quinta-feira, 10 de julho de 2014

'The Wall Street Journal' diz que, apesar da derrota por 7 a 1, 'o Brasil vai ficar bem'

Quarta-feira, 09/07/2014, às 17:58, por G1



O repórter do 'The Wall Street Journal' Matthew Futterman foi na contramão do tom catastrófico da maioria da imprensa internacional após a derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 a 1 e publicou nesta quarta-feira (9) texto em que sentencia: 'O Brasil vai ficar bem'.
"Adivinhe o que aconteceu no Brasil hoje? O sol apareceu. As pessoas foram trabalhar. Dirigiram táxis, abriram suas lojas (...). Os assistentes sociais enfrentaram os problemas de pobreza neste país de cerca de 200 milhões de habitantes. A vida continuou", escreveu o jornalista, que está no país há um mês cobrindo o Mundial.
Ele destaca que, mesmo os brasileiros amando seu futebol "mais que qualquer país ama qualquer outro esporte", não se deve acreditar que a derrota histórica deixará uma cicatriz nacional. "Não compre a narrativa de que esta derrota vai deixar alguma cicatriz indelével em um país tão desesperadamente tentando prosperar em uma série de áreas que não têm nada a ver com o futebol", diz.
Após elogiar a diversidade do país e os brasileiros que conheceu durante a cobertura, o repórter finaliza: "Em outras palavras, o Brasil é muito mais do que uma camisa 'canarinho' e uma obsessão com o futebol".
Contraponto
O texto de Futterman vem acompanhado de um contraponto assinado pela brasileira Patricia Kowsmann, correspondente do WSJ em Portugal, e que foca no mito do futebol brasileiro (Leia os textos na íntegra, em inglês)
"Como brasileira, posso ver algo que Matthew simplesmente não pode ver como estrangeiro", inicia, para em seguida destacar que o futebol é parte 'intrínseca' da identidade do Brasil. "Não consigo pensar em nenhum outro país tão universalmente associado a um único esporte. E isso tem um peso. E é pesado."
"Após ganhar cinco Copas do Mundo e produzir talentos como Pelé, as pessoas passaram a associar o futebol ao Brasil (...) Para um brasileiro, perder aquele jogo foi como perder sua carteira de identidade, sem saber se conseguirá recuperá-la", prossegue a jornalista.
Ela diz que a Copa é provavelmente o único evento em que os brasileiros orgulhosamente levantam a bandeira do país, e que o futebol é um "raro objeto de orgulho coletivo". "Ou era (...). Os brasileiros têm seguido em frente com suas vidas, mas certamente sentindo um vazio por dentro."

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