segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ibovespa derrete no início do pregão

Mercado de capitais

Ações da Petrobras lideram perdas e puxam para baixo o principal índice da Bovespa, que chegou a cair mais de 5% no início do pregão. Melhora de Dilma em pesquisas eleitorais motivam cautela de investidores

Ibovespa tem reagido bastante às pesquisas eleitorias
Ibovespa tem reagido bastante às pesquisas eleitorias (Reinaldo Canato/VEJA)
O principal índice da BM&FBovespa, bolsa de valores brasileira, começou o dia em queda de 0,21%, aos 57.089 pontos. Com apenas 20 minutos de pregão, o Ibovespa já despencava 5,25% (54.206 pontos), muito influenciado pelas pesquisas eleitorais. Ao longo da sessão, a queda perdeu intensidade. Por volta de 13h30, o principal índice da Bovespa recuava 3,30% (55,323.89 pontos). Os papéis da Petrobras perdiam 9% e lideravam as perdas do Ibovespa. Em seguida, apareciam a construtora Even (6,82%), BMFBovespa (6,69%) e Gafisa (5,96%). Na contramão, as principais altas eram registradas por Fibria (1,70%). BB Seguridade (1,47%) e Qualicorp (1,17%).
"Ocorre fuga do Brasil com temor de que tenhamos mais um governo de muito intervencionista, com políticas desfavoráveis às estatais, com controle de preços e intervenção, como combustíveis e energia. Além disso, tem a falta de confiança no governo. Mas como você recupera o investimento se você está brigado com aqueles que detém os recursos para investimento, o mercado financeiro?", explica o analista da Empiricus Felipe Miranda.
Nesta segunda-feira as negociações de contratos futuros do Ibovespa para outubro já sinalizavam uma abertura bastante negativa para a bolsa brasileira. Às 9h31, o contrato para outubro do Ibovespa negociado na BM&F recuava 5,41%, a 54.690 pontos. Pesquisas eleitorais divulgadas na sexta-feira à noite mostrarem nova melhora da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, na corrida presidencial. O cenário eleitoral tem influenciado muito o desempenho de ações da BM&FBovespa, especialmente as ligadas ao governo, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, o chamado "kit eleições". 
Levantamento do Datafolha mostrou que Dilma praticamente dobrou sua vantagem sobre Marina Silva (PSB) para o primeiro turno da eleição, no próximo domingo, e passou a ter vantagem numérica em relação à candidata do PSB em simulação de um segundo turno. 
O quadro externo desfavorável também corroborava as perdas, com declínio nos índices futuros norte-americanos e nas bolsas europeias, em meio a manifestações civis em Hong Kong.
"A bolsa não está caindo à toa. O governo flerta com baixo crescimento e inflação, atribui muito culpa ao cenário internacional, mas o cenário internacional tende a piorar. O próximo ano promete ser muito pior, com queda dos preços das commodities e aumento das taxas de juros norte-americanas (que atraem dinheiro dos mercados emergentes para os EUA)", comentou ainda Felipe Miranda, da Empiricus.
Câmbio - O dólar disparou nesta segunda-feira, voltando ao maior patamar desde final de 2008, com o mercado reagindo à recuperação da presidente Dilma na corrida eleitoral. Por volta de 9h50, a moeda norte-americana subia 2,26% e chegou a atingir máxima de 2,4792 reais, maior nível intradia desde 10 de dezembro de 2008 (2,5100 reais). Ao longo da manhã, no entanto, a alta perdeu ritmo. Por volta das 13h30, o dólar subia 1,32%, cotado a 2,4479 reais. 
(Com agência Reuters)

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