segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Forte calor pode levar à confusão mental e morte

Hidratação é essencial para evitar problemas na saúde, alerta médica

Do R7
Baixa umidade também traz consequência ao organismoRenato S.Cerqueira/FuturaPress/EstadãoConteúdo
Há dias, o Estado de São Paulo vem enfrentando dias de muito calor a baixa umidade do ar. Neste domingo (19), a temperatura poderá bater recorde. O calor que atrai as pessoas para praias e piscinas também pode se tornar um grande vilão para a saúde, por isso, o ideal é intensificar a hidratação do corpo.
O clínico Paulo Olzon, presidente da Associação dos Médicos da Escola Paulista de Medicina, afirma que a desidratação é a principal consequência do calor excessivo e, se não tratada adequadamente, pode matar.
— O calor excessivo pode matar, especialmente os idosos que têm mais dificuldade de lidar com aumento da temperatura corporal e de sentir sede. Se ele morar sozinho, o risco aumenta porque a desidratação pode passar despercebida.
A médica fisiologista e professora da Santa Casa de São Paulo Cristiane Lopes ainda explica que o calor diminui a pressão arterial, o que pode ocasionar tonturas e desmaios.
— Há também uma diminuição do fluxo de sangue no cérebro. É por isso que, geralmente, as pessoas ficam mais indispostas no calor. Quando o corpo está doente, ele manda todas as suas energias para combater essa doença. Assim, o calor acaba fazendo com que o organismo fique ainda mais enfraquecido.
A baixa umidade do ar também provoca consequências no organismo. As mucosas, que vão desde o nariz até a garganta, ressecam com a falta de umidade, prejudicando a filtragem do ar e aumentando a incidência de doenças do trato respiratório, afirma José Eduardo de Sá Pedroso, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.
— O tempo seco não dispersa os poluentes, agravando doenças como as rinites alérgicas e facilitando infecções, como a sinusite, que atacam diretamente a respiração e podem atingir também a voz.
Hidratação é essencial
Enquanto a chuva não vem, a pneumologista Jaquelina Ota, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que os cuidados devem ser redobrados, e a principal maneira de evitar as complicações na saúde é a hidratação com muita água. Os mais sensíveis, como os portadores de doenças respiratórias crônicas, a qualquer sintoma, devem procurar o médico, e não deixar de tomar a medicação de controle para evitar crises, alerta a médica.
— O ideal é dois litros de água por dia. Atenção especial a crianças e idosos que têm mais dificuldades de se hidratar sozinhos. Outra dica também é a utilização de soro fisiológico ou soro caseiro [feito água e colher de café de sal] nas narinas. Evite também atividades físicas em ambientes abertos quando a umidade relativa está em torno de 20% a 30%.
Como aliviar o calor?
Uma das maneiras de aliviar o mal-estar é “criar correntes de ar” nos ambientes, como por exemplo, usar ventiladores, segundo sugestão da fisiologista.
— Outra dica seria colocar uma toalha úmida em contato com o corpo, porque assim o corpo perde calor e alivia essa sensação.
As crianças abaixo de dois anos merecem atenção redobrada, já que não têm autonomia para hidratar o corpo sozinhas, explica o clínico. Já pessoas que trabalham na rua devem optar por roupas leves e sempre carregar uma garrafinha de água.
— Outra dica é procurar ficar em lugares arejados e, sempre que possível, abrir as janelas do transporte público.

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