24/03/2014
às 21:29 \ América Latina
O
maior inimigo do Brasil e do continente nas últimas décadas precisa ser
identificado pelos homens de bem deste país, de modo que reúno abaixo o
mínimo que você precisa saber a respeito para se informar e educar os
amigos, compartilhando este link nas redes sociais.
Fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro — por ideia de Lula, segundo
ele mesmo declarou (o que nunca é de todo confiável) em maio de 2011
[ver Vídeo 5] —, o “Foro de São Paulo é a
mais vasta organização política que já existiu na América Latina e, sem
dúvida, uma das maiores do mundo. Dele participam todos os governantes
esquerdistas do continente. Mas não é uma organização de esquerda como
outra qualquer. Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e
várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos
sequestros, como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa
articulação estratégica comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se
viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão
persistente, tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime”, como escreveu em 2007 o filósofo Olavo de Carvalho, autor do best seller idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.
Por quase duas décadas, os jornais e supostos oposicionistas
brasileiros esconderam do grande público a existência do Foro de São
Paulo, descoberto pelo advogado paulista José Carlos Graça Wagner, que o
denunciou publicamente em 1º de setembro de 1997, e não faltou quem
rotulasse seus denunciadores como “teóricos da conspiração”. De uns anos
para cá, quando o Foro já tinha feito e desfeito governos em toda a
América Latina, elegendo presidentes dos países do continente cerca de
15 membros da organização, seu nome começou a aparecer aqui e ali em
reportagens, como se o Foro fosse apenas uma entidade como outra
qualquer.
I.
VÍDEO 1 – 2012 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A HUGO CHÁVEZ
“Em 1990, quando criamos o Foro de São
Paulo, nenhum de nós imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos
onde chegamos. Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba.
Hoje, governamos um grande número de países
e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm uma
influência crescente na vida política e social. Os governos
progressistas estão mudando a face da América Latina. (…) Em tudo que
fizemos até agora, que foi muito, o Foro e os partidos do Foro tiveram
um grande papel que poderá ser ainda mais importante se soubermos manter
a nossa principal característica: a unidade na diversidade. (…) Sob a
liderança de Chávez, o povo venezuelano teve conquistas extraordinárias,
as classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e
dignidade. (…) Tua vitória será a nossa vitória.”
II.
VÍDEO 2 – 2008 – HUGO CHÁVEZ CONFESSA: LULA E FARC JUNTOS NO FORO DE 1995
Hugo Chávez confessa ter conhecido o presidente Lula e um dos então
comandantes das Farc Raúl Reyes — cuja eliminação pelo Exército
colombiano no nordeste do Equador ele lamenta e furiosamente critica —
na reunião do Foro de São Paulo de 1995, em San Salvador, capital de El
Salvador, na América Central:
“Recebi o convite para assistir, em 1995, ao Foro de São Paulo, que se instalou naquele ano em San Salvador. (…) Naquela ocasião conheci Lula, entre outros. E chegou alguém ao meu posto na reunião,
a uma mesa de trabalho onde estávamos em grupo conversando, e lembro
que colocou sua mão aqui [no ombro esquerdo] e disse: ‘Cara, quero
conversar com você.’ E eu lhe disse: ‘Quem é você?’ ‘Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.’
Nós nos reunimos nesta noite, em algum bairro humilde lá de El
Salvador. (…) E então se abriu um canal de comunicação e ele veio aqui
(…) e conversamos horas e horas. Depois, em uma terceira e última
ocasião, passou por aqui também.”
III.
A PARCERIA ENTRE FARC E PT, SEGUNDO O COMANDANTE RAÚL REYES
Em entrevista à Folha de S. Paulo de 27 de agosto de 2003, Raúl Reyes dera, entre outras, as seguintes declarações:
“Folha — O sr. conheceu Lula?
Reyes — Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha — Houve uma conversa?
Reyes — Sim, ficamos
encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em
locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se
tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
Folha — Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?
Reyes — Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.
Folha — Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes — As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais…
Folha — O senhor pode nomear as mais importantes?
