Sucessão
Para o Planalto, derrota humilhante da seleção na Copa pode aumentar pessimismo da população
Visibilidade. Dilma concedeu entrevista à jornalista norte-americana Christiane Amanpour, da CNN
PUBLICADO EM 10/07/14 - 03h00
O vexame histórico da seleção brasileira em campo na Copa acendeu um
sinal de alerta no governo Dilma Rousseff. O Planalto teme que o mau
humor decorrente da derrota para a Alemanha contamine expectativas já
não muito favoráveis na economia e tenha reflexos na campanha eleitoral.
Em entrevista para a rede de TV norte-americana CNN nessa quarta, Dilma
disse que “nem em seu pior pesadelo” imaginava o resultado de 7x1.
Economistas, empresários e representantes de entidades do comércio e da
indústria não arriscam “chutar” quanto a eliminação da seleção pode
impactar negativamente na economia. Mas todos são unânimes em dizer que
“o cartão amarelo”, sinal de alerta para o crescimento do país, já foi
mostrado em campo –e há meses– ao Brasil.
“A saída do torneio pode causar certo desânimo no curto prazo. Como o
consumo depende dessa expectativa de como será o futuro, o consumidor
deve adiar, de forma pontual, a decisão de comprar itens, principalmente
de maior valor”, afirma Fabio Pina, economista da Fecomercio-SP,
federação que reúne o comércio paulista.
Se a saída do Brasil da Copa do Mundo pode ter um impacto negativo na
confiança e no otimismo dos consumidores, por outro lado pode afetar
positivamente o setor produtivo, que volta ao ritmo de produção normal,
segundo avaliação do economista e professor da PUC-Rio, José Marcio
Camargo.
“A Copa tirou o foco nos problemas econômicos e políticos. O governo
ficou um mês em estado de graça e isso criou um clima de otimismo”,
disse o cientista político da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), Fernando Antônio Farias de Azevedo, lembrando a leve
recuperação de Dilma na última pesquisa Datafolha.
No entanto, em sua avaliação, para o bem ou para o mal, tratava-se de
um “efeito passageiro”. Ele lembra da memória das últimas cinco
eleições, que provaria não haver “qualquer conexão” entre o resultado do
Brasil na Copa e o das urnas.
Para o cientista político Roberto Romano, da Unicamp, os problemas como
a crise econômica e o retorno dos índices de inflação independem do
resultado da Copa. E estes, sim, podem interferir no debate eleitoral
deste ano.
Estratégia
Receio. A eliminação do Brasil na Copa, em casa, reacendeu no governo federal o receio da volta dos protestos de rua.
Tática. Após a derrota, o Planalto assumiu rapidamente o discurso do governo como organizador do evento, para tentar se descolar da campanha do time de Felipão.
Ajuda. Outro caminho é deixar para o PT a tarefa de rebater a oposição nas críticas contra a Copa.
Final. Apesar da derrota, Dilma vai estar no Maracanã para entregar a taça ao campeão da Copa.
Receio. A eliminação do Brasil na Copa, em casa, reacendeu no governo federal o receio da volta dos protestos de rua.
Tática. Após a derrota, o Planalto assumiu rapidamente o discurso do governo como organizador do evento, para tentar se descolar da campanha do time de Felipão.
Ajuda. Outro caminho é deixar para o PT a tarefa de rebater a oposição nas críticas contra a Copa.
Final. Apesar da derrota, Dilma vai estar no Maracanã para entregar a taça ao campeão da Copa.
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