05/08/2014 10:02 - Atualizado em 05/08/2014 10:02
Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado por
matar a modelo Eliza Samudio, irá a novo júri popular. Dessa vez, ele
responde pelo assassinado de dois jovens. O crime, conforme o Ministério
Público Estadual (MPE), ocorreu em maio de 2008, no centro de
treinamento do Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, em
Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além de Bola, a juíza Cirlaine Maria Guimarães decidiu que os também
ex-policiais Anderson Marques Alves, Gilson Costa e Wanderlim de Souza
também irão sentar no banco dos réus. Os quatro respondem por homicídio -
por motivo fútil, com usos de meio cruel e de recurso que
impossibilitou a defesa das vítimas e para ocultar outro crime -, e
pelos crimes de tortura, sequestro e cárcere privado, ocultação de
cadáver e peculato.
A denúncia do MPE aponta que os ex-policiais abordaram as duas vítimas,
que estavam em um veículo próximo ao sítio de treinamento da Polícia
Civil. Os quatro constataram que as vítimas tinham antecedentes
criminais e suspeitaram que iriam roubar cargas. Com isso, as colocaram
em uma viatura e as levaram para o centro de treinamento, onde foram
interrogadas, despidas, algemadas e torturadas. Em seguida, as vítimas
foram asfixiadas e esquartejadas.
O veículo em que estavam os jovens também foi levado. Posteriormente, a
placa do carro foi retirada e colocada em outro veículo.
Corregedoria
O desaparecimento das vítimas foi registrado por familiares em maio de
2008. Um ano depois desse registro, uma denúncia anônima chegou à
Corregedoria-Geral de Polícia Civil afirmando que os quatro acusados
tiveram participação no crime. Segundo o Ministério Público, o caso foi
apurado pela Corregedoria.
Em sua decisão, do fim de julho deste ano, a juíza concedeu a Anderson,
Gilson e Wanderlim o direito de recorrer em liberdade. Já Bola
continuará preso. Para a magistrada, os diversos apontamentos em suas
certidões de antecedentes criminais revelam o risco que sua liberdade
poderá acarretar à ordem pública e à aplicação da lei penal. Essa
decisão está sujeita a recurso, e não há ainda data prevista para a
realização do julgamento.
Caso Eliza
Pelo envolvimento no homicídio duplamente qualificado de Eliza Samudio,
amante do goleiro Bruno Fernandes, Bola foi condenado, em abril de
2013, a 22 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário