Redação
quinta-feira 18/09/14
Senador indica em artigo que País estaria
passando por grande momento de mudança e que nem o ex-presidente
conseguiria garantir a reeleição de Dilma
http://politica.estadao.com.br/blogs/radar-politico/para-sarney-lula-perdeu-aura-da-invencibilidade/
Em artigo publicado no último sábado, 13, no jornal espanhol ‘El
País’ o senador José Sarney afirma que o Brasil passa por um “tsunami
político” que ameaça as chances do PT de continuar no poder,
enfraquecendo até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que,
segundo Sarney, parece ter perdido “a aura da invencibilidade”.
“Para fugir da ameaça de derrota, pensaram alguns líderes do PT até
mesmo em fazer Lula candidato. Mas o ex-presidente parece também ter
sido atingido pelo maremoto e ter perdido a aura da invencibilidade,
embora mantenha seu carisma e ainda seja a maior liderança política do
País”, afirma o senador no texto divulgado também em seu blog pessoal.
Ele indica ainda que o ex-presidente, diante do cenário difícil para o
PT, estaria se afastando da disputa. “O Brasil perdeu o otimismo, há um
alto aquecimento do censo crítico, desapareceu a sacralidade das
políticas sociais. O presidente Lula dá sinais de não desejar engajar-se
num pacto de morte e se afasta de um duelo fatal”, diz o texto.
Mudança. Sarney relembra os episódios do suicido de
Getúlio Vargas e da morte de Tancredo Neves para discutir o que para ele
seria um momento de grandes mudanças com a possibilidade da vitória da
ex-ministra Marina Silva (PSB) na eleição presidencial, após a morte de
Eduardo Campos em um acidente de avião.
Ele cita o pessimismo com o cenário econômico do País e até um
descontentamento dos partidos da base aliada que, segundo o senador,
vivem a sensação de que os petistas “fizeram de tudo para massacrá-los
nos Estados, criando confrontações e arestas, e que agora há
oportunidade para reagir”. Até o seu partido, o PMDB, maior sigla da
base aliada de Dilma, estaria dividido e só fechou com a presidente,
segundo ele, devido à presença do vice-presidente Michel Temer na chapa.
“(O PMDB) só não vota contra Dilma por causa do vínculo de sua
participação na chapa; de uma figura de simples adereço, Michel Temer
passou a ser decisivo para a vitória”.
Críticas. Apesar de mencionar o complicado
cenário para Dilma, Sarney não poupa críticas a Marina Silva, que para
ele é uma incógnita e que “deixou uma marca de radicalismo” como
senadora e ministra do Meio Ambiente na primeira gestão de Lula.
“(Marina) deixou uma marca de radicalismo, como fundamentalista, de
capacidade limitada, preferindo sempre a confrontação ao diálogo, e
buscando não o entendimento, mas a conversão. Sua formação é das
Comunidades Eclesiais de Base, mas agora é evangélica ortodoxa,
considerando que o mundo se reparte entre os destinados à salvação e os
condenados à perdição”, diz o artigo.
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