Estreia
PUBLICADO EM 26/08/14 - 03h00
O primeiro debate na TV entre os
presidenciáveis, Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva,
às 22h de hoje, na Bandeirantes, promete deixar clara a estratégia de
campanha dos principais adversários na corrida com a entrada da
ex-senadora na disputa pelo Palácio do Planalto. A expectativa é de
clima quente e de que o primeiro a riscar o palito será Aécio, que,
segundo pesquisa Datafolha feita logo após o acidente que matou Eduardo
Campos, está atrás na corrida.
Entre os analistas políticos, a previsão é
de que Dilma fique na defensiva e se concentre em apresentar números do
seu governo. Aécio deve atacá-la lembrando o escândalo da Petrobras e o
desempenho econômico do país. Marina passará por uma prova de fogo para
demarcar suas diferenças entre os dois.
Segundo a cientista Helcimara Telles, o
calcanhar de aquiles da ex-senadora será a falta de experiência como
gestora pública. “Além da inexperiência, poderão questionar como seria a
governabilidade se eleita”, afirma.
Para Helcimara, Aécio deve atacar
principalmente Dilma. “Ele não pode ser muito agressivo com Marina
porque pode precisar dos eleitores dela no segundo turno”, afirma a
especialista em marketing político.
Na avaliação do cientista político e
professor da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Flávio Testa, a
petista e o tucano devem fazer perguntas sobre economia para Marina. “É
um ponto em que ela, teoricamente, tem mais dificuldade. Mas Marina tem
carisma, o que os outros dois não têm. O foco da Marina será Dilma. É
dela que tem que tirar voto. Dilma não poderá se alongar nas respostas.
Ela tem estopim curto e o clima vai esquentar”, diz Testa.
O presidente do PSDB em Minas, deputado
federal Marcus Pestana, acredita num clima mais morno. “Aécio está na
fase de apresentação. Ele tem que passar experiência e focar no
interesse das pessoas, que não querem saber de fofoca política. Ele é o
menos conhecido e está na fase do ‘bem-vindo’. Ninguém vai abrir o jogo
totalmente”, avalia.
O deputado federal Miguel Corrêa (PT)
concorda com as avaliações de que a petista ficará concentrada em
números e irá fugir das provocações, reforçando a imagem que a equipe de
campanha tem tentado passar de uma figura mais “humana”. “O tom será de
propostas. Alguém que tem talhada na pele as marcar da ditadura não se
deixará envolver por provocações. A presidenta está afiada nos
resultados do governo”, disse Corrêa.
O colega de Câmara Júlio Delgado (PSB) tem
uma visão diferente e acredita que Marina será bombardeada. “Marina irá
reafirmar os compromissos de Campos. Ela será como massa de pão: vão
bater e, quanto mais isso acontecer, ela vai crescer. O fermento da
Marina é bom”, provocou o socialista.
Polarização
Partidos. Aécio
deverá manter a polarização com o PT de Dilma. Já a equipe da presidente
estuda abandonar o embate com o PSDB, que poderia beneficiar Marina.
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