07/09/2014 07:42 - Atualizado em 07/09/2014 07:42
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Paulo Roberto Costa em depoimento na CPI da Petrobras, em junho
O esquema de corrupção na Petrobras, escancarado nos depoimentos do
ex-diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa,
coloca a gestão do PT no centro de escândalo muito semelhante ao
mensalão, mas com cifras ainda mais elevadas.
De acordo com reportagem publicada pela revista Veja desta semana,
Costa, que fez acordo de delação premiada com a Justiça, envolveu
parlamentares e governadores do PT e de partidos da base aliada como
beneficiários de propinas arrecadadas nos contratos da estatal com
empreiteiras, entre 2004 e 2012. O período abrange os governos de Luiz
Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
A exemplo do mensalão, quando o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares,
era o responsável pela articulação do esquema com o empresário Marcos
Valério, os depoimentos de Costa listam entre os envolvidos, segundo a
reportagem da revista Veja, o atual secretário de finanças do partido,
João Vaccari Neto.
Embora o teor das revelações do ex-diretor da Petrobras não tenha sido
divulgado, a revista sustenta que ele teria citado diversos
parlamentares da base aliada do governo no Congresso. É o caso dos
presidentes da Câmara, Henrique Alves, e do Senado, Renan Calheiros,
ambos do PMDB, além dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira,
presidente nacional do PT.
Entre os deputados estariam, João Pizzolatti (PP-SC) e Cândido
Vaccarezza (PT-SP). O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão
(PMDB-MA)e o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), também
teriam sido citados.
A revista lista, ainda, como beneficiários do esquema, os governadores
do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e do Maranhão, Roseana Sarney
(PMDB), além do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto
em acidente aéreo no mês passado.
ESQUEMA
Segundo a reportagem da Veja, as empreiteiras que firmavam contratos
com a estatal eram levadas a repassar parte de seus lucros ao esquema. O
dinheiro era lavado por doleiros, como Alberto Youssef, preso na
Operação Lava-Jato, e distribuído para os políticos e partidos da base
aliada para manter o apoio ao governo e financiar atividades políticas
ou pessoais.
Paulo Roberto Costa chegou à diretoria da Petrobras por indicação de
José Janene (PP), também envolvido no mensalão, ainda no governo Lula, e
saiu apenas após a prisão de Youssef.
Nenhum comentário:
Postar um comentário