Amadeu Barbosa
Belo Horizonte

Belo Horizonte foi considerada a primeira capital do Brasil e segunda melhor cidade do país para se viver, segundo pesquisa da empresa de consultoria Delta Economics & Finance. O estudo analisou 10 variáveis oficiais relacionadas à qualidade de vida, infraestrutura e governança das grandes cidades brasileiras.
No ranking das 100 melhores, BH ficou atrás apenas de Santos, no litoral paulista. A cidade em SP obteve 56,13 pontos, apenas 36 centésimos à frente da pontuação obtida pela capital mineira (55,77). Nenhum município atingiu a pontuação máxima possível, de 77.
Além da capital mineira, outras cidades do Estado entraram na lista: Uberlândia (19º lugar), Juiz de Fora (39º), Contagem (47º), Uberaba (51º), Montes Claros (66º), Betim (76º), Governador Valadares (78º) e Ribeirão das Neves (87º).
Entre as variáveis que puxaram a nota da capital mineira para cima, no comparativo com Santos, estão Governança (avaliou Plano Diretor, legislação específica, políticas públicas, equipamentos públicos, Agenda 21, funcionários); Bem-Estar (esperança de vida ao nascer, mortalidade infantil, razão de dependência, probabilidade de sobrevivência até os 60 anos) e Financeira (receita orçamentária, despesa com pessoal).
Em relação à Governança, BH fez 22,65 pontos, enquanto Santos obteve 19,38. No quesito Bem-Estar, a capital de Minas marcou 3,16, frente aos 2,87 de Santos. E na área financeira, BH registrou 2,70, enquanto a cidade de SP marcou 1,81 ponto.
De acordo com a diretora da Delta Economics & Finance, Cláudia Regina Araújo, o destaque de Belo Horizonte se deu na variável Governança, por ter “ficado atrás de Jaboatão dos Guararapes (PE), que teve a melhor nota em Governança (23,72), preenchendo a maioria dos requisitos investigados”.
A cidade pernambucana, porém, não se saiu tão bem em outras variáveis, o que a classificou em 37º lugar no ranking. Por outro lado, o desempenho de BH no quesito segurança alcançou apenas 1,37 ponto, o suficiente para ressaltar a violência na capital.
Na última sexta-feira, durante o Fórum Municipal de Assuntos Estratégicos, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) comemorou o desempenho de BH e destacou a importância de planejar a cidade “a longo prazo e com participação social”.
Desigualdade social
Outro fator destacado pela pesquisadora foi o desempenho de Ribeirão das Neves na dimensão Econômica. Esse quesito analisou dez atributos, entre eles, a proporção entre a população economicamente ativa e a geral, além da renda média per capita e o índice de Gini, usado para medir a desigualdade social. “Surpreende, por exemplo, a diferença na proporção entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres. Em Ribeirão das Neves, a razão é de 7,1, ou seja, nessa cidade a renda per capita média dos 10% mais ricos é 7,1 vezes aquela dos 40% mais pobres. Em Recife, penúltimo colocado nesse quesito, a razão é de 36,8.”, afirmou.