Oriente Médio
Os extremistas sunitas ameaçam matar quem não sair da cidade ou não se converter ao islamismo. Papa manifestou preocupação com a situação
Soldado das forças curdas Peshmerga faz patrulha na província de Nineveh, no Iraque - Reuters
Militantes do grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e
do Levante (EIIL) ampliaram as conquistas no norte do Iraque nesta
quinta-feira, tomando mais cidades e fortalecendo sua posição próxima à
região curda, em uma ofensiva que tem preocupado o governo de Bagdá e
potências regionais. O avanço forçou milhares de residentes da maior
cidade cristã do Iraque, Qaraqosh, a fugirem, temendo estarem sujeitos
às demandas dos jihadistas feitas em outras áreas tomadas: ir embora,
converter-se ao islã ou ser executado.
O EIIL, que é considerado ainda mais extremista do que a Al Qaeda, vê
a maioria xiita do Iraque, e minorias como cristãos e yazidis, como
infiéis. O grupo militante disse em comunicado em sua conta no Twitter
que os combatentes haviam tomado quinze cidades, uma estratégica represa
no rio Tigre e uma base militar, em uma ofensiva começada no fim de
semana e que se prolongaria até a “vitória final”. Autoridades curdas,
no entanto, disseram que suas forças ainda controlam a represa de água
potável.
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Os militantes sunitas impuseram uma humilhante derrota às forças
curdas no avanço do fim de semana, levando dezenas de milhares de
pessoas da antiga comunidade yazidi a fugir da cidade de Sinjar em
direção à montanha próxima. Algumas das dezenas de milhares de pessoas
cercadas por combatentes do EIIL na montanha de Sinjar foram resgatadas
nas últimas 24 horas, disse um porta-voz da agência da ONU para
coordenação de assuntos humanitários, acrescentando que cerca de 200.000
pessoas haviam fugido dos combates. “Esta é uma tragédia de proporções
imensas, que tem impacto nas vidas de centenas de milhares de pessoas”,
disse o porta-voz David Swanson.
Muitas das pessoas desabrigadas necessitavam urgentemente de água,
alimento, abrigo e remédio, disse ele. Um porta-voz da agência da ONU
para a defesa das crianças disse que muitas delas na montanha estavam
sofrendo de desidratação e pelo menos quarenta haviam morrido. Os
yazidis, vistos pelos jihadistas como “adoradores do demônio”, correm o
risco de serem executados pelos militantes sunitas que querem
estabelecer um império islâmico e redesenhar o mapa do Oriente Médio.
Os militantes extremistas, que declararam um califado em áreas do
Iraque e da Síria, entraram em confronto com forças curdas na
quarta-feira na cidade de Makhmur, perto de Erbil, a capital da região
autônoma curda. Testemunhas dizem que os militantes tomaram Makhmur, mas
autoridades curdas disseram à mídia local que suas forças permaneceram
no controle. O EIIL representa a maior ameaça para a integridade do
Iraque desde a queda de Saddam Hussein em 2003. Seus combatentes e
aliados sunitas também controlam uma grande parte do oeste do Iraque.
Preocupação do papa – O papa Francisco expressou sua
preocupação com a violência no norte do Iraque e pediu à comunidade
internacional que garanta a proteção da população e ajude os deslocados.
O Vaticano informou que o papa está "preocupado com as dramáticas
notícias que chegam do norte do Iraque, onde os mais afetados são as
comunidades cristãs que devem abandonar seus povoados por causa da
violência destes dias na região”.
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/jihadistas-tomam-a-maior-cidade-crista-do-iraque
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