30/09/2014 23:42 - Atualizado em 30/09/2014 23:42
Samuel Costa/Hoje em Dia
A Rede Globo Minas promove na noite desta terça (30) o último debate
entre os principais candidatos ao governo de Minas Gerais. Fernando
Pimentel (PT), Pimenta da Veiga (PSDSB), Tarcísio Delgado (PSB) e
Fidélis Alcantara (Psol) participam no evento.
O clima na entrada da Globo, onde se concentravam, principalmente, os
militantes do PT e do PSDB, era de tranquilidade. Cada qual balançava
sua bandeira e entoava canções em apoio aos seus candidatos. Entre 800 e
mil militantes de Pimenta da Veiga se concentraram desde as 19h30 no
local. Do lado petista 16 ônibus, com aproximadamente 500 militantes,
marcavam posição desde as 19h na porta da emissora.
O debate será dividido em três blocos e terá enfoque no confronto entre
os candidatos, com temas livres e temas determinados pela organização
do evento. Confira abaixo os principais destaques do debate bloco a
bloco:
Tarcísio pergunta para Pimentel sobre resultados ruins no setor que Pimentel foi ministro
Pimentel: Nos últimos anos o Brasil atravessou de forma correta a maior
crise internacional. A economia está em baixa por causa da crise.
Nenhum emprego foi sacrificado. Nossa indústria foi protegida. Minas
está em situação pior que o Brasil. O Estado ficou pra trás.
Tarcísio: A explicação é sempre a mesma. Quando está ruim a culpa é do
Estado e quando está bom é mérito do governo. Os números são ruins.
Fidélis pergunta para Pimentel sobre democratização das mídias
Pimentel: Precisamos resgatar a ideia da constituinte exclusiva. É hora
de discutir um novo modelo político para o país. A participação de
siglas menores vai aparecer. O ideal é que todos tenham acesso. Temos
que discutir uma reforma política.
Fidélis: Estou falando de democratização das mídias. Temos que limitar a
verba para os grandes grupos de comunicação. Por isso, os grandes
partidos aparecem muito mais.
Pimentel: Você tocou em ponto que concordo. A estrutura de comunicação do Estado de Minas deixa muito a desejar.
Pimenta pergunta para Tarcísio sobre impostos
Tarcísio: a situação é complicada. Sem dúvida Minas tem andado pra
trás. Não dá pra continuar dessa forma. Recentemente a Fiat foi pra
Pernambuco e a Mercedes para São Paulo. Há algo de errado com nosso
Estado.
Pimenta: O PT tirou de Minas 2 bilhões de reais em impostos. Fizeram
medida provisória expressamente para retirar a Fiat de Minas. Levou o
polo acrílico de Betim para a Bahia. Estão tirando empregos de Minas. O
PT virou as costas pra Minas Gerais.
Pimentel pergunta para Fidélis sobre violência
Fidélis: O problema vem da repressão. Uma postura de política pública
que prima pela compra de mais armas e pelo aumento do efetivo. Somos a
favor da desmilitarização. Precisamos de construir outra polícia.
Pimentel: Acho que temos que equipar a polícia sim. Tem que modernizar a
polícia civil e militar. Se não fizermos isso vai continuar morrendo
jovens no Estado. Uma polícia cidadã passa por uma polícia bem informada
e bem equipada.
Fidélis: Não disse que eles defendem a mesma coisa? Não adianta equipar
a polícia, isso não diminui a violência em lugar algum. A polícia tem
que ser desmilitarizada, essa é uma indicação da ONU e nenhum Estado
teve coragem de fazer isso no Brasil.
Pimentel pergunta para Tarcísio sobre cultura e uso de leis de incentivo
Tarcísio: A cultura é fundamental. O Estado não tem que presidir
cultura. Tem que dar recursos para grupos culturais comandarem a
cultura. O Estado não pode ser o promotor cultural. É apenas o
financiador.
Pimentel: Em 12 anos, por ausência de política cultural no Estado, os
recursos ficaram concentrados na região central de Minas. O que houve
aqui foi uma apropriação dos mecanismos culturais pelos projetos do
governo do Estado.
