quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Empresas acusam governo de Minas de atrasar pagamentos de fornecedores

PROBLEMAS

Em várias secretarias, prestadores de serviço relatam dificuldade de receber; já há quem se recuse a vender para Minas


PUBLICADO EM 10/12/14 - 04h01
O governo de Minas está atrasando pagamentos de fornecedores em diversas secretarias, sobretudo após o período eleitoral. Empresas estão relatando dificuldade para receber por serviços já prestados, e algumas não vendem mais à administração estadual.
O Aparte conversou com empresários, que pediram que o nome de suas empresas fosse preservado para evitar represálias. Todos confirmam problemas para a quitação de dívidas. Uma prestadora na área cultural afirma que o prazo de pagamento por serviços de editoração se esgotou há 20 dias e não recebeu. Ela tem pressionado o governo desde então, sem receber explicações para o fato. “Nem a emissão da nota foi feita ainda”, reclama.
No âmbito da Secretaria de Saúde (SES), uma firma de tecnologia espera, sem sucesso, por um pagamento que deveria ser feito há 30 dias.
Situação como essa fez com que uma empresa paulista quase fosse à falência. O prestador, que fornece lençóis e cobertores para Secretaria de Defesa Social (Seds), ficou sem receber R$ 600 mil por mais de dois meses e enfrentou dificuldades de caixa. Por isso, decidiu não mais fazer entregas ao governo. Na modalidade registro de preços, a administração solicita os produtos quando necessário, mas o empresário disse que não vai mais atender aos pedidos.
A Secretaria de Planejamento afirmou que a responsabilidade pelos pagamentos a fornecedores é de cada pasta. A Secretaria de Cultura disse não ter como averiguar a situação sem o nome da empresa. A Secretaria de Defesa Social (Seds) não reconhece atraso de pagamentos: "Há um trâmite burocrático que precisa ser seguido à risca, que faz o processual de compras do serviço público ser mais demorado que do setor privado", diz a nota da secretaria.
A Secretaria de Estado de Saúde pediu mais tempo para apurar o caso, alegando que demanda requer um maior tempo de apuração e envolve vários setores da SES-MG. A secretaria destaca que não foi procurada em tempo hábil para dar uma resposta satisfatória e promete responder posteriormente à coluna.

Indícios
Nas últimas semanas, diversos relatos de que há uma crise financeira no governo de Minas chegaram ao conhecimento da coluna. Há um mês, inclusive, o Aparte denunciou que funcionários terceirizados da Secretaria de Ciência e Tecnologia estavam sem receber. Após a publicação da nota o pagamento foi efetuado. O governo de Minas sempre negou qualquer crise financeira. No caso da Sectes, na ocasião, alegou problemas burocráticos relacionados à Fundação Renato Azeredo, em que estão vinculados os ter ceirizados daquela secretaria
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