01/08/2014 13h34
- Atualizado em
01/08/2014 13h34
Militares ucranianos publicaram fotos no Instagram com origem na Ucrânia.
Militares ucranianos publicaram fotos no Instagram com origem na Ucrânia.
Ministério da Defesa russo negou-se a comentar as informações.
Fotos divulgadas na internet por soldados russos - incluindo duas
geolocalizadas na Ucrânia, para onde a Rússia nega ter enviado unidades
militares - colocaram Moscou em apuros.
Alexander Sotkin, de 24 anos, publicou no Instagram uma série de fotos geolocalizadas no povoado de Voloshino, onde sua unidade militar parece se encontrar. Nos dias 5 e 6 de julho publicou outras duas fotos geolocalizadas a 10 km dali, dentro do território ucraniano.
Alexander Sotkin, de 24 anos, publicou no Instagram uma série de fotos geolocalizadas no povoado de Voloshino, onde sua unidade militar parece se encontrar. Nos dias 5 e 6 de julho publicou outras duas fotos geolocalizadas a 10 km dali, dentro do território ucraniano.
Fotos
publicadas pelo soldado russo Alexander Sotkin no Instagram causaram
polêmica sobre presença de tropas russas na Ucrânia (Foto:
Reprodução/Instagram/sanya_sotkin)
O site americano BuzzFeed revelou a existência destas fotos de Sotkin
com as menções "exército" e "exercícios 2014", que poderiam indicar que o
exército russo cruzou a fronteira com a Ucrânia, apesar da negativa de
Moscou.
Interrogado pela AFP, um especialista em informática indicou que é
possível falsificar a geolocalização de fotos, embora, para isso, seja
preciso ter ótimos conhecimentos de codificação.
Por sua vez, o ministério da Defesa russo negou-se a comentar estas informações.
Na legenda de outras fotos, geolocalizadas em Voloshino, Sotkin conta
que passou o dia "sentado trabalhando no 'Buk', ouvindo música".
Para o BuzzFeed, isto significa que as unidades militares russas que
estavam perto da fronteira com a Ucrânia tinham mísseis terra-ar Buk,
dias antes da queda de um avião da Malaysia Airlines no leste da
Ucrânia. Segundo as potências ocidentais, um míssil Buk teria derrubado
este avião.
No entanto, a palavra "Buk" pode ser a abreviação russa de "notebook", e
Sotkin poderia ter passado o dia trabalhando em seu computador, e não
em um míssil.
Para impressionar as garotas
Outros soldados russos publicaram no mês passado na rede social russa Vkontakte fotos de suas atividades sem geolocalização, afirmando que haviam disparado contra posições ucranianas, o que confirma as alegações de Washington e Kiev.
Outros soldados russos publicaram no mês passado na rede social russa Vkontakte fotos de suas atividades sem geolocalização, afirmando que haviam disparado contra posições ucranianas, o que confirma as alegações de Washington e Kiev.
"Disparamos durante toda a noite contra a Ucrânia", escreveu no dia 23
de julho o soldado Vadim Grigoriev, sob uma foto que mostrava meia dúzia
de morteiros. Depois publicou outra foto de dois canhões em um campo de
trigo.
"Estas fotos foram tiradas há muito tempo. Provavelmente hackearam
minha página do Vkontakte", declarou Grigoriev no dia seguinte ao canal
Rossiya24. Desde então, sua conta está cancelada.
Dias antes, na mesma rede social, outro soldado, Mikhail Shugunov,
divulgou duas fotos de lança-foguetes Grad com a legenda: "Grad em
direção à Ucrânia".
Outro soldado divulgou o mapa do percurso de sua unidade em direção à fronteira entre Rússia e Ucrânia.
"Estes soldados dizem qualquer coisa, que estão na Ucrânia, por
exemplo, apenas para se gabar para suas namoradas", declarou à AFP o
deputado comunista Vadim Soloviev.
Soloviev, que apresentou um projeto de lei para limitar o uso da
internet por parte dos soldados russos, estima que estas publicações são
"um risco para a Rússia. Os ocidentais podem usá-las para realizar
tarefas de espionagem ou desinformação", acrescentou.
"Quando entram no exército, os soldados deveriam ter a obrigação de respeitar regras de confidencialidade", afirmou Soloviev.
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