A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a presidente da Petrobrás, Graça Foster, que poderá ser incluída na...
Marcos Arcoverde/Estadão
"Dilma ao lado de Graça Foster e do Ministro de Minas e Energia Edison Lobão"
A
presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a presidente da Petrobrás,
Graça Foster, que poderá ser incluída na lista de dirigentes e
ex-dirigentes da estatal responsabilizados pelo Tribunal de Contas da
União por prejuízo causado pela compra da refinaria de Pasadena (EUA).
Dilma disse achar "um absurdo" a possibilidade de Graça ter bens
bloqueados pela corte.
Se isso ocorrer, Graça corre o risco de perder o cargo, pois a avaliação no Planalto é que sua situação ficará insustentável.
Ontem,
em Iturama (MG), Dilma afirmou que suspeita de interesses obscuros no
processo do TCU. "Acredito que tem por trás dele (do processo) outros
interesses", disse durante visita a obras da Ferrovia Norte Sul, no
Triângulo Mineiro. "Acho que é um absurdo colocar as diretorias da
Petrobrás submetidas a esse tipo de procedimento." Questionada sobre
quem estaria por trás do processo, afirmou: "Não são aqueles que estão
fundamentados na melhoria da gestão pública".
'Absurdo'. Ao falar
sobre a atuação do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no caso,
Dilma afirmou que ele estava "reprovando, por absurdo, que uma pessoa
íntegra, correta, competente e capaz não pode ser submetida a esse tipo
de julgamento". Na quarta-feira, Adams foi ao TCU e disse não ver
necessidade de se tornar indisponíveis os bens de Graça e de outros
indicados no processo. Ao jornal O Globo, ele afirmou que o bloqueio
poderá inviabilizar a permanência dela no cargo.
O ministro
relator do caso no TCU, José Jorge, já se manifestou pela inclusão de
Graça e do ex-diretor Jorge Zelada na lista dos responsabilizados pela
corte. Relatório sobre a compra de Pasadena apontou 11 dirigentes e
ex-dirigentes entre possíveis responsáveis por prejuízo de US$ 792,3
milhões à empresa.
A situação de Graça foi tratada em reunião de
Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteontem, em São
Paulo. O diagnóstico foi que o TCU virará um "tribunal de exceção" se
tornar os bens da presidente da estatal indisponíveis.
"Não se pode condenar uma pessoa sem ouvi-la", disse o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.
A
Petrobrás enviou ontem comunicado ao mercado informando que seu
conselho de administração "refuta, por inverídicas, quaisquer
especulações sobre a saída da presidente Maria das Graças Silva Foster".
/ VERA ROSA, LUANA PAVANI e CHICO SIQUEIRA, ESPECIAL PARA O ESTADO
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