Mesmo com forte oposição do PSDB, governador eleito deve aumentar sua aliança na Assembleia com apoio de partidos que estiveram com o senador tucano na campanha
Alessandra Mello - Estado de Minas
Publicação: 29/10/2014 06:00 Atualização: 29/10/2014 07:47
PV, do suplente de deputado estadual Gilvan de Pinho Tavares, também pode integrar a base de Pimentel |
O
governador eleito Fernando Pimentel (PT) vai encontrar uma oposição
ferrenha do PSDB (terceira maior bancada) no Legislativo, no entanto,
tem chances de aumentar sua base com o apoio de partidos que estavam com
Aécio Neves (PSDB), derrotado na disputa presidencial. Muitas dessas
legendas integram o governo do estado, comandado pelo PSDB desde 2003, e
também a base de apoio da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) no
Congresso Nacional.
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O PDT, que tem até ministério no plano
federal, pode aderir ao governo do estado em troca de uma secretaria.
Essa negociação pode atrair também o PV, cuja bancada futura é toda
formada por aliados do PSDB em Minas. É que se um dos deputados
estaduais do PV virar secretário, o primeiro suplente é o presidente do
Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. No entanto, a negociação pode
enfrentar resistência dos deputados reeleitos do PDT, que nunca
compuseram com o PT.
A solução seria a indicação do
deputado eleito Raimundo Nonato Barcelos (PDT), conhecido como Nozinho,
ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo. Apesar de ter apoiado Pimenta
da Veiga (PSDB), ele já defendeu o diálogo com o governador eleito. O
deputado Sargento Rodrigues (PDT) disse que o partido não resolveu
ainda. Segundo ele, a legenda faz sua primeira reunião após o fim do
segundo turno amanhã e esse será um dos assuntos a ser tratado. Alencar
da Silveira Júnior (PDT) disse que pretende se manter fiel ao senador,
mas que não fará oposição em assuntos que sejam de interesse dos
mineiros.
O PR já está com um pé no governo. Durante a
campanha, um dos integrantes da legenda, o deputado federal Bernardo
Santana, cacique do PR, líder do partido na Câmara, que integrava
formalmente a coligação de Pimenta, abandonou o tucano e passou a fazer
parte da campanha de Pimentel. O deputado eleito Leo Portela (PR) disse
que a legenda começa independente, mas adianta que não têm restrições ao
futuro governador. “Defendo que o PR converse com o Pimentel. Somos
base do governo Dilma, por isso esse diálogo não seria difícil, pelo
contrário”, avalia o parlamentar, que é filho do deputado federal
reeleito Lincoln Portela, presidente do PR mineiro.
INDEPENDENTE O
PSB, que deixou a base da presidente Dilma no fim do ano passado para
lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto, promete se manter
independente, segundo o presidente do partido, o deputado federal
reeleito Júlio Delgado. Mas, de acordo com ele, o partido terá de se
aliar a outras legendas no Legislativo estadual para formar um bloco nem
de oposição nem de situação. Pelo regimento da Casa, só podem indicar
integrantes para as comissões os partidos ou bancadas que tenham pelo
menos cinco deputados. Na próxima legislatura, somente PT, PMDB e PSDB
têm números para isso.
O PP, que também faz parte do governo
federal, mas sempre foi alinhado dos tucanos em Minas, deve ir para a
oposição. Segundo o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP),
candidato a vice na chapa tucana para o governo do estado, o partido vai
fazer oposição atenta, firme e vigilante e cobrar de Pimentel as
“incontáveis promessas feitas ao longo da campanha”. Ele negou os
rumores de que o PP esteja sendo cortejado pelo PT. “Não tem nada
disso”.
O deputado tucano Gustavo Valadares, atual líder da
maioria, disse que o partido pretende fazer oposição firme ao governo do
PT. O partido, segundo ele, vai dar cem dias para Pimentel cumprir duas
promessas de campanha: o aumento do piso salarial dos professores e a
redução do ICMS na conta de energia. “Se isso não acontecer, vamos para
cima”, promete.
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