21/07/2014
às 15:53
Temei, Supremo!
Está em
alta o nome de José Eduardo Cardozo, hoje ministro da Justiça, para a
vaga aberta no Supremo com a saída iminente do ministro Joaquim Barbosa —
na verdade, essa pode ser a consequência mais nefasta de sua
aposentadoria precoce.
Dilma tem
uma certa gratidão por ele. Durante a campanha, havia três assessores
próximos que ela apelidou, carinhosamente, de seus “Três Porquinhos”. Um
dos “Porquinhos” era justamente Cardozo. Os outros dois eram Antonio
Palocci e José Eduardo Dutra. O ex-ministro está hoje na iniciativa
privada e segue como um dos homens mais próximos de Lula. Dutra é
diretor Corporativo da Petrobras. Cardozo está no Ministério da Justiça,
mas Dilma não esconde dos mais íntimos que o considera incompetente.
Então alimenta a ideia de lhe arrumar um emprego no Supremo. Imaginem…
Ele teria 15 anos para ficar no tribunal!
Durante um
tempo, Cardozo confundiu algumas cabecinhas. Chegou a anunciar que se
afastaria da política, desiludido com a falta de idealismo e coisa e
tal. Mas logo recobrou a vontade. No Ministério da Justiça, comporta-se
como militante petista. Como militante petista, pretende posar de
ministro da Justiça. A sua omissão na área de segurança pública tem sido
escandalosa.
Já escrevi
aqui e lembro outra vez. No próximo mandato presidencial, serão
nomeados cinco ministros: no ano que vem, o substituto de Celso de Mello
(caso ele não se aposente antes); em 2016, o de Marco Aurélio, e, em
2018, os de Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber. Com toda a
serenidade, observo que uma eventual vitória da oposição pode ser vital
também para o Poder Judiciário manter a sua independência em relação ao
Poder Executivo. A corte suprema de um país não pode ser a seção de um
partido ou uma extensão de um grupo ideológico, a exemplo do que
acontece hoje em protoditaduras como a Venezuela, a Bolívia, o Equador
ou a Nicarágua.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/temei-supremo-cresce-a-possibilidade-de-dilma-indicar-cardozo-para-a-vaga-de-barbosa/
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