quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Marina Silva: 'Dilma quer ressuscitar o medo na campanha'

Eleições 2014

Ex-petista, candidata lembrou bordão adotado por Lula ao vencer o pleito de 2002 e disse: "Eu acredito profundamente que a esperança venceu o medo"

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, durante entrevista ao portal G1
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, durante entrevista ao portal G1(Reprodução/G1/VEJA)
Alvo de ataques em série orquestrados pelo PT, a candidata pelo PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quarta-feira que a presidente-candidata Dilma Rousseff está tentando "ressucitar o medo" na campanha eleitoral. A frase faz referência à estratégia adotada pelo PSDB em 2002 para tentar conter o avanço de Lula na corrida pelo Planalto. Vitorioso naquele ano, Lula adaptou a tática adversária a seu discurso e saiu-se com o bordão "a esperança venceu o medo" - uma estratégia de seu então marqueteiro Duda Mendonça. Em entrevista ao portal G1, Marina afirmou que Dilma se esqueceu de que seu partido já foi alvo de ataques do tipo. "Infelizmente, quem está querendo ressuscitar o medo é a presidente Dilma. E a pior forma de se fazer política é pelo medo. Eu prefiro fazer política pelas duas coisas que orientaram a minha vida: pela esperança e pela confiança", declarou.
Na véspera, propaganda eleitoral da presidente Dilma Rousseff comparou Marina a dois ex-presidentes que não terminaram o mandato: Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. A estratégia é associar a figura da candidata do PSB ao medo, indicando que ela pode não chegar ao fim do governo, caso seja eleita, por não ter apoio no Congresso. Logo em seguida, Marina respondeu ao ataque dizendo que quem tem trajetória parecida com a de Collor é Dilma que foi eleita presidente sem ter ocupado qualquer cargo eletivo anteriormente.
Marina repetiu a frase usada por Lula e pelo PT após a vitória das eleições de 2002: "Eu acredito profundamente que a esperança venceu o medo. A sociedade brasileira, quando faziam todo esse terrorismo contra o Lula, repetia essa frase. E eu acho que a população brasileira acredita e confia nisso, confia na nossa democracia", disse, tentando mostrar tranquilidade diante dos ataques de seus adversários.  Dilma também já tentou adapatar a frase a sua campanha, afirmando neste ano que "a esperança vai vencer o pessimismo".
A candidata do PSB voltou a responder questões sobre as mudanças feitas em seu programa de governo no que se refere às propostas para a comunidade gay. Ela minimizou as alterações e disse que a versão final do documento é a que traz consenso entre os membros da campanha. Marina aproveitou ainda para atacar seus advesários, dizendo que seu programa de governo é o único a assegurar direitos civis. Ela disse ainda "lamentar profundamente" que Aécio e Dilma não tenham apresentado um programa de governo. Sobre a liderança nas pesquisas, Marina disse que esta com os pés do chão. "Temos que andar de pé no chão, com sandália de algodão. Quem decide a eleição é o cidadão", comentou. 
Erros — Para responder às mudanças feitas em seu programa de governo, Marina disse que o importante é estar disposto a corrigir os erros, o que, segundo ela, não ocorre com a presidente Dilma. "O atual governo não tem essa disposição. Temos inflação alta, e o governo não se mostra disposto a corrigir isso", criticou. "Eu não quero ser a presidente que vai ter como compromisso manter os erros."

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