sábado, 13 de dezembro de 2014

Governador eleito enfrentará dificuldades ao assumir

Via: Blog da Renata


Vencer a eleição é bom; lua de mel é melhor ainda, mas o futuro governador Fernando Pimentel (PT) vem acumulando erros políticos e desgastes desnecessários nessa fase de transição, quando a próxima gestão deveria estar se preparando para entrar em campo e arrebentar, de acordo com a expectativa dos mais de 5 milhões de mineiros que o elegeram. Sem entrar no mérito da Torre de Babel que tomou conta das votações na Assembleia Legislativa por causa do governo que sai e do que entra, pode-se apontar, sem ser injusto, três erros que trazem dificuldades para o petista.
 
O primeiro deles foi o anúncio atabalhoado do futuro secretário da Defesa Social, Bernardo Santana (PR). Como já foi dito aqui, Pimentel fez a indicação em churrascaria com delegados da nova geração da Polícia Civil, que o apoiou na campanha. A medida contrariou a cúpula da corporação e, mais ainda, a da Polícia Militar, inquietando área extremamente sensível. 
 
O segundo erro foi menos político e mais contábil. Pela primeira vez na história de
Minas, um governador eleito tem suas contas de campanha rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A pena seria moralmente mais grave do que a multa de R$ 50 milhões. Além disso, está dando munição para os rivais tucanos pegarem no seu pé com pedido de cassação. O risco (de cassação) é pequeno, mas podendo evitar é melhor. São fatos conhecidos que agora se somam ao terceiro erro cometido ontem pelo governador eleito.
 
Embora tenha sido orientado por seu líder na Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), a ficar de fora da disputa pelo comando da Câmara de Belo Horizonte, Pimentel deixou de “ouvir para governar” e entrou, aos 48 minutos do segundo tempo, tentando evitar derrota de seu partido. Apesar do favoritismo do eleito, Wellington Magalhães (PTN), que teve apoio do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e dos inimigos tucanos, o governador eleito usou de sua força futura e expectativa de poder para virar o jogo. Prometeu, segundo os vereadores que se reuniram com ele, cargos até de secretário na futura gestão. Não deu certo. Saiu derrotado.
 
Para não ficar pior, o candidato a presidente pelo PT, vereador Juninho Paim, retirou a candidatura após o registro. Para piorar, o eleito Wellington Magalhães subiu à tribuna e trocou a fala de vencedor pelo desabafo no qual criticou abertamente o futuro governador, “injustamente”, segundo Durval, que provavelmente não percebeu que seus conselhos foram substituídos pelos de outros.
 
Se a eleição para presidente da Câmara não tinha ligação direta com a sucessão municipal de 2016, depois que o futuro governador entrou na disputa passou a ter. O prefeito Lacerda avisou que daqui para frente só irá governar com aliados. Seu time tem, além de Magalhães “no gol”, os tucanos no ataque.
 
PV e PSD boicotam Aécio
 
Nem tudo também é derrota. Nesta semana, o governador eleito conseguiu dois feitos importantes ao acertar a migra[/TXT_ORION]ção da bancada do PV (quatro deputados) e do PSD (quatro) para sua base aliada a partir do ano que vem, com adiantamento de cooperação até o fim do governo atual. Na quinta-feira (11), ele se reuniu com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab (ex-prefeito paulistano) mais sete deputados federais e sete estaduais, atuais, do partido. Kassab adiantou que vai mudar o comando regional do PSD, hoje nas mãos do “aecista” Alexandre Silveira, e que apoiarão Pimentel. Por causa disso, PV e PSD, aliados de 12 anos, boicotaram o encontro do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, com aliados, na quinta-feira, em Belo Horizonte. 

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