19/10/2014 21:06 - Atualizado em 19/10/2014 21:06
O cadastro funcional do advogado Igor Rousseff junto à Prefeitura de
Belo Horizonte traz a informação que o endereço de residência dele na
Capital seria uma casa localizada na região da Pampulha. Este seria o
principal argumento para justificar que o irmão da presidente Dilma
teria residência fixa em Belo Horizonte e, com isso, não seria
funcionário fantasma da administração de Fernando Pimentel (PT), como
foi denunciado semana passada pelo presidenciável Aécio Neves durante
debate no SBT. A informação, no entanto, embora conste de documento
oficial, não foi confirmada por nenhum dos vizinhos da casa localizada
na alameda Jacarandá, ouvidos pela reportagem do jornal Hoje em Dia.
Moradores da cidade de Passatempo, no Campo das Vertentes, já haviam
informado que Igor Rousseff mora regularmente há pelo menos 18 anos no
município, localizado a quase 150 quilômetros da capital. Único irmão
vivo da candidata do PT, Igor foi nomeado assessor especial do então
prefeito Fernando Pimentel (PT) em 2003 e permanecido no cargo até a
posse de Marcio Lacerda, em 2009. O endereço que consta no contrato de
trabalho do irmão da presidente é da mãe de Dilma Rousseff, mas segundo
vizinhos da família, ele nunca morou no imóvel. As declarações dos
moradores colocam ainda mais em dúvida se o ex-prefeito e governador
eleito de Minas, Fernando Pimentel, teria mesmo empregado por seis anos
uma pessoa sem endereço fixo na capital, irmão de sua amiga, a então
ministra Dilma Rousseff.
Calado e arredio
A mãe da presidente, Dilma Jane Coimbra, 90 anos, morou por lá até a
filha ser eleita para o primeiro mandato. “Antes, Dilma ia muito visitar
a mãe, mas o Igor não. A única vez que lembro de tê-lo visto na casa
foi em uma festa de aniversário da família”, contou uma vizinha que mora
há mais de 25 anos na rua, mas que não quis se identificar.
Atualmente, o imóvel é ocupado pela irmã da mãe da presidente. Arilda,
tia de Dilma, morava em Brasília com a irmã e a sobrinha. Entretanto, de
acordo com os vizinhos ouvidos pelo Hoje em Dia, a idosa voltou há
pouco tempo para a capital mineira. “Vejo o Igor de vez em quando por
aqui, mas, até onde sei, ele nunca morou na casa. Quando vem, passa na
rua, cumprimenta e só. É muito calado, fechado”, contou uma outra
vizinha, moradora há 40 anos.
Conforme apurado com um outro vizinho, Igor visita a tia pelo menos uma
vez por mês. “Ele vem em um carro vermelho ou numa caminhonete,
estaciona na garagem da casa e só sai para caminhar ou, de ônibus, ir ao
Centro. Na maioria das vezes está usando jaqueta jeans. Cumprimenta,
mas não é de conversa”, contou. Uma pessoa que morou na alameda
Jacarandá por sete anos também enfatizou que o advogado nunca morou na
residência.
Neste domingo (19), a reportagem procurou Arilda no imóvel. Porém, a
cuidadora da idosa, identificada apenas como Mara, disse que ela não
poderia atender a equipe. “Está doente”, alegou. Num primeiro momento,
Mara chegou a dizer que Igor nunca morou na residência. Depois, no
entanto, afirmou que o advogado teria vivido no imóvel, mas não soube
informar por qual período.
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