quinta-feira, 10 de julho de 2014

Vexame da Seleção não deve ter impacto nas eleições de outubro

10/07/2014 07:05 - Atualizado em 10/07/2014 07:05

Gledson Leão


Willians Queiroz/Estadão Conteúdo
Alckmin participa, em São Paulo, de desfile em homenagem aos heróis da revolução de 1932

Vexame da seleção não deve ter impacto nas eleições de outubro A humilhante derrota do Brasil para a Alemanha, que a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que não imaginava nem “em seu pior pesadelo”, não deve ter impacto nas eleições presidenciais de outubro. Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que é candidato à reeleição, a população não mistura futebol e eleições. Lembrou que, em 2002, quando o Brasil ganhou o pentacampeonato na Copa, o PSDB não se manteve no governo federal.
E assim aconteceu antes e depois. Em 1994, quando a Seleção Brasileira chegou ao tetra, Fernando Henrique, que era o candidato de Itamar Franco, foi eleito em função do Plano Real, e não da Copa. Em 1998, quando o Brasil perdeu a final para a França, FHC foi reeleito.
Em 2006, a eliminação do Brasil pela França não impediu que Lula se reelegesse. Da mesma forma em 2010, quando fomos eliminados pela Holanda e mesmo assim Lula fez de Dilma sua sucessora.
“(A derrota da Seleção Brasileira) Não tem nada a ver com eleição. Claro que está todo mundo triste, mas o povo sabe separar muito bem a questão eleitoral da questão futebolística. Há um momento de tristeza, mas a eleição é só daqui três meses”, pondera Alckmin.
Candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro também acredita que o jogo, em si, não deve interferir na intenção de voto dos eleitores.
Da mesma forma, o vexame em campo deverá terá um impacto insignificante nas perspectivas econômicas do país, onde as eleições presidenciais serão muito mais importantes que o torneio de futebol, concordam vários analistas. “As perspectivas (de crescimento) já eram muito fracas para este ano. Isto não vai mudar muito”, prevê Mauro Toldo, especialista em América Latina do banco alemão Dekabank.
Fiasco deve ficar fora da conta do Planalto
A ressaca do futebol não deve influenciar a vida política do país nem ter impacto nas urnas. Essa é a opinião de especialistas e políticos ouvidos pelo Hoje em Dia.
Para a cientista política e professora da UFMG Helcimara Telles, o vexame não deve cair na conta do governo federal.
“O resultado da Copa, no geral, foi muito positivo. Todo mundo esperava que tivéssemos um fiasco nas ruas, com insegurança, problemas de mobilidade etc., e o que vimos foi o contrário”, disse a professora.
O cientista político Malco Camargo também acredita que os resultados em campo não devem ser explorados politicamente nem pela oposição nem pela situação.
“Isso seria se expor. Mais importante que o desempenho da seleção é a capacidade de organizar a competição”, argumenta.
“Perder a Copa não é um fato político”, avalia o deputado federal petista Reginaldo Lopes. Segundo ele, essa relação só é feita pela “elite brasileira que vota no PSDB”.
Também para o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB), a eliminação do Brasil na Copa é um resultado que se restringe ao campo. Contudo, o deputado afirma que a oposição não deixará de falar sobre “o excesso de gastos nas obras e a falta de planejamento para a realização do Mundial”.
(Com Aline Louise e Patrícia Scofield)

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