sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Tesouro se torna deficitário pela primeira vez desde o Plano Real

no vermelho

Déficit foi registrado em R$ 20,4 bilhões, em setembro, o que demonstra elevado aumento de gastos ante o deficit de R$ 10,4 bilhões no mês anterior, até então inédito em duas décadas

PUBLICADO EM 31/10/14 - 11h08
O resultado primário do Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Banco Central) foi deficitário em R$ 20,4 bilhões, em setembro, o que demonstra elevado aumento de gastos ante o deficit de R$ 10,4 bilhões no mês anterior, até então inédito em duas décadas. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Tesouro Nacional. O Tesouro foi responsável por R$ 6,8 bilhões desse resultado negativo e Previdência com menos R$ 13,6 bilhões. O Banco Central por outro lado apresentou resultado positivo de R$ 7,1 bilhões.
O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do governo, excluindo-se da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva, tem-se um superávit primário; caso seja negativa, tem-se um déficit primário.
Governos, assim como as famílias, estabelecem fundamentos econômicos para não gastar além da receita. Quando isso não acontece, precisam pedir dinheiro emprestado ao sistema financeiro para não ficarem inadimplentes.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao comentar os números, disse - em entrevista - que o resultado vai alterar a meta de superávit primário do governo. Por isso, disse, o governo enviará   projeto para ao Cpngresso Nacional alterando a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014.
Os números mostram que as receitas do Governo Central diminuíram R$ 8,2 bilhões (8,2%) no mês passado. De acordo com o Tesouro, esse comportamento decorreu principalmente do decréscimo de R$ 5,3 bilhões (36,1%) na arrecadação das receitas não administradas pelo Fisco federal e da redução de R$ 2,4 bilhões (10,8%) na arrecadação do imposto de renda.
As transferências da União para Estados e Municípios apresentaram, assim, redução de R$ 3,5 bilhões (19,9%), como consequência da variação de arrecadação dos tributos compartilhados, Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados, com  repasse sazonal de recursos provenientes da participação especial pela exploração de petróleo e gás natural ocorrido em agosto sem evento semelhante em setembro, informou o Tesouro.
As despesas do Governo Central apresentaram acréscimo no período de R$ 5,2 bilhões (5,6%) entre agosto e setembro, sendo, entre outras, de R$ 7,4 bilhões (22%) nas despesas da Previdência Social, parcialmente compensado por uma redução de R$ 2,3 bilhões (5,5%) nas despesas de Custeio e Capital.
Agência Brasil

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