terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pimentel não terá facilidade com a oposição

07/10/2014 08:11 - Atualizado em 07/10/2014 08:11

Fernando Dutra e Bruno Moreno - Hoje em Dia



Toninho Almada - Hoje em Dia
Alexandre Silveira Júnior, presidente estadual do PSD, afirmou que o partido deverá fazer oposição

Pimentel não terá facilidade com a oposição
Apesar de ter sido eleito no primeiro turno para governar o Estado com 52% dos votos válidos, Fernando Pimentel (PT) terá que trabalhar muito para garantir a governabilidade junto aos deputados estaduais.
Os partidos que integraram a coligação A Voz de Minas, liderada pelo partido do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB), anunciaram que devem assumir na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma postura oposicionista ao governo de Pimentel.
A deputada estadual e presidente do Partido Popular Socialista (PPS), Luzia Ferreira, afirmou que o partido será “coerente” com os eleitores, embora a definição ainda tenha de ser debatida com os deputados eleitos. “Nós disputamos votos aliados ao PSDB, acho que temos que ser coerentes com o discurso que fizemos com a população”, disse.

Mesma opinião tem o líder dos Democratas em Minas, o deputado estadual reeleito Gustavo Corrêa. “Somos aliados do Aécio. Vamos trabalhar na oposição, foi a população que nos colocou na condição de oposição”, afirmou o deputado.
Para o líder do Partido Social Democrático (PSD) e eleito deputado estadual, Alexandre Silveira Júnior, ainda é cedo para uma definição sobre o posicionamento da bancada no estado. No entanto, pessoalmente ele defende que o partido atue na oposição em Minas. “Vamos fiscalizar com crítica construtiva, de oposição. Dos eleitos só um desgarrado, o (Fábio) Cherem, é ligado ao Pimentel, os outros três estavam com Pimenta.”
Mesmo o PSD estando na base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT), Alexandre Silveira defende o apoio do partido em Minas ao senador Aécio Neves. “Há 4 anos apoiei Serra e mesmo meu partido sendo da base de apoio de Dilma eu fiz oposição no Congresso”, comentou. “A posição é do presidente do partido, não da bancada”, reiterou Alexandre.
Sem posição
Outro integrante da chapa de Pimenta da Veiga para a ALMG foi o Partido Progressista, que também integra a base de apoio de Dilma, em nível federal. O deputado estadual reeleito Gil Pereira (PP) afirmou que o partido ainda não vai se posicionar quanto à questão estadual. “O governador Alberto Pinto Coelho (presidente do partido no estado) determinou foco total na eleição de Aécio Neves”, disse.
O presidente do PSDB em Minas, o deputado federal reeleito Marcus Pestana afirmou que irá fazer “acompanhamento em alto nível nas ações do governo”. “A população deu ao PT a vitória, então temos que nos preparar para o papel que a sociedade nos reservou, que é ser oposição”, ponderou.

Governabilidade exige mais 25 deputados

Para ter governabilidade, Fernando Pimentel precisará de aproximadamente 50 dos 77 deputados estaduais ao seu lado. Sua coligação elegeu 22, além dos três do PC do B. Assim, será preciso garantir pelo menos mais 25 deputados para aprovar projetos de interesse do executivo.
A princípio, a situação não será fácil. O deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que deverá fazer oposição a Pimentel, avalia que o novo governador “não conseguiu eleger uma base que dê a ele tranquilidade”.
Já o vice-presidente do PT em Minas, Gabriel Guimarães, aposta em coligações com os partidos que fazem parte da base nacional, como o PP. “Não pensamos que fôssemos ter a maioria. Nós temos capacidade de diálogo com outros partidos. Cada projeto será um trabalho e um diálogo à parte. A vitória do partido foi esmagadora, o que nos coloca em condição de diálogo muito boa”, avaliou.

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