sábado, 19 de julho de 2014

Segurança: Para Cardozo, integração de polícias deve continuar depois da Copa

18/07/2014 19h51 - Atualizado em 18/07/2014 20h13

'Deve servir de modelo', diz ministro da Justiça sobre segurança na Copa

José Eduardo Cardozo se reuniu com secretários de segurança na Bahia.
No encontro desta sexta(18), eles discutiram o modelo usado no Mundial.

Do G1 BA
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve em Salvador nesta sexta-feira (18) para uma reunião com secretários e representantes da segurança pública de 12 estados que tiveram cidades-sedes na Copa do Mundo 2014.
Na ocasião, eles discutiram e analisaram o esquema de segurança utilizado no país durante o Mundial. A avaliação de forma global, segundo o Ministro, foi positiva. Segundo ele, o trabalho integrado entre as forças militares federais, estaduais e municipais deve continuar nos Centros de Comando de Controle Integrado de cada cidade-sede e no Distrito Federal.
"O plano de segurança foi muito bem executado. Não é à toa que os turistas dizem que foi ótimo ou bom o padrão de segurança. Isso só mostra que quando nós superamos divergências corporativas podemos fazer uma integração e um excelente trabalho de segurança pública", disse.
Cardoso afirmou que "seria injusto se dissesse que uma das cidades-sede teve melhor desempenho que as outras". Para o Ministro, a segurança pública no Brasil durante a Copa funcionou bem e deve servir de modelo para a atuação no país.
"Esse é o desafio que nós temos agora. Aproveitar isso como legado que a Copa nos deixa. Fazer com que todas as forças policiais do Brasil, que as Forças Armadas, tenham o mesmo planejamento, uma mesma execução, criando uma política de segurança pública que seja de estado, não seja de governo. Na Copa do Mundo nós rompemos uma cultura de 'isolacionismo', uma cultura onde cada força policial cumpre o seu papel, age ao seu modo. Nós conseguimos [na Copa] juntar tudo", afirmou.
O Ministro disse ainda que no período do Mundial não foi registrada nenhuma ocorrência relevante e que o funcionamento do plano de segurança até superou expectativas. O mesmo modelo de segurança, de acordo com Cardoso, será usado no país durante as Olimpíadas de 2016, com as devidas adaptações, por se tratar de um evento esportivo de natureza diferente do Mundial de futebol.

Normatização
Para que o plano de segurança feito para a Copa continue em uso, com a integração das forças policiais e militares, o Ministro informou que será criada uma comissão com os secretários das 12 cidades-sede, que discutirão a normatização dos Centros de Comando de Controle Integrado (CCI) e as atividades que serão desenvolvidas. Cada centro deverá ter uma normatização que será oficializada através de decretos ou portarias.
"Sugerimos [na reunião] que todos [os centros] tenham uma normatização para disciplinar o seu funcionamento e para todos agirem de maneira uniforme. Alguns centros já têm normas", informou.
Fronteiras
O Ministro José Eduardo Cardozo disse ainda que os Centros de Comando de Controle Integrado vão atuar nas fronteiras estaduais e também internacionais para combater, principalmente, crimes como o narcotráfico, tráfico de armas e pessoas. "Criamos um projeto piloto no nordeste dessa ação de controle de divisas", destaca.
Maurício Barbosa em coletiva
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Maurício Barbosa em Salvador (Foto: Lílian Marques/ G1)Bahia
O secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, esteve na reunião com o ministro e falou sobre a avaliação feita no estado durante o Mundial. Ele também ressaltou que não houve nenhuma grave ocorrência, nem em dias de jogos na Arena Fonte Nova, nem na Fifa Fan Fest, realizada no Farol da Barra.
"A avaliação foi muito positiva. Temos a certeza de que o que foi feito ficará e vai ser aprimorado para outros eventos e até para a nossa situação cotidiana. Essa oportunidade de trabalhar com as forças integradas é que vai fazer o diferencial daqui pra frente. Que essa integração seja utilizada no dia-a-dia nas atividades de segurança pública, evitando que as instituições desperdicem suas energias e suas forças não atuando no foco do problema", disse.
Segundo Barbosa, o Centro de Controle de Comando Integrado da Bahia tem sede provisória, por enquanto, e o prédio permanente está em construção, ao lado da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no Centro Administrativo da Bahia. O secretário destacou que a cooperação entre as forças policiais e instituições judiciárias é importante para que o trabalho de integração tenha o sucesso desejado.
"A polícia é ator principal desse papel, mas precisamos também do trabalho cooperado com o poder judiciário, Ministério Público e o sistema prisional, que terão assento no nosso centro integrado, seja nas ações realacionadas à Lei Maria da Penha, nos indultos relacionados à progressão de pena. Tudo isso tem uma incidência grande na diminuição da criminalidade. Isso é um aprimoramento do que nós já fazemos no carnaval e [a Copa] foi a oportunidade de trabalhar com protocolos internacionais", afirmou.
Na Bahia, segundo a Secretaria da Segurança, cerca de 10 mil integrantes de forças policias trabalharam no período da Copa do Mundo. Não foram registradas mortes relacionadas ao evento. No total, conforme divulgado pela SSP, foram 570 procedimentos policiais. As principais ocorrências foram de furtos, que somaram 220 casos. Em seguida estão os roubos (68).
As ocorrências contra turistas tiveram uma representação de cerca de 3%, segundo Barbosa, sendo as principais também furtos e roubos. Em dias de jogos sediados em Salvador, foram apreendidos 263 ingressos para as partidas, a maioria, "vendida por turistas estrangeiros a preços diferenciados", nas proximidades da Fonte Nova.

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