quinta-feira, 21 de agosto de 2014

'Inimigo dos comunistas' aposta em 'raio privatizador' e vídeos engraçados

CAMPANHA INUSITADA

Paulo Batista, do PRP de São Paulo, está fazendo sucesso nas redes sociais por utilizar de vídeos engraçadas como divulgação

20/08/14 - 15h41 - O Tempo
Frase de efeito, jingle, músicas animadas, piadas, apresentações. Vale tudo para chamar a atenção do eleitor na época das eleições, mas um candidato a deputado federal pelo PRP-SP acabou se tornando sensação nas redes sociais por conta de seus vídeos de divulgação. Nas inserções, publicadas normalmente em sua página oficial no Facebook e em um canal no Youtube, o empresário Paulo Batista, de 34 anos, aparece como 'Superman' e transforma, através de seu 'raio privatizador', um protesto em alunos formados.

A brincadeira já rendeu mais de 2 mil compartilhamentos no Facebook e fez com que a página de Paulo atingisse a marca de 5 mil curtidas. Apesar do alto número de acessos e grande divulgação, as produções da campanha foram alvos de críticas por parte de muitos eleitores e internautas. Um usuário chegou a comentar na página do candidato: "Tu realmente és um cara que eu rezo bastante que esteja bem longe de qualquer órgão e cargo público".
Paulo Batista se declara como o 'inimigo número 1' de socialistas e comunistas, apostando inclusive em peças e montagens gráficas para 'tirar sarro' de militantes. Em seu jingle, o empresário chega a entoar a frase 'magoe um socialista, vote no Batista'.
O Blog Olho Neles entrou em contato com o candidato para saber mais sobre as produções 'cinematográficas' e o discurso do candidato. Confira:
Blog Olho Neles: Seus vídeos estão fazendo um enorme sucesso nas redes sociais. Isso faz o seu nome ser divulgado e conhecido, claro, mas também pode causar uma reação contrária. Você teme que sua candidatura passe a ser conhecida apenas por 'tirar sarro'?
Paulo Batista: De forma alguma. Apesar de utilizar o humor, minha campanha é pautada em propostas sérias, bem estudadas e estruturadas, que espelham os ideais e anseios liberais, como forma de promover uma sociedade livre e reduzir o intervencionismo estatal. Dentre outras, minhas principais propostas são: Privatização das Universidades Estaduais; Privatização de todas as linhas do Metro; Abolição do ICMS sobre medicamentos; Extinção da Lei de Substituição Tributária; Abolição do ICMS sobre materiais de construção civil; Fim do Bolsa Crack do PT e da Cracolândia. O cenário político atual é lamentável, podemos notar o afastamento da população quanto a temas políticos, estando a classe em descrédito devido a corrupção e abusos. Busco apresentar soluções reais por meio de humor inteligente, de cunho ideológico.
BON: Você considera o PRP como o partido mais 'à direita' no Brasil? No sentido de defender o liberalismo econômico e liberdades individuais
PB: Apesar de pequeno, o PRP é o Partido atual com disposições estatutárias que mais se aproximam do modelo liberal. Notadamente não é um partido ligados aos nefastos pilares comunistas e outorga a liberdade necessária para a divulgação e aplicação das propostas defendidas.
BON: Apesar do estatuto do partido, o PRP decidiu apoiar a candidatura de Eduardo Campos ao Planalto. Qual sua opinião sobre o ex-governador de Pernambuco?
PB: O Eduardo Campos empenhou um governo populista, em que conseguiu grande aceitação popular. Apesar de não conhecê-lo pessoalmente respeito sua figura e memória, todavia discordo do modelo de governo implantado em Pernambuco, assim como não comungo dos ideais defesos tanto pelo PSB, quanto por Campos. O PRP, por questões diversas, coligou-se com o PSB em chapa majoritária para as eleições presidenciais, fato que considero realmente estranho. Estou longe de ser um entusiasta do modelo Socialista, bem como do governo praticado pelo PSB, o qual, como exposto, é altamente paternal e intervencionista, sufocando o mercado e a liberdade econômica do indivíduo, fato que historicamente destrói a indústria e mina condições reais de crescimento.
BON: Em um vídeo, você ironiza o uso de drogas por militantes. Isso não vai 'contra' ao pensamento liberal, que defende a liberdade individual até mesmo para o uso de substâncias? O próprio Ron Paul, famoso libertário americano, defende a legalização.
PB: Acredito que não. Justamente pelo pensamento liberal entendi ser plausível o vídeo veiculado. O intuito do vídeo não teve qualquer relação com o uso de drogas, mas sim no que se refere as aberrantes e intermináveis greves praticadas no setor público. Sabemos que assim como a cerveja, indivíduos que fazem uso de maconha o fazem para relaxar, fato inclusive defeso pelos adeptos, deste modo, a utilização do cigarro de maconha se deu justamente para traduzir que ao invés de trabalhar o indivíduo estaria relaxando, em greve. Não se trata, de modo algum, de uma proposta antidrogas.

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