Tarcísio: Em Juiz de Fora criamos uma fundação para incentivar e promover a cultura através dos agentes culturais.
Fidélis pergunta para Pimenta sobre a terceirização da distribuição dos medicamentos em Minas
Pimenta: O programa Farmácia de Minas está levando remédios a todas as regiões do Estado.
Fidélis: Especializado tem que ser o Estado. Saúde não é mercadoria.
Isso é uma forma de enfraquecer os investimentos na saúde. O Estado tem
compromisso com as empresas que o financiam.
Pimenta: Os hospitais regionais de Ibirité, de Uberlândia e de Pirapora estão funcionando. Quem negar isso está mentindo
Tarcísio pergunta para Pimentel sobre educação
Pimentel: Valorização dos professores. Pagar o piso do salário que não é
pago pelo governo. Equipar bem as escolas, que são muito mal equipadas.
Tem escolas que não tem nem esgoto sanitário. Como podemos ter a melhor
educação do sudeste, como dizem, com esses dados? Criar escola integral
e as escolas técnicas.
Tarcísio: ensino fundamental os municípios mantém. O ensino médio, a cargo do Estado, nada se fez nos últimos anos.
Pimentel: Vamos criar os Centros Integrados de Ensino Múltiplo. Há
verba para a educação e nós vamos cumprir os 25% de verbas para a
educação. 90% das escolas públicas do Estado não tem biblioteca. Vamos
melhorar o básico e depois avançar.
Pimenta pergunta para Pimentel sobre energia elétrica
Pimentel: É um problema grave em Minas Gerais. A conta aqui é das mais
altas. As empresas saíram de Minas também por causa do valor da energia
elétrica.
Pimenta: Perguntei sobre a irresponsabilidade do governo federal sobre
as tarifas de energia. O consumidor de baixa renda em Minas quase não
paga imposto.
Pimentel: O candidato só escuta o que quer. Essa isenção em Minas
atinge muito poucas pessoas. Ela é a mais barata mas é fictícia.
2º Bloco: Candidatos perguntam para candidatos
Tarcísio pergunta para Fidélis sobre Corrupção, mensalões, Petrobras, aeroporto, viaduto...
Fidélis: Acho que quem estava nas ruas em 2013 gritava contra a
corrupção. Onde começa grande parte da corrupção? No financiamento de
empresas a partidos políticos. Os partidos também financiam pros grandes
meios de comunicação. Enquanto não desatrelarmos a política do mercado
não vai resolver.
Tarcísio: Será que não seria a hora do eleitor ser mais exigente na
hora de votar? Enquanto não tivermos eleitores melhores não teremos
políticos melhores.
Fidélis: Não culpo os eleitores porque o sistema é muito bem armado.
Nossa candidatura não recebe financiamento de empresa e é muito bom ver
esse reconhecimento na rua.
Pimenta pergunta para Pimentel sobre a perda de eleição do senado e no ministério
Pimentel: O tema não é de interesse do eleitor, eu acho, mas vou
responder. Quando deixei a prefeitura não disputei eleição. Disputei
depois a eleição para senado e perdi para Aécio e Itamar, não tenho
vergonha disso. Depois fui ministro de Dilma, não entendi onde perdi a
eleição.
Pimenta: O senhor foi reprovado pelo eleitorado de Belo horizonte. Foi
reprovado no ministério. O Brasil está em recessão e não sei como você
não se envergonha. Qual sua qualificação para governar Minas Gerais?
Pimentel: Não tem nada a ver o que o candidato quer fazer, de juízo de
valor, não cabe discutir isso aqui. Quero saber se a saúde e a educação
melhorou.
Pimentel pergunta para Tarcísio sobre sobre saúde
Tarcísio: toda cidade polo sofre com a situação de ter que atender população de cidades vizinhas. Não tem como.
Pimentel: Falta a participação do Estado. Três hospitais que o governo
diz que são estaduais na verdade são municipais. Temos que Criar os
Centros de Especialidades Médicas.
