quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dilma não perderia a eleição 'nem se a gente quisesse', diz Temer

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Vice-presidente da República e mais uma vez na chapa da presidente Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB) disse nesta terça-feira (16) em Campinas (SP) que "o Brasil está crescendo fantasticamente" e que, "nem que a gente quisesse, a gente não tem condições de perder a eleição".
Temer visitou o sindicato dos frentistas pela manhã e discursou para empresários em um dos principais hotéis da cidade, onde foi homenageado como personalidade do ano por uma associação local.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país (com 22,4% de todos os eleitores), Marina tem 40% das intenções de voto, e Dilma, 26%, segundo a última pesquisa do Datafolha, na semana passada. Temer já havia estado ontem na Baixada Santista e na capital, e Dilma visitará Campinas nesta quarta (17).

Zanone Fraissat/Folhapress
O vice-presidente Michel Temer
O vice-presidente Michel Temer
"Quando eu vejo esse entusiasmo, mais do que esse entusiasmo, essa unidade absoluta que existe entre os frentistas e entre os diversos sindicalistas do país", disse o vice-presidente durante discurso no sindicato, antes de completar: "Quando eu vejo esse entusiasmo, eu digo: nem que a gente quisesse a gente não tem condições de perder a eleição. Nós vamos ganhar."
Entre as razões para a reeleição, segundo Temer, está o crescimento do país. "O Brasil está crescendo fantasticamente", afirmou o candidato à reeleição, que citou o setor de shoppings centers.
"Ontem [segunda-feira] à noite, depois de uma longa caminhada pela Baixada Santista, fui inaugurar uma exposição de shoppings centers em São Paulo", disse. "São cerca de 530 no Brasil, geradores de 900 mil empregos. Do ano passado para cá, inauguraram 95 shoppings centers. Você só instala shoppings centers, lojas, só investe, porque sabe que vai ganhar dinheiro."
"Por que pode abrir mais 95 shoppings no país? Porque 40 e tantos milhões de pessoas que nada consumiam passaram a consumir. Foram para a classe média, e foram para a classe média pela atuação dos governos Lula e Dilma", afirmou o peemedebista.
RETRAÇÃO
Apesar do otimismo do vice-presidente, o PIB do Brasil apresentou retração nos dois últimos semestres (queda de 0,2% entre janeiro e março e 0,6% entre abril e junho).
Na segunda-feira (15), o mercado reduziu a previsão de crescimento do PIB para 2014 para 0,33%, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Foi a 16ª semana seguida de queda.
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) diminuiu sua projeção para este ano de 1,8%, anunciado em maio, para 0,3%, divulgado ontem.
"O Brasil caiu em recessão no primeiro semestre. O investimento tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação acima da meta", destacou a OCDE em relatório.
PRIVATIZAÇÕES
No discurso para empresários, Temer destacou o perfil "privatizador" do governo Dilma.
"De vez em quando se diz que o governo é estatizante. Mas nunca se fez tanta privatização como se fez nesse governo. Basta tomar o caso dos aeroportos: todos basicamente foram concedidos", afirmou, sobre os leilões de Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão e Confins.
"Os portos, que eram públicos, agora, com a lei dos portos patrocinada pelo nosso governo, podem ser privados –e serão muitos", disse. "Nós privatizamos muitas coisas no nosso país." 

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