segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Após ter contas desaprovadas, Fernando Pimentel questiona decisão

Governador eleito de MG apresentou embargos de declaração nesta segunda. Segundo Justiça Eleitoral, ele extrapolou limite de gastos de campanha.

Blog da Renata

Após ter as contas de campanha rejeitadas pela Corte Eleitoral, o governador eleito de Minas GeraisFernando Pimentel (PT), recorreu da decisão nesta segunda-feira (15). De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), ele apresentou embargos de declaração, um tipo de recurso que serve para questionar contradições ou omissões no acórdão.

A assessoria da Coligação Minas Pra Você – composta por PT, PMDB, PCdoB, PROS e PRB – não informou qual é a alegação da defesa nos embargos. A desaprovação de contas não impede a diplomação dos eleitos.

Segundo o TRE-MG, após a análise deste recurso, Pimentel pode ainda recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que, de acordo com a assessoria da coligação, deve ser feito. A Justiça Eleitoral informou que ainda não há prazo para o julgamento dos embargos de declaração.

A principal irregularidade que levou a desaprovação das contas é referente à extrapolação em mais de R$10,1 milhões do limite de gastos de campanha, definido por Pimentel em R$ 42 milhões, no pedido de registro de candidatura. Segundo o TRE-MG, Pimentel fez transferências de valores ao comitê do PT. A defesa do petista alegou, ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, que o montante não poderia representar uma nova despesa relativa ao limite por ter sido utilizado, pelo comitê, em propagandas para o então candidato ao governo.
Em nota enviada ao G1 na semana passada, a assessoria da coligação reforçou que “entende que a arrecadação da campanha limitou-se à previsão inicial de R$ 42 milhões, não havendo dívidas transferidas ao partido, conforme prevê a legislação. Em razão disso, as despesas comprovadamente ficaram limitadas a R$ 41,1 milhões, sendo esta a realidade das contas da campanha”.Entretanto, a maioria da Corte não aceitou esta justificativa. “Ao repassar os recursos ao Comitê, Pimentel fez doações estimadas, conforme dispõe a Resolução 23.406/2014, que consistem em despesas e, por isso, deveriam entrar no cômputo do limite de gastos, segundo o entendimento da maioria dos magistrados”, afirma o TRE-MG.
Outra irregularidade foi encontrada nas contas de Pimentel. Conforme a Justiça Eleitoral, não foram registradas despesas feitas por outros candidatos, partidos ou comitês que favoreceram a campanha do governador eleito. Segundo o TRE-MG, o petista disse desconhecer a publicidade feita por candidatos a outros cargos a favor dele, mas o Ministério Público entendeu que ele deveria ter controle sobre esse material.
A Corte ainda determinou ao governador eleito o pagamento de multa de mais de R$ 50 milhões. O recolhimento, segundo a legislação, deve ser feito no prazo de cinco dias úteis contados da intimação da decisão judicial.
Do G1 MG

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