segunda-feira, 25 de agosto de 2014

PAMPULHA: Vendedor denuncia guardas municipais por agressão em BH

Vítima perdeu a visão do olho esquerdo após confusão com servidores


D-G
Causas. Para integrantes da equipe médica, lesões não são características de queda
PUBLICADO EM 25/08/14 - 03h00
A Polícia Civil investiga a denúncia de agressão de dois guardas municipais a um vendedor no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. As pancadas, supostamente dadas por cassetetes e chutes, teriam sido tão fortes que fizeram com que Flávio Elias Soares da Silva, 34, perdesse completamente a visão do olho esquerdo.
Segundo parentes da vítima, o caso ocorreu na madrugada da última quinta-feira, quando o vendedor tentava voltar para casa, no bairro Heliópolis, na região Norte da capital. Quando estava na avenida Portugal, ele parou uma viatura da Guarda Municipal para pedir informações. “Ele voltava para a casa e quando chegou na Estação Pampulha teve a notícia de que não tinha mais ônibus para o bairro. O que ele queria, quando parou a viatura, era uma simples ajuda e saiu de lá espancado covardemente”, contou o irmão da vítima, Gilberto Silva, que registrava ontem uma queixa sobre o caso.
A ocorrência registrada pelos guardas dá uma outra versão. Nele, os servidores relatam que o vendedor teria reagido à prisão após ser considerado suspeito de um assalto na região. Fato que é contestado pela família do homem.
“Quando meu irmão ouviu deles que era suspeito de crime, exaltou-se. Nisso, ele foi atingido por uma descarga da Taser (arma de choque) por duas vezes. O Flávio conseguiu puxar o fio do armamento e derrubou o guarda, que, revoltado, começou a agredi-lo”, disse o irmão da vítima.
Apesar da denúncia de agressão, o registro feito pelos guardas municipais diz que o vendedor machucou o olho ao cair na quina do passeio da avenida. No entanto, a hipótese de queda foi descartada por integrantes da equipe do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII que atendeu o rapaz. “Claramente esses ferimentos foram provocados por agressões. Uma queda não causaria danos tão grandes assim”, afirmou um dos profissionais.
Investigação. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia de Venda Nova. Durante a semana, os envolvidos na história devem ser ouvidos.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a Corregedoria da Guarda Municipal “está à disposição da suposta vítima e de seus familiares caso queiram registrar uma representação contra os guardas envolvidos”.

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