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Por Reinaldo Azevedo
21/07/2014
às 7:31
Ainda
repercute nas redes sociais aquela frase realmente oportuna da
presidente Dilma Rousseff, segundo quem o seu “governo era padrão
Felipão”, lembram-se? Ela pode não ser muito boa nessa coisa de governo —
a cada dia, vamos ser sinceros, ela se revela pior. Mas não podemos lhe
negar os dons premonitórios. Dilma também vai encerrar o mandato com o
seu 7 a 1: 7% de inflação contra 1% de crescimento! “Ah, você arredondou
para cima: a inflação; talvez fique um pouquinho menor!”. Pois é. Muito
provavelmente, eu arredondei pra cima também o crescimento…
É claro
que não sou besta de tomar o que se diz aqui e ali hoje como antecipação
das urnas. Mas não é possível que eu esteja vivendo numa bolha. Hoje em
dia, ando bastante por aí, falo com muita gente, ouço o que se diz na
rua… Há uma óbvia, quase palpável, sensação de saco cheio no ar. Se essa
tendência muda ou não com a campanha eleitoral, aí, meus caros, não
posso prever. Que o encanto se quebrou, disso não se duvide!
Sob
pressão, o PT tem cometido mais erros táticos — e até estratégicos — do
que o habitual. Até agora, fico cá a me perguntar que espírito asnal
soprou aos ouvidos dos petistas que deveriam atribuir à “elite branca
paulista” o descontentamento com a presidente Dilma. Se, até outro dia,
essa criminalização dos adversários — e da “classe média”, que Marilena
Chaui odeia — parecia funcionar, convenham, hoje, ela roda no vazio. E
chega a soar ridícula.
Não sei se
os “companheiros” ainda vão se encontrar. Hoje, é fato, eles estão
bastante perdidos e se dividem sobre as escolhas. Há quem queira, como
Franklin Martins, fiel a uma tradição, a guerra sangrenta, o confronto, a
luta feroz entre “Nós” (eles) e “Eles” (nós). Há quem já tenha
percebido que essa é uma gesta que ficou no passado. Até o furor
fascistoide precisa acenar com alguns amanhãs sorridentes, por mais
fantasiosos que sejam. Quais são os do PT? Lula acha que vai, por
exemplo, produzir algum efeito eleitoral significativo em São Paulo
desferindo grosserias, como fez, contra o governador Geraldo Alckmin
(PSDB)? A economia da resposta, diga-se, só tornou o ataque ainda mais
grotesco.
Sim, os
petistas, Lula, Dilma e a turma toda contavam com um título da Copa para
aniquilar os adversários, varrê-los do mapa eleitoral, quem sabe…
Convenham: essa gente nunca fez profissão de fé na capacidade de
discernimento da população; sempre a considerou moldável, manipulável,
bronca… A vitória não veio. Mas tenho pra mim que, ainda que tivesse
vindo, o efeito eleitoral seria desprezível, marginal.
Afinal, a
rejeição crescente a Dilma nada tem a ver com os 7 a 1 contra a
Alemanha. Tem a ver com os 7% a 1% contra o nosso futuro.
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