sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Como Lula e o PT, a presidente Dilma não quer a imprensa livre

12Acílio Lara Resende
 
PUBLICADO EM 25/09/14 - 00h00 - O Tempo
A partir de alguns anos para cá (refiro-me à minha geração), o tempo tem passado de forma avassaladora. Angustiante mesmo. Estamos a dez dias das eleições. No dia 5 de outubro, domingo (espero um dia iluminado e de céu totalmente azul…), elegeremos o presidente da República, os governadores dos Estados, alguns senadores, os deputados federais e os estaduais. De preferência, votando em algum dos candidatos, dentre os muitos que se apresentam, pois voto branco ou nulo não ajudam em nada, só prejudicam. A omissão, que no direito se chama “ação negativa”, é de longe a pior opção. Para o mais alto cargo da República, espero que seja eleito um candidato disposto a encerrar o atual ciclo de governo. Que promova uma democracia republicana e ainda dê partida a uma gestão econômica responsável.

Temos que promover a combinação entre democracia e República: a primeira é o povo, a inclusão social, como afirma o historiador e cientista mineiro José Murilo de Carvalho; a segunda é a virtude, o bom governo. E sem prejuízo da liberdade, um bem intrínseco ao ser humano. Nada de retrocesso institucional, como vem fazendo o partido – que hoje governa o país – por meio do aparelhamento do Estado.

Infelizmente, o governo da presidente Dilma Rousseff não pensa assim. Sua preocupação com a liberdade de imprensa, por exemplo, é tão grande que a levou a afirmar, na semana passada, numa das entrevistas que tem concedido no Palácio da Alvorada, que “não é função da imprensa fazer investigação”. Está aí, às claras, mais uma inequívoca demonstração de que o que deseja de fato a ingrata presidente é a divulgação das versões oficiais preparadas pela sua assessoria. Ela sonha com a implantação da censura e do controle da mídia, objetivos que vêm sendo perseguidos por ela e pelo seu criador.

Na liça, que se instaura no próximo dia 5, destacam-se três candidatos: o mineiro Aécio Neves, a acreana Marina Silva, nascida em Brejo Velho, no Seringal Bagaço, e a presidente Dilma Rousseff, que, apesar de mineira (nasceu em BH), construiu sua vida no Rio Grande do Sul. Everaldo, Fidelix e Eymael estão definitivamente fora da disputa.

O primeiro, de 54 anos, quatro vezes deputado federal, presidente da Câmara, duas vezes governador de Minas e, atualmente, senador da República; a segunda, de 56 anos, analfabeta até os 16, ex-seringueira, ex-empregada doméstica, ex-professora, ex-vereadora em Rio Branco (capital do Acre), ex-deputada estadual, ex-senadora por oito anos, ex-ministra do Meio Ambiente e candidata à Presidência da República nas eleições de 2010; a terceira, de 67 anos, há quatro anos (e sem sargenteação anterior, à exceção de um cargo de secretária no Rio Grande do Sul), de poste tornou-se ministra de Lula e, por exclusiva decisão dele, e pela incrível inapetência das oposições, foi eleita presidente da República. E é aí que está o busílis ou o xis da questão.

Com tempo de televisão muitas vezes maior, com recursos financeiros ilimitados, com o poder na mão (manipulado ao seu bel-prazer), a presidente apresenta, em seu programa eleitoral, um país repleto de maravilhas e bondades, em todos os setores. Tudo isso, claro, disponibilizado pelo seu governo, que ainda se utiliza, não raras vezes, de meias verdades, que, como se sabe, são muito piores do que as mentiras. Que também são usadas, à saciedade, por ela e pela equipe.</CW>

Que país é este, afinal? Não é, com certeza, o que desejamos para nossos filhos e netos! Até quando aturaremos isso?

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