Praticamente empatados, presidenciáveis têm uma semana para se valer de todas as armas que tiverem na tentativa de trazer para si esses eleitores
Juliana Cipriani -Estado de Minas
Publicação: 20/10/2014 06:00 Atualização: 20/10/2014 07:49
Na eleição presidencial que vem sendo considerada a mais disputada
desde a redemocratização do Brasil, o voto dos indecisos tem peso de
ouro. Praticamente empatados, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o
senador Aécio Neves (PSDB) têm uma semana para se valer de todas as
armas que tiverem na tentativa de trazer para si esses preciosos
eleitores. Pelas últimas pesquisas, há um pequeno universo de 5% do
eleitorado que, em uma briga a ser definida voto a voto, torna-se
importante trunfo a ser conquistado pelos rivais históricos.
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O clima de final de campeonato entre dois
times rivais torna essa camada de eleitores um nicho ainda mais
disputado. A guerra entre as “torcidas”, estimulada pelos candidatos,
vem ganhando força nas ruas e nas redes sociais e, com isso, pelo menos
os indecisos ouvidos pelo Estado de Minas fazem questão de dizer que no
dia da eleição vão escolher um lado. Para eles, os últimos programas de
televisão e o debate de sexta-feira serão as principais fontes para
chegar a uma decisão. Motivos para ser contra Dilma ou Aécio, segundo os
que ainda não se decidiram, não faltam, mas é preciso escolher. A
crítica comum aos dois é o nível da campanha, que nos últimos dias, como
definem, se transformou em uma gama de troca de acusações políticas e
pessoais.
Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Ranulfo Félix de Melo, o eleitor indeciso precisa de uma campanha mais esclarecedora. Neste sentido, o professor acredita que os últimos programas de televisão e o debate serão muito importantes, “desde que o eleitor encontre alguma informação, e não apenas ataques.” “Esse eleitor quer um argumento que o convença”, disse. Pelo quadro atual, Ranulfo explica que os indecisos estão sendo convidados a aderir a dois projetos: um que afirma que o país está muito ruim e deve mudar e outro que diz que ele já está mudando há muito tempo e vai melhorar. “Resta saber no que eles vão acreditar”, afirmou.
O clima de baixaria entre as candidaturas que se estabeleceu na reta final, segundo Ranulfo, serve apenas para demarcar território. Aécio tenta se marcar no campo anti-PT, enquanto Dilma quer que Aécio fique com a pecha de candidato do retrocesso. “Eles usam isso para se aproximar do eleitor. Se ele cai em uma dessas conversas, já está resolvido.”
Os indecisos, como a maioria do eleitorado brasileiro, segundo o cientista, não são ideológicos e deixam para decidir o voto nos últimos dias da campanha. Por isso, qualquer erro de Aécio ou Dilma nesta semana pode ser fatal. O peso maior, para o professor, ficará com o último encontro entre petista e tucano na televisão, marcado para sexta-feira, na Rede Globo. “Em uma campanha empatada, o último debate passa a ser o momento mais importante para as pessoas que querem escolher o voto, mas ele pode não decidir nada também. Se os candidatos ficarem somente nas agressões, pode ter eleitor que prefira anular o voto”, disse.
Conforme mostrou o EM, além dos que não sabem em quem votar e dos que dizem nas pesquisas que pretendem anular a decisão ou deixá-la em branco – juntos, eles somam pouco mais de 10% do total –, um grande número do eleitorado tende a não comparecer às urnas. A se repetir a tendência das eleições de 2002, 2006 e 2010, o número de pessoas aptas a votar que abrem mão do direito vai aumentar no segundo turno em relação ao primeiro. No dia 5 de outubro, 27,7 milhões de eleitores não votaram, o que equivale a 19,39% do eleitorado brasileiro. Para o domingo, a expectativa é que esse contingente suba para 31,6 milhões, ou seja, uma abstenção de 22,2%.
Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Ranulfo Félix de Melo, o eleitor indeciso precisa de uma campanha mais esclarecedora. Neste sentido, o professor acredita que os últimos programas de televisão e o debate serão muito importantes, “desde que o eleitor encontre alguma informação, e não apenas ataques.” “Esse eleitor quer um argumento que o convença”, disse. Pelo quadro atual, Ranulfo explica que os indecisos estão sendo convidados a aderir a dois projetos: um que afirma que o país está muito ruim e deve mudar e outro que diz que ele já está mudando há muito tempo e vai melhorar. “Resta saber no que eles vão acreditar”, afirmou.
O clima de baixaria entre as candidaturas que se estabeleceu na reta final, segundo Ranulfo, serve apenas para demarcar território. Aécio tenta se marcar no campo anti-PT, enquanto Dilma quer que Aécio fique com a pecha de candidato do retrocesso. “Eles usam isso para se aproximar do eleitor. Se ele cai em uma dessas conversas, já está resolvido.”
Os indecisos, como a maioria do eleitorado brasileiro, segundo o cientista, não são ideológicos e deixam para decidir o voto nos últimos dias da campanha. Por isso, qualquer erro de Aécio ou Dilma nesta semana pode ser fatal. O peso maior, para o professor, ficará com o último encontro entre petista e tucano na televisão, marcado para sexta-feira, na Rede Globo. “Em uma campanha empatada, o último debate passa a ser o momento mais importante para as pessoas que querem escolher o voto, mas ele pode não decidir nada também. Se os candidatos ficarem somente nas agressões, pode ter eleitor que prefira anular o voto”, disse.
Conforme mostrou o EM, além dos que não sabem em quem votar e dos que dizem nas pesquisas que pretendem anular a decisão ou deixá-la em branco – juntos, eles somam pouco mais de 10% do total –, um grande número do eleitorado tende a não comparecer às urnas. A se repetir a tendência das eleições de 2002, 2006 e 2010, o número de pessoas aptas a votar que abrem mão do direito vai aumentar no segundo turno em relação ao primeiro. No dia 5 de outubro, 27,7 milhões de eleitores não votaram, o que equivale a 19,39% do eleitorado brasileiro. Para o domingo, a expectativa é que esse contingente suba para 31,6 milhões, ou seja, uma abstenção de 22,2%.
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