terça-feira, 14 de outubro de 2014

Candidatos fazem nesta terça o primeiro embate do segundo turno na TV

14/10/2014 07:49 - Atualizado em 14/10/2014 07:49

Aline Louise e Fernando Dutra - Hoje em Dia



Miguel Shincariol/AFP
Candidatos fazem nesta terça o primeiro embate do segundo turno na TV
Dilma e Aécio, em debate na Rede Bandeirantes, ainda no primeiro turno
Acontece nesta terça-feira (14) o primeiro debate de TV do segundo turno das eleições presidenciais, realizado pela Rede Bandeirantes. O confronto entre a candidata Dilma Rousseff (PT) e o candidato Aécio Neves (PSDB) será às 22h e deve abrir a temporada de discussões diretas e acaloradas entre os concorrentes ao Planalto. Os quatro embates televisivos previstos entre os presidenciáveis para este segundo turno também devem ter maior impacto sobre o eleitor, segundo especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia.
Além do debate desta terça, haverá ainda encontros no SBT (dia 16), na Record (dia 19) e na Globo (dia 24).
“Os debates tendem a ter um impacto maior quanto mais o jogo está indefinido, empatado. Qualquer embate direto pode representar um fator relevante nestas circunstâncias”, avalia o cientista político Paulo Roberto Figueiras, professor da UFJF.
Para ele, esta eleição terá o segundo turno mais imprevisível e acirrado dos últimos pleitos presidenciais, consequentemente, os debates também serão mais relevantes do que em momentos em que a tendência de vitória estava mais consolidada.
O especialista em marketing político Adriano Mariano diz que, mesmo que a audiência dos próximos debates não seja significativamente maior do que a registrada no primeiro turno, eles atingem uma parcela do eleitorado que é formadora de opinião. “Agora, esse eleitor está direcionado a ter uma visão mais crítica e a reafirmar suas posições diante do debate. Assim, eles vão se municiar para influenciar outras pessoas de seu ciclo social, nas conversas cotidianas”, avalia.
Do ponto de vista estratégico, Adriano Mariano diz que o único caminho para campanha da presidente Dilma é tentar desconstruir a imagem de Aécio. “Eles devem usar todas as reportagens e materiais que contraponham a imagem de bom gestor e solução para o Brasil construída por Aécio. A Dilma vai ter que pegar uma munição pesada contra ele, que, por sua vez, deve se fazer de vítima”.
Entre as estratégias que devem ser utilizadas pelo senador, segundo o especialista, está a ênfase aos escândalos de corrupção no atual governo federal. “A Petrobras é a galinha dos ovos de ouro para a campanha do Aécio. É senso comum que a estatal virou um covil”, diz.
Contudo, Adriano pondera que o tucano deve dosar o tom das críticas. “Historicamente, para os que estão na dianteira, não é bem visto criticar”, afirma.

Comparações devem voltar ao debate

Em campanha nessa segunda-feira (13), em Curitiba, o candidato Aécio Neves comentou sobre a postura que deve adotar nos próximos debates. Segundo ele, o primordial será a apresentação de propostas. Contudo, disse que é preciso responder “à mentira, à infâmia e à calúnia”, que estariam sendo promovidas pela adversária.
“No que depender de mim, serei muito firme na defesa dos nossos projetos, mas o que estamos assistindo no campo situacionista hoje é uma candidata à beira de um ataque de nervos, que infelizmente volta a fazer aquilo que foi sempre a principal arma do PT, não apenas contra mim. Foi assim contra o Eduardo (Campos) e contra a Marina (Silva)”, afirmou.
Segundo o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e um dos coordenadores da campanha de Aécio, durante os debates, o presidenciável tucano vai reafirmar a sua trajetória política e a necessidade de mudança. “Temos hoje uma condução econômica equivocada, um nível de corrupção nunca antes visto, uma má qualidade nas políticas públicas. O Brasil precisa de um estadista, apto ao diálogo para promover as reformas estruturantes que o país necessita”, defende.
Do lado petista, a estratégia será manter as comparações entre as gestões petista e tucana, tendo como referência a época de Fernando Henrique Cardoso no governo federal.
“Adotaremos o tom que viemos elaborando durante todo o período eleitoral, que é mostrar o país que construímos e mostrar a diferença do nosso governo em relação a outros”, diz o deputado federal Miguel Correia (PT).
Segundo ele, a presidente Dilma ainda não confirmou a participação em todos os debates, mas provavelmente comparecerá.
Mesmo com as últimas pesquisas oficiais mostrando vantagem de Aécio sobre Dilma no segundo turno, a campanha petista segue otimista. “Nossos levantamentos internos têm dito outras coisas. Nos próximos dias, podemos ter surpresas quanto a pesquisas. A Dilma vai aparecer na frente. Toda oportunidade da presidenta mostrar, ainda com mais vigor, a diferença entre nosso governo e de outros é bem vinda”, conclui.

A dinâmica do confronto

O debate da Band começa às 22h e será marcado pelo confronto direto entre os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff, sem intervenção de jornalistas. A programação será dividida em 5 blocos. No primeiro, os concorrentes deverão apresentar suas principais proposta de governo. Nos demais, os temas serão livres.No último bloco será reservado tempo para as considerações finais.
 

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