segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Debate de presidenciáveis começa com Dilma atacando Marina Silva

CORRIDA ELEITORAL

Evento acontece na TV SBT; candidatos com menores índices nas pesquisas de intenção de voto focaram em realizar 'dobradinhas' para atacar e criticar os três principais nomes

PUBLICADO EM 01/09/14 - 18h18
A presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, abriu o debate promovido nesta segunda-feira (1º) pela Folha, UOL, SBT e Jovem Pan pressionando a adversária do PSB, Marina Silva, a explicar onde pretende buscar o dinheiro para realizar as promessas de campanha, apresentadas em seu programa de governo na semana passada.
Em tom provocativo, Dilma questionou: "Você diz que vai antecipar 10% do PIB para a Educação, 10% da receita bruta da União para a Saúde e passe livre para estudantes de escola pública. No total, são despesas de R$ 140 milhões. De onde vai tirar os recursos?".
Em sua resposta, Marina respondeu que "não são promessas", mas "compromissos", e disse que conseguirá os recursos necessários "fazendo as escolhas corretas" e "não manter as escolhas erradas".
"Quando é dinheiro para banqueiro, ninguém questiona de onde vem o dinheiro. O que nós vamos fazer é as escolhas corretas", rebateu a candidata do PSB.
Em seguida, Dilma voltou a alfinetar a adversária, afirmando que Marina "falou" muito, mas não foi clara em sua resposta.
"A senhora falou, falou, mas não respondeu a pergunta de onde vai vir o dinheiro. Quem governa deve saber de onde vir o dinheiro", disse Dilma.
"As promessas da senhora equivalem ao montante que nós gastamos em Saúde e Educação. E nós triplicamos os valores repassados a essas áreas", afirmou a candidata à reeleição.
Dilma ainda acusou Marina de ignorar, em seu programa de governo, os recursos do pré-sal. Marina, no entanto, rebateu a afirmação.
"O dinheiro do pré-sal já está assegurado e nós vamos fazer bom uso do dinheiro. Vamos antecipar a meta com investimento na educação em tempo integral. O pré-sal deve ser explorado. A ideia cartesiana de governo só enxerga uma alternativa, nós vamos pensar em vários meios, com busca de novas fontes de renda e energia", disse Marina.
ECONOMIA
O tema economia também domina o debate entre os presidenciáveis. O candidato do PSDB, Aécio Neves, lembrou que o PIB brasileiro caiu 0,6% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. Com o resultado, economistas avaliaram que o Brasil entrou em recessão técnica.
Em pergunta para o candidato Eduardo Jorge (PV), o tucano questionou a condução da economia do país.
"Ouvimos a presidente dizer no último debate que não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o Brasil está em recessão. O senhor se preocupa com a condução da economia no Brasil?", questionou Aécio.
Após o primeiro debate na TV, realizado na semana passada, Dilma e Marina apareceram empatadas na última pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (29), com 34% das intenções de voto. Já Aécio aparece na terceira posição, com 15% da preferência do eleitorado.
Com a subida de Marina nas pesquisas, a campanha petista tem elevado as críticas à adversária, questionando, em seus programas eleitorais, a experiência da candidata. Já a campanha tucana, aposta nas críticas à condução da economia para derrotar a concorrente do PT.
Depois, os candidatos com menores índices nas pesquisas de intenção de voto focaram em realizar 'dobradinhas' para atacar e criticar os três principais nomes, que Eduardo Jorge (PV) chamou de 'G-3' e Luciana Genro (PSOL) de 'irmãos siameses'.
Momentos depois, foi a vez do candidato tucano Aécio Neves (PSDB) perguntar ao ambientalista Eduardo Jorge (PV). O ex-governador de Minas aproveitou a pergunta para alfinetar a política econômica do governo Dilma, afirmando que o crescimento do PIB e a inflação seriam culpa das atitudes tomadas pela equipe petista.
Depois, Pastor Everaldo (PSC) questionou ao candidato Levy Fidelix (PRTB) sobre a ausência de um ministério que trate sobre a Segurança Pública. Para o ex-deputado, a melhoria das condições dos policiais e o aumento do salários dos servidores de segurança pública é essencial. Ele ainda alfinetou o religioso ao afirmar que a Petrobras é imprivatizável, citando uma das propostas de Everaldo.
SEGUNDO BLOCO
O 2º bloco começou com perguntas feitas por jornalistas para os candidatos. Marina Silva foi a primeira a ser abordada, tendo o tema sobre as palestras que a ex-senadora fez durante os últimos anos.
Ela argumentou que é necessário fazer uma 'separação' da vida privada e da vida pública, e disse que não vê problemas caso fossem reveladas as empresas que a contrataram para realizar palestras.
Dilma foi a segunda candidata a ser interrogada por um jornalista. Ela afirmou que o Brasil não passa por uma recessão econômica, já que o emprego está em alta real e a inflação contida dentro da meta. Além disso, a presidente defendeu que a boa situação da Bolsa de Valores mostra que a economia anda bem no país. A petista ainda mostrou que Japão e alguns países da Europa também demonstram baixo rendimento no crescimento do PIB, o que indicaria uma situação ruim no aspecto mundial.
Ao comentar a resposta de Dilma, Marina Silva criticou a política economica do atual governo e afirmou que a população paga um preço alto pelas 'irresponsabilidades' na área fiscal e econômica feitas pela petista.
Na tréplica, Dilma chegou a alfinetar Marina Silva, criticando a proposta da ex-senadora de dar autonomia ao Banco Central. “Propor como forma de solucionar a questão econômica no Brasil a autonomia do Banco Central só levará a maior dificuldade em regulação do sistema financeiro”.
A pergunta seguinte foi direcionado ao candidato Pastor Everaldo, que foi acusado, em 2012, de ter agredido a mulher. Em sua resposta, o religioso afirma que foi casado por 22 anos mas 'não teve êxito' e respondeu que 'nunca agrediu ninguém'. Em comentário, o tucano Aécio Neves afirmou que foi a favor da criação da Lei Maria da Penha.
 
Com Folhapress

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