domingo, 3 de agosto de 2014

Reajuste de preços será inevitável, diz economista


Agência Estado
Publicação: 03/08/2014 18:37 Atualização:
Se Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, vencer as eleições de outubro, o primeiro ano de governo será de reajuste de preços. A advertência foi feita pelo economista Eduardo Giannetti da Fonseca, economista de orientação ortodoxa que é um dos principais articuladores do programa de governo de Campos. Ao participar de debate com agricultores de soja e milho em seminário em Cuiabá, ele acusou o governo Dilma Rousseff de estar "segurando" preços, como o da gasolina, para evitar maior pressão inflacionária neste período que antecede as eleições.

"A inflação tecnicamente está acima da meta, porque está artificialmente controlada", criticou. Gianetti "As medidas que têm de ser tomadas de imediato é uma correção plena e imediata dos preços que ficaram defasados. Se não se fizer isso imediatamente, as expectativas de inflação futura vão ficar altas e isso realimenta a inflação", afirmou.
O economista do PSB alerta, porém, que o reajuste de preços pode não ser o único remédio adotado por Campos no primeiro ano de mandato. Segundo Gianetti, pode ser necessário mexer na política monetária, elevando a taxa básica de juros, a taxa Selic. "Acho que se fizer a coisa certa na política fiscal, não precisa ter um grande aperto de juros. Mas isso vai ter de ser visto conforme a conjuntura", considerou.
Giannetti anunciou que nos próximos dias Eduardo Campos apresentará ao mercado um programa com detalhes de suas propostas econômicas, especialmente sobre a reforma tributária. "Ela vai simplificar todo o sistema tributário brasileiro, que é complexo. Uma empresa de porte médio no Brasil, segundo o Banco Mundial, gasta em média 2,6 mil horas por ano para recolher todos os tributos. Em um país normal, a média é de 150 horas por ano", disse ao Broadcast.
O economista afirmou que o País precisa de uma "Constituição Tributária" para eliminar a taxação sobre investimentos, mas não explicou em detalhes como isso seria feito. "Vamos buscar uma situação tributária em que quem se dispõe a investir vai poder fazer isso a um custo menor. Vamos tentar caminhar o máximo possível para baratear o custo de se investir no Brasil", indicou.

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