Eles elegeram Dilma

Eleitores contam por que decidiram dar mais um mandato à presidente e dizem o que esperam do próximo governo

JÚLIA KORTE E FELIPE GERMANO

31/10/2014 07h00

 

Edna Maria da silva
Vendedora ambulante I 57 anos | RO
"A primeira vez em que votei em Dilma foi em 2010. Votei por ser uma mulher na Presidência. Uma mulher com muitos propósitos. Desde então, conheço muitas pessoas favorecidas com os programas sociais, de educação e saúde. A situação de pobreza onde moro é muito grande. Você vê ambulância em barquinhos levando serviços para os ribeirinhos. Temos filhos hoje na escola por causa da Dilma. Para mim, isso é grande. Sem contar os projetos que incentivam os jovens a ter acesso ao ensino técnico. Eles entram e saem de lá com trabalho garantido. Hoje, consegui abrir uma microempresa e ter um terreno por causa das facilidades e dos incentivos do governo dela"
(Foto: Beethoven Delano/Época)

Juber Pacífico
Estudante de ciências sociais I 22 anos | MG
Escolher Dilma foi mais falta de opção que certeza de que ela fará um governo melhor. Acho que foram quatro anos de governo regular. Ela poderia ter levantado bandeiras mais progressistas, mas não fez isso por acordos políticos com partidos conservadores e a bancada evangélica. Sou homossexual e acho que Dilma pecou em não cobrar um tratamento mais duro contra a homofobia. O que me faz votar nela são os aspectos sociais. A área econômica, não discuto muito, até porque não é minha especialidade
(Foto: Leo Drumond/Nitro/Época)

Álvaro Santana
Estudante I 22 anos | SE
"Votei na Dilma porque prefiro que ninguém mais morra de fome, apesar de ser um governo mediano. Acredito que Dilma repensará escolhas de governo, como o controle da inflação, e será mais pé no chão sobre a verdadeira situação econômica do país. Em seu primeiro governo, ela não conseguiu priorizar o combate ao preconceito aos homossexuais e dar atenção a outros temas tabus, como a regulamentação da maconha e a legalização do aborto. Espero que isso avance"
(Foto: Pedro Farina/Época)

Valentina Oliveira
Estudante de filosofia I 22 anos | AM
"Nunca usufruí diretamente os programas de assistência social, mas seria hipocrisia dizer que não participo dessas conquistas do governo, pois vejo a minha disposição o aumento de oportunidades no ensino superior, como ampliação de vagas e programas como Ciências sem Fronteiras, além do crescimento do número de concursos públicos nos últimos 12 anos. Com a vitória da Dilma, espero a continuidade e o aprimoramento de tudo o que foi feito por seu governo em prol dos brasileiros"
(Foto: Alberto César Araújo)

João Pucinelli
Educador social I 24 anos | GO
"Dilma privilegiará o desenvolvimento econômico das camadas mais pobres da população. É preciso garantir aumento real do salário mínimo, distribuição de renda, emprego, acesso à universidade e à formação profissional. Espero que ela estabeleça esforços para criminalizar a homofobia, garantir os direitos das populações indígenas e quilombolas e que faça uma reforma política que garanta a paridade de representação de negros, mulheres e do grupo LGBT"
(Foto: Cristiano Borges/Época)

Elena Cristina Vieira
Auxiliar fiscal I 45 anos | RS
"Votei em Dilma por constatar, pelas pessoas ou pelo noticiário, como ela mudou a vida do povo. Houve uma verdadeira inclusão social. Hoje, as pessoas conseguem comprar sua casa própria, seu carro ou sua moto. Podem se qualificar em cursos técnicos gratuitos e receber bolsas integrais ou parciais para fazer faculdade. Espero que ela priorize a saúde, melhore as instalações e condições dos hospitais públicos, aumente leitos e agilize a marcação de consultas. Também me preocupo com a segurança pública. Temos de nos sentir seguros em qualquer lugar"
(Foto: Anderson Astor/Época)

Orlando Lopes
Professor universitário I 42 anos | ES
"Votei em Dilma por acreditar que, mesmo com todos os atropelos dos interesses partidários, houve uma lógica de ‘bem-estar social’ e de participação popular na ondução de políticas públicas. Agora, o mais relevante é ‘consertar’ os partidos, embora uma reforma política eficaz pareça virtualmente impossível, diante de tantos interesses. Na próxima gestão, gostaria que o governo federal ficasse mais próximo do Espírito Santo. Dilma deveria vir comer moqueca e peixe frito, andar descalça na praia. Com certeza, precisará depois da eleição"
(Foto: Lucas Aboudib/[Pix] Fotografia/Época)