Tarcísio: A judicialização da saúde vai pra cima do prefeito. O
município pequeno não tem nada. Precisamos atender com o médico da
família.
Fidélis pergunta para Pimentel sobre problemas de moradia
Pimentel: Moradia é uma questão fundamental. Por isso temos o Minha
Casa Minha Vida, que ajuda a melhorar o deficit de moradias e ajuda as
empreiteiras. Em Minas o programa andou devagar, porque a Cemig não faz
ligação de luz e a Copasa não faz ligação de água.
Fidélis: Minha Casa minha Vida não resolve as moradias, resolve pras
construtoras. A solução é o Minha Casa Minha Vida entidades. Você assume
o compromisso de não desocupar as famílias hoje, sem polícia.
Reconhecer as ocupações como legítimas.
Pimentel: O tema é grave. Temos que respeitar o direito de
propriedade, mas não podemos ignorar o problema. Hoje não há um canal de
comunicação com as ocupações.
Fidélis pergunta para Pimentel sobre privatização de estradas
Pimentel: O governo do Estado fez um esforço, criou o Proacesso, um
bom programa, mas ele parou. Vamos retomar e ampliar o programa, direto
com os municípios. Vamos dar autonomia aos municípios. Pedágios só
quando forem necessários.
Fidélis: Elogiar o Proacesso é não ter compromisso com a população. As
estradas não tem acostamento. Antes de estradas temos que construir
ferrovias.
Pimentel: A obra da 381 já começou e o Anel rodoviário não começou
porque o Estado não conseguiu licitar o projeto. Vamos apoiar os
municípios para que eles cuidem de suas estradas. Eles são os melhores
fiscais.
Pimentel pergunta para Tarcísio sobre queda de empregos em Minas
Pimentel pergunta para Tarcísio sobre queda de empregos em Minas
Tarcísio: O desempenho de Pimentel como ministro é uma das causas que
está promovendo desemprego. Precisamos de tarifas mais condizentes.
Precisamo de segurança para ter competitividade. Precisamos preparar a
juventude.
Pimentel: tudo que você mencionou tem a ver com o governo do Estado. O
Brasil está enfrentando a crise com êxito, mas o Estado tem que fazer a
parte dele.
Tarcísio: Estamos arados no desenvolvimento econômico já a algum tempo, e isso é responsabilidade do governo federal.
Pimenta pergunta para Pimentel sobre dívida pública dos Estados com o governo federal
Pimentel: Minas tem um dos maiores níveis de endividamento. O contrato
feito pelo governo do PSDB que aumentou as dívidas. Alguns estados
conseguiram melhorar a dívida. Minas pegou 15 bilhões emprestado com o
governo federal e não conseguiu diminuir a dívida.
Pimenta: Fernando Pimentel mente descaradamente. Você precisa ter coragem pra dizer a verdade. Você é tolo.
Pimentel: A falsa exaltação do Pimenta não convence ninguém. Estou
discutindo a dívida de minas. Esse espetáculo lamentável que o candidato
do PSDB faz não resolve nada
Tarcísio pergunta para Fidélis sobre Maneiração
Fidélis: O governo do PSDB libera a construção de minerodutos, que é a
água da nossa casa pra ser colocada num cano para japoneses levarem a
preço de nada. Não adianta aumentar imposto de minério. A cidade deve
ter o direito de escolher se quer e como quer a mineração.
Tarcísio: Estamos sendo roubados por empresas multinacionais. Minas tem grande riqueza mineral e dá pra ter dinheiro pro povo.
Fidélis: Eles não podem falar porque os partidos deles têm compromisso
fechado com as mineradoras. Temos de fechar todos os minerodutos em
Minas Gerais.
3º Bloco: Considerações finais
Pimenta da Veiga: Você terá que decidir entre nossa candidatura e a do PT.
Tarcísio: Com austeridade, eficiência e melhor tributação do minério teremos recurso pra fazer o que é preciso
Pimentel: fizemos uma campanha propositiva. Vamos fazer um governo regionalizado e participativo.
Fidélis: agradeço todo o apoio que tivemos. O sonho que construímos hoje continua nas ruas.
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