sábado, 26 de julho de 2014

Estádios construídos para a Copa do Mundo fazem de tudo para sair do ostracismo

26/07/2014 11:35 - Atualizado em 26/07/2014 11:35

Guyanne Araújo - Hoje em Dia



Divulgação
 estádio Mané Garrincha
O estádio Mané Garrincha receberá neste sábado uma cerimônia de casamento coletiva com 100 casais
Quando as luzes do estádio Mané Garrincha, em Brasília, se acenderem no fim da tarde de neste sábado (26), às 17h, aquele frio na barriga comum antes das grandes decisões vai tomar conta dos perfilados no gramado para a foto oficial. Mas os personagens não estarão de chuteiras. O estádio que sediou sete jogos da Copa do Mundo será responsável por outro tipo de emoção, com o casamento coletivo de 100 casais.
A troca de alianças ocorrerá no salão Hospitality do estádio mais caro da Copa, ao custo de R$ 1,9 bilhão. Lá, a estrutura montada terá tudo a que um casamento tem direito, com altar, flores e tapete vermelho, com a presença de familiares e convidados dos noivos.
“Com mais esse evento, a arena brasiliense cumpre seu papel social e comprova o potencial multiuso para todo tipo de evento”, afirma o secretário Extraordinário da Copa na capital federal, Claudio Monteiro. Os casais fazem parte do projeto Alma Gêmea, realizado pela iniciativa privada e promovida pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus).
O evento inusitado para um estádio de futebol é só um exemplo das agendas de algumas das 12 arenas das cidades-sede construídas ou reformadas para a Copa do Mundo.
Sem equipes nas principais divisões do futebol brasileiro, estádios que custaram muito dinheiro terão de se reinventar para não se transformarem em “elefantes brancos” agora que o Mundial já é parte da história.
Jogo mesmo no Mané Garrincha só em previsão, pois a Coordenadoria de Comunicação para a Copa ainda não teve a confirmação dos clubes. Há apostas também em aluguéis para eventos corporativo e institucionais. 
Outros estádios, como a Arena Amazônia, que permanece administrada pela Fundação Vila Olímpica (FVO) do Governo do Amazonas, até conta com uma digna programação, mas de shows musicais, além de eventos do estilo Gospel. Apenas uma partida foi confirmada até agora para o segundo semestre, no 16 de setembro, entre Oeste-SP e Vasco, pela Série B do Brasileiro. 
“Criei uma equipe para encontrar clubes da Série A interessados em jogar em Manaus. Encheríamos o estádio, porque todos gostam muito de futebol aqui”, diz o presidente da FVO, Aly Almeida.
Bola oval
A solução que desponta em Cuiabá é de torcer o nariz no resto do país. Além de recebe jogos das equipes locais, a Arena Pantanal pode se tornar uma casa do futebol americano, que tem bom apelo entre os moradores da cidade.
A realização de shows musicais e eventos fora da esfera esportiva também faz parte dos planos futuros, assim como nos outros candidatos a “elefante branco”. Tudo o que for possível para salvar empreendimentos que custaram muito dinheiro, boa parte vindo dos cofres públicos.
MINI ENTREVISTA
Maurício Guimarães 
Secretário da Copa de Cuiabá
Como está o planejamento para a utilização da Arena Pantanal?
Montamos uma comissão para preparar o edital de licitação para a concessão da arena. A concepção multiuso mostra que a arena não irá apenas sediar jogos de futebol, até mesmo para poder gerar mais recursos. Mas vale ressaltar que certamente será indutora do futebol local. Os times do Mato Grosso que mandarem seus jogos na arena terão incentivos. 
Quais equipes estão mandando jogos no local?
Todos os times locais que participarem de torneios nacionais este ano irão jogar na arena. O Operário de Várzea Grande vai jogar pela primeira vez em 3 de agosto, com o Tombense, pela Série D. Nesse dia será feita a primeira rodada dupla com times locais, com o jogo entre Cuiabá x Fortaleza. Outras três rodadas duplas já estão acertadas.
Qual será a utilização fora do futebol? 
Outras modalidades esportivas podem utilizar a arena, como o futebol americano. O Arsenal, time do Cuiabá, é referência nacional e já visitou a arena para conhecê-la.
Como é o trabalho para o local não ficar ocioso?
Além das várias ações que planejamos, como shows musicais e os eventos citados, o entorno já foi abraçado pela sociedade cuiabana. Pessoas fazem caminhadas, corridas, grupos utilizam a área para andar de bicicleta e praticar diversos esportes. Ainda faz parte do planejamento “tour” nas dependências do estádio, como o gramado e os vestiários. A arena já é ponto turístico de Cuiabá.
A palavra “ociosidade” não passa pela nossa cabeça. O coração da América do Sul ganhou mais um motivo para bater cada vez mais forte.

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