sábado, 6 de setembro de 2014

Novo golpe altera código de barras de boletos bancários; dinheiro vai para conta de 'laranja'

Nesta semana, 11 pessoas foram vítimas na capital e há centenas de inquéritos nas delegacias de investigação de crimes cibernéticos
Pedro Ferreira - Estado de Minas
Publicação: 06/09/2014 06:00 Atualização: 06/09/2014 07:16
Todo cuidado é pouco na hora de tirar segunda via de boletos bancários pela internet. Estelionatários estão conseguindo mudar a numeração do código de barras e o dinheiro pago vai direto para contas de “laranjas” ou abertas pelos criminosos com documentos roubados. O empresário Maxmiliano Machado Hermeto, de 35 anos, foi vítima duas vezes. No primeiro golpe, o prejuízo foi de R$ 2,2 mil. O segundo, de R$ 998. Uma funcionária de uma empresa de produtos esportivos pagou uma dívida R$ 9,3 mil e o dinheiro foi para a conta de um golpista. Agora, ela está inadimplente. Somente esta semana, 11 pessoas foram vítimas na capital e há centenas de inquéritos nas duas delegacias de investigação de crimes cibernéticos da capital.
Dono de uma confecção de roupas, Maxmiliano conta que enviou boletos para seus clientes pela internet e um deles não pagou na data de vencimento. “Ele pediu um novo boleto com data de pagamento atualizada e reenviei pela internet. Fiquei acompanhando pelo site do meu banco, passaram três dias e não houve pagamento. Entrei em contato com o cliente, que garantiu ter pago”, disse o empresário. O banco descobriu que houve fraude, que o código de barra havia sido alterado com dados de outro banco. A conta que recebeu o dinheiro estava em nome de Félix Baram de Araújo e ontem Maxmiliano procurou a Delegacia de Investigação de Crimes Cibernéticos para registrar queixa. “Quero saber quem vai pagar meu prejuízo”, disse. Segundo ele, o banco somente o orientou a formatar o computador e instalar um anti-vírus.
Normalmente, os golpistas alteram os cinco primeiros números do boleto, que identificam o banco. Centenas de queixas do mesmo golpe foram registrados nos últimos meses nas duas delegacias de crimes cibernéticos da capital. “A pessoa faz o pagamento e leva um susto no mês seguinte quando chega a cobrança novamente”, disse o delegado César Duarte Matoso.
INVESTIGAÇÃO A orientação dele é que as vítimas imprimam o boleto falso que foi pago e que procure a Polícia Civil. Segundo ele, um vírus no computador é acionado quando a pessoa imprime o boleto. “A pessoa deve conferir a numeração do código de barras para saber se o banco está correto”, disse.
Contas fantasmas ou de laranjas estão sendo rastreadas para identificação dos golpistas. A pena para o crime de estelionato é de um a cinco anos. Quem empresta a conta bancária também pode responder pelo crime e ainda formação de quadrilha.

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