sexta-feira, 26 de setembro de 2014

MTST ameaça impor o caos com barricadas de pneus em chamas

São Paulo

Cerca de 5.000 sem-teto bloquearam vias nesta quinta-feira e protestaram em frente ao prédio da Sabesp contra falta de água na periferia

Eduardo Gonçalves - Veja.com
Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no Largo da Batata, em São Paulo, SP, nesta quinta-feira (25), protestam contra a falta de água e por moradias dignas. Os manifestantes marcharam até a sede da Sabesp na Marginal Pinheiros
Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no Largo da Batata, em São Paulo: protesto contra a falta de água na periferia (Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress)
Do alto de um carro de som, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, voltou adotar nesta quinta-feira sua tática de tentar chantagear o poder público e os paulistanos se os interesses do grupo que manobra não forem atendidos. As afirmações foram feitas durante um protesto que reuniu 5.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, em frente ao prédio da Sabesp, na Zona Oeste da capital.
"Se os acordos não forem cumpridos, o fechamento dessa rua, uma das principais de São Paulo, (no caso, a Marginal Pinheiros) vai virar rotina. A gente espera que o recado tenha sido entendido, se não vamos fechar as principais vias das regiões com pneu e barricadas de fogo", disse.
Não foi só. Boulos também prometeu "resistência igual ou pior" às cenas lamentáveis de destruição do patrimônio públicio e privado, na semana passada, durante a reintegração de posse do Hotel Aquarius. "Vou dizer tanto para a prefeitura quanto ao governo que se eles forem resolver o problema de moradia com bomba e polícia vão encontrar resistência igual ou pior do que aconteceu na semana passada", afirmou. 
A passeata começou por volta das 16 horas no Largo do Batata. O grupo seguiu até a sede da Sabesp, onde permaneceu por quase quatro horas. Boulos e mais oito lideranças do movimento foram recebidos no prédio para conversar com representantes da companhia. A queixa era de falta de água em bairros da periferia. Em seguida, o grupo marchou até a Marginal Pinheiros e bloqueou vias.

O protesto foi encerrado por volta das 20h30, quando o grupo se dividiu em filas para assinar a lista de presença, que vale pontos no movimento. A pontuação serve para indicar quem deve receber moradia por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida Entidades, que repassa verba para o movimento construir moradia.

Efetivo – Após o quebra-quebra ocorrido durante a reintegração de posse do hotel, o Comando da Polícia Militar decidiu aumentar o efetivo no monitoramento do protesto desta quinta. 850 policiais e 140 viaturas foram mobilizadas para acompanhar os sem-teto. O comandante da operação, o coronel da PM Glauco Carvalho, afirmou que a atenção foi redobrada e que não ocorreu nenhum incidente durante o percurso. "Foi tudo tranquilo. O movimento cumpriu o acordado de não fechar a via principal da Marginal", disse o coronel. Apenas um militante se feriu levemente após acender um rojão, que explodiu na
sua mão.

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