Economia
Direito do consumidor
Fiscalização do Ministério da Agricultura apurou a presença de álcool etílico em duas cooperativas gaúchas
Leite adulterado: depois do formol, fiscalização encontra álcool em leite
(Thinkstock/VEJA)
Uma ação de inspeção do Ministério da Agricultura detectou a
presença de álcool etílico no leite de duas cooperativas gaúchas:
a Santa Clara e Petrópolis. A fiscalização foi feita no dia 24 de junho
na Santa Clara e de 15 a 20 de julho na Petrópolis. O álcool é usado na
tentativa de ocultar a adição de água, que dá maior volume ao leite.
Segundo o Ministério, as quantidades encontradas não representam riscos
para a saúde dos consumidores.
As duas cooperativas negam que tenha ocorrido qualquer irregularidade
nas fases de recepção, processamento e distribuição do leite e
sustentam que isso está comprovado por testes de controle de qualidade
que fazem. Mesmo assim, a Petrópolis acatou determinação do Ministério
da Agricultura e recolheu os lotes de leite UHT integral L02/2 e L2-3
embalados em 26 de junho, com prazo de validade até 26 de outubro, e de
requeijão light L2 fabricado em 30 de junho com validade até 30 de
setembro. Além de retirar os lotes do varejo, a cooperativa orientou
consumidores que tenham unidades dos produtos em casa a telefonar para
seu serviço de atendimento, anunciado que enviará funcionários ao
endereço informado para efetuar a troca por leite e requeijão de outros
lotes.
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No caso do leite pasteurizado da Santa Clara, ainda não está
informado se o volume colocado sob suspeita pelo Ministério da
Agricultura foi descartado ou enviado ao mercado. Neste caso, não
haveria como fazer recall porque o produto dura poucos dias e já teria
sido consumido. A cooperativa reiterou, por nota, que submete toda a
matéria-prima que recebe a análises, tanto nos postos de captação quanto
na indústria. Como não tem registros de presença de álcool etílico no
leite, anunciou que pedirá esclarecimentos ao Ministério da Agricultura.
No final da tarde desta terça-feira, o Ministério Público do Rio
Grande do Sul convocou as cooperativas a prestarem esclarecimentos na
sexta-feira sobre a contaminação de lotes de leite por álcool etílico. O
objetivo do MP é investigar se a adulteração foi feita por entregadores
ou nas unidades das próprias cooperativas, e se foi acidental ou
proposital. Caso tenha sido intencional, o MP afirmou que vai investigar
toda a cadeia, do produtor à entrega para o varejo.
Operação — O Ministério Público gaúcho desencadeou em maio a Operação Leite Compensado,
com o cumprimento de nove mandados de prisão e treze de busca e
apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina, após apurar a
contaminação do leite fabricado por cooperativas gaúchas. A ação
constatou que uma das formas de fraude identificadas é a da adição de
uma substância semelhante à ureia, e que tem formol em sua composição,
na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros
de leite. A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de
produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal. A simples
adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda
nutricional, que é compensada pela adição da ureia - produto que contém
formol em sua composição - e é considerado cancerígeno pela Agência
Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de
Saúde (OMS).
(Com Estadão Conteúdo)Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/depois-do-formol-alcool-e-encontrado-em-lotes-de-leite-no-rs
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