domingo, 21 de dezembro de 2014

Comunicação de Pimentel pode copiar modelo tucano


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br

21/12/2014

Diplomado, o governador eleito, Fernando Pimentel (PT), está contando os dias – faltam 11 –, e contendo ansiedade e euforia, para assumir o cargo mais importante de sua vida pública e consagrar o feito histórico de levar o PT pela primeira vez ao poder em Minas, após 12 de mando político dos rivais (tucanos). Está chegando a hora de começar a trabalhar e conhecer o tamanho do desafio.
 
Pimentel ainda tem algumas dúvidas sobre a Comunicação do Estado, mas tende a manter o atual modelo, por mais que isso aborreça os petistas. O formato em vigor tem dois aspectos distintos: é um comitê de especialistas que toma as principais decisões e trata a comunicação como ferramenta de marketing de todo o governo em vez de órgão repassador de verbas e notícias para os veículos de imprensa. Há cerca de 20 anos, o assunto se resolvia entre o secretário e os fornecedores, como ainda acontece em muitas prefeituras e governos estaduais. 
 
Outra dúvida é se eleva a Comunicação à titularidade da pasta ou se a mantém como subsecretaria. Há quem avalie que, como subsecretaria, seria copiar a parte negativa do atual modelo exatamente por não ter um titular com autonomia. Ainda que haja um secretário e uma pasta determinada, com o formato acima, não é ele que decidirá, mas o colegiado (grupo técnico). 
 
Essa filosofia vem sendo praticada desde quando foi esboçada por diretores do instituto mineiro de pesquisas Vox Populi, ainda no governo tucano de Eduardo Azeredo (95-98). Um dos diretores do instituto, Marcos Coimbra, é hoje um dos principais colaboradores de Pimentel e, com certeza, também é defensor do modelo que ajudou a projetar e a consolidar.
 
Coimbra deverá ser um dos membros desse futuro comitê, assim como, entre outros, o publicitário Chico Mendes, que fez um trabalho de qualidade reconhecida durante a campanha eleitoral deste ano. Residente em São Paulo, ele tem sido visto com frequência em Belo Horizonte, após as eleições, participando de reuniões com os pensadores da área. 
 
Nesse campo, o futuro governo encontrará importante contribuição da gestão que está saindo com o lançamento próximo do portal de transparência da comunicação, pelo qual se saberá para onde foram os investimentos dos últimos 12 anos no setor. Será, a partir daí, rotina e obrigação do governo mineiro com relação a um setor estratégico e de alta sensibilidade. 
 
Conselhos populares
 
Além da cordialidade entre os diferentes e da emoção, o que mais chamou a atenção na diplomação de Pimentel foi o recado que ele mandou aos petistas de que não esqueceu suas origens. Adiantou que um de seus primeiros atos será a instalação de conselhos populares regionais. Não adiantou, nem deve ter ideia muita clara, como funcionará, mas pretende fazer e aprender com a experiência. O Orçamento Participativo da Prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, nasceu assim durante a primeira gestão petista, com Patrus Ananias (93-96).
 
Crítica ao procurador
 
Alguns setores do PT estão convencidos de que o procurador eleitoral, Patrick Salgado, agiu com dois pesos e duas medidas ao pedir investigação, com cassação para Pimentel, em caso de condenação. Segundo esses petistas, Salgado, como os técnicos do TRE, reprovou as contas de Pimentel e do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB), mas acionou só o primeiro.

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