terça-feira, 2 de setembro de 2014

Petista histórico, empresário agora apóia Marina e Aécio

01/09/2014
 às 6:02 \ Mercado de ideias

Até tu, Lawrence?

Teorema de Pih: Lógica > Ideologia = Progresso
Quando o PT ainda estava nas fraldas, Lawrence Pih, empresário dono do Moinho Pacífico em São Paulo, foi um apoiador de primeira hora.Lawrence Pih
Nas sucessivas eleições que Lula perdeu antes de chegar à Presidência, Lawrence era membro do conselho político do PT e participou da comissão de finanças do partido, com a tarefa inglória de levantar dinheiro para o então candidato, cuja retórica antimercado sequer sugeria o pragmatismo com que governaria depois.
Agora, quando o PT tenta obter seu quarto mandato presidencial consecutivo, Lawrence prefere ver no Planalto Marina Silva ou Aécio Neves.
Anos de gestão fiscal temerária, baixo crescimento, intervenção estatal em inúmeros setores e ausência de reformas fizeram com que o PT perdesse o voto de um empresário historicamente associado a uma agenda de esquerda no Brasil.
“Tanto Marina quanto Aécio trarão mais credibilidade ao País se eles se cercarem de pessoas competentes. Com Lula, tivemos a continuidade de política macroeconômica através de pessoas como o Antonio Palocci e o Henrique Meirelles. Tenho a esperança de que a Marina faça a mesma coisa. Conheço o trabalho do Eduardo Giannetti, e é um economista que defende políticas macro sólidas, que fazem sentido.”
Se Marina for eleita, vai ter que tipo de apoio dos partidos para governar?
“Acho que ela terá o PSDB sim, e terá a parte boa do PMDB: o Jarbas Vasconcellos, o Pedro Simon. Além disso, quem tem a caneta na mão consegue persuadir muita gente.”
Mas e o horror que Marina parece ter do PSDB, fazendo questão de dizer que não subiria no palanque de Geraldo Alckmin em São Paulo?
“A Marina é uma pessoa inteligente e certamente preocupada com a governabilidade. Quando você senta na cadeira, tem que amenizar suas posições mais radicais. Mas se ela começar, antes de ser eleita, a ser mais flexível, ela vai ser vista como uma política como as outras. Para governar, ela fará concessões, entretanto sempre dentro da ética que lhe é peculiar.”
O que deu errado com o Governo Dilma?
“Sempre que você tiver uma ideologia que prevalece sobre a lógica econômica, ou uma agenda política que se sobrepõe à lógica econômica, a economia sofrerá.”
Quais devem ser as prioridades do novo governo?
“Temos problemas estruturais, como uma economia indexada tanto nos salários quanto nas tarifas públicas, e contratos de médio e longo prazo. Temos uma educação de baixíssima qualidade. Da nossa produtividade então, nem se fala! O Ministro da Indústria e Comércio, Mauro Borges, disse que a produtividade do trabalhador brasileiro é um quinto do trabalhador norte americano. Nada justifica isso, nem mesmo a diferença na educação! Além disso, nos anos 90 os manufaturados eram equivalentes a 29% do PIB brasileiro, e hoje são 14%. O setor manufatureiro já não exporta nada que seja relevante. A legislação trabalhista também é um desafio. Ela é arcaica e excessivamente onerosa. No Brasil, há mais de 3,3 milhões de ações trabalhistas por ano. Os gastos e o desperdício de recursos públicos também oneram o país.”
Por Geraldo Samor

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