terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Aumenta a pressão sobre o governador


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
  

09/12/2014

Ao mesmo tempo em que inaugura novos estilo e relação com a futura base aliada, o governador eleito, Fernando Pimentel (PT), tenta, hoje, pôr fim ao impasse que travou as votações na Assembleia Legislativa, durante reunião com cerca de 30 deputados estaduais que formarão sua estrutura de apoio parlamentar. Nesta terça-feira, ele se reúne, no BDMG, onde trabalha sua equipe de transição, com os deputados estaduais dos cinco partidos que o apoiaram na campanha, além do próprio PT, o PMDB, Pros, PCdoB e PRB. Na próxima semana, o encontro deverá ocorrer com deputados de outros partidos que, hoje, compõem a base do atual governador, mas que deverão migrar para a do petista.
Mesmo antes de viajar ao exterior, e até mesmo durante o feriadão, Pimentel vem acompanhando de perto as negociações na Assembleia Legislativa. Mais do que isso, o petista já gerencia situações do atual governo que repercutirão na sua própria governabilidade. Resumindo, orientou sua base a não votar projetos que criam despesas e que não tenham receita correspondente e também os que reduzem receita tributária. O nó górdio está no projeto que reduz em cinco pontos percentuais o ICMS do etanol e aumenta em dois o da gasolina; no meio de dele, 33 emendas das quais Pimentel desconfia radicalmente.
O impasse ficou desenhado pelos petistas e aliados: ou o governador Alberto Pinto Coelho (PP) retira as emendas ou nada será votado. O projeto do ICMS, por ser de urgência, tem preferência sobre os outros e, se não for votado, nada mais será. O assunto repercutiu fora da Assembleia e bateu às portas do Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública, entre outros, que têm projetos de interesse na Assembleia sem os quais não terão recursos (suplementação orçamentária) para pagar o 13º salário; alguns, sequer os salários de dezembro. Pressionado, Pimentel disse que aceita votar o projeto do álcool sem as mudanças; agora, a pressão voltou-se para o lado do atual governador, para que retire as emendas.
Para superar o impasse, o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini, deve se reunir, ainda hoje, com o nome da área do futuro governo, José Afonso Bicalho. A ideia é avaliar a necessidade de tais emendas. Havendo avanço nessa conversa técnica, Pimentel poderá dar outra orientação à sua base para que desobstrua a votação no plenário da Assembleia, onde seus aliados protocolaram 30 requerimentos, com direito a 5 minutos de pronunciamento para cada um. Se não houver avanço, Pimentel começará a gestão com esses problemas no colo, mas, até o dia 31 de dezembro, a pressão aumentará sobre Alberto Pinto.
Conselho de um petista

“O momento é de desarmar os espíritos na direção da construção do futuro governo. Não se apaga fogo com gasolina”.

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