quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Escolha para a Seds desagrada o MP, Polícias e petistas

TRANSIÇÃO

Deputado Bernardo Santana é considerado inexperiente


PR/BERNARDO SANTANA
Lados. Santana defendeu o “Volta, Lula”, depois apoiou Aécio; em Minas, ficou do lado de Pimentel
PUBLICADO EM 03/12/14 - 04h00
Escolhido pelo governador eleito Fernando Pimentel (PT) para ocupar a Secretaria de Defesa Social (Seds) a partir de 1º de janeiro, o deputado federal Bernardo Santana (PR) enfrenta resistências dentro do PT e de partidos aliados e até entre setores ligados à segurança pública.

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Petistas afirmaram que a escolha pegou o partido de surpresa e reclamaram da forma como o futuro governador definiu o nome para a Seds. “O problema é o método usado por Pimentel. Ele não discute e não escuta ninguém”, disse um parlamentar que preferiu o anonimato.
Sem experiência na área, Santana foi um dos nove deputados que votaram a favor da PEC 37, conhecida como PEC da Impunidade, que limitava o poder de investigação do Ministério Público. Entre promotores de Justiça, a escolha do deputado federal não foi bem recebida. “Foi considerada uma afronta ao Ministério Público”, disse um deputado estadual aliado que preferiu não se identificar.
A informação também é confirmada por outro deputado petista, que acrescentou a insatisfação das Polícias Civil e Militar. “A estranheza das polícias é devida à falta de experiência e ligação de Bernardo Santana com a área."
Dentre os 164 projetos apresentados pelo deputado e futuro secretário na Câmara Federal desde 2011, consta apenas uma matéria mais relacionada ao setor: a que visa garantir maior rede de proteção às vítimas relacionadas à Lei Maria da Penha.
Apesar das críticas, há também quem faça a defesa da escolha de Pimentel. “Ele (Bernardo) é advogado, entende bem de legislação, acho que foi por isso”, defendeu uma liderança petista, questionada sobre as razões da escolha.
Campanha. Bernardo Santana é filho do ex-deputado José Santana – eleito pela antiga Arena, que deu sustentação ao regime militar. O futuro secretário herdou a votação do pai para a Câmara em 2010: foi eleito com 119 mil votos
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