam 0,1% da região.
Capitais atingem a menor participação histórica no PIB

Rio de Janeiro.
 Embora a geração de riqueza no país permaneça concentrada em poucos municípios, a participação relativa do conjunto das capitais no Produto Interno Brasileiro (PIB) diminuiu na passagem de 2011 para 2012, segundo o Produto Interno Bruto dos Municípios, divulgado pelo IBGE nesta quinta.

A fatia desses municípios caiu de 33,7% para 33,4% no período, o menor patamar de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1999. Naquele ano, as capitais brasileiras respondiam por 38,7% de todo o PIB nacional.

No ranking de capitais com maior participação no PIB nacional, avançaram uma posição Goiânia e Aracaju. Enquanto a primeira ultrapassou Vitória, a segunda venceu Porto Velho.

Segundo o IBGE, o Amazonas foi o mais dependente de sua capital, já que Manaus contribuiu com 77,7% para o PIB do Estado. Santa Catarina foi o mais autônomo: Florianópolis contribuiu com apenas 7,1%.

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