Reyes — Bem, o PT, e,
claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os
sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes,
historiadores, jornalistas…
Folha — Quais intelectuais?
Reyes — [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.”
IV.
A MENTIRA DE VALTER POMAR SOBRE FARC E FORO
Em 18 de agosto de 2010, saiu no Estadão Online:
“O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT),
negou hoje (18) qualquer vínculo desse grupo de partidos da esquerda e
da centro-esquerda latino-americanas, criado em 1990, com as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). ‘As Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo’, disse Pomar, em entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da organização.
A Agência Estado insistiu na indagação
sobre se nem em 1990, ano da criação do grupo pelo PT, na capital
paulista, houve a participação no Foro de algum partido político ligado
às Farc. ‘Eu estava lá. Não participou nem como um setor de
partido’, afirmou. Segundo ele, todos os representantes da Colômbia que
participam das reuniões do Foro pertencem a organizações e partidos
legais. O secretário executivo do Foro disse que esse assunto
voltou à tona por causa da declaração do candidato a vice-presidente na
chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), sobre a ligação entre
PT e Farc.”
Olavo de Carvalho escreveu na ocasião:
“Quer dizer então, ó figura, que o Raúl
Reyes mentiu ao dizer que presidira a uma assembleia do Foro ao lado de
Lula? Quer dizer que o Hugo Chávez estava delirando ao dizer que
conhecera Raúl Reyes e Lula numa reunião do Foro? Quer dizer que o
expediente da revista América Libre é todo falsificado? Quer dizer que
as atas do Foro foram inventadas por mim, que ainda tive o requinte de
escrevê-las em espanhol? Ora, vá lamber sabão.”
V.
DISCURSO DE LULA DE 2 DE JULHO DE 2005 – 15 ANOS DE FORO
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo,
este discurso é, segundo Olavo de Carvalho, “a confissão explícita de
uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais
grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo
atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment
como também a prisão do seu autor”:
“Em função da existência do Foro de São
Paulo, o companheiro Marco Aurélio [Garcia] tem exercido uma função
extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em
1990… Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso
companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para
encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus, aconteceu na
Venezuela. E só foi possível graças a uma ação política de
companheiros. Não era uma ação política de um estado com outro estado,
ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o
Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a
essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências
políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo
que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela.
Foi assim que nós pudemos atuar junto a
outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos
partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a
relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política.”
Olavo de Carvalho escreveu na ocasião:
“(…) O sr. presidente confessa, em suma,
que submeteu o país a decisões tomadas por estrangeiros, reunidos em
assembleias de uma entidade cujas ações o povo brasileiro não devia
conhecer nem muito menos entender.
Não poderia ser mais patente a
humilhação ativa da soberania nacional, principalmente quando se sabe
que entre as entidades participantes dessas reuniões decisórias constam
organizações como o MIR chileno, sequestrador de brasileiros, e as Farc,
narcoguerrilha colombiana, responsável, segundo seu parceiro
Fernandinho Beira-Mar, pela injeção de duzentas toneladas anuais de
cocaína no mercado nacional. (…)”
VI.
VÍDEO 3 – LULA MENTE PARA BORIS CASOY DURANTE CAMPANHA DE 2002
Em entrevista ao Jornal da Record, durante a campanha eleitoral de 2002,
Lula mente descaradamente ao negar a existência de uma aliança entre
ele, Hugo Chávez e Fidel Castro.
VII.
PT/FARC/FORO – SEQUÊNCIA DE FATOS
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo “O perigo
sou eu”, no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em
“Relendo notícias”, de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta
sequência de fatos:
“· Abril de 2001: O
traficante Fernandinho-Beira Mar confessa que compra e injeta no mercado
brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das Farc em troca
de armas contrabandeadas do Líbano.
· 7 de dezembro de 2001:
O Foro de São Paulo, coordenação do movimento comunista
latino-americano, sob a presidência do sr. Luís Inácio Lula da Silva,
lança um manifesto de apoio incondicional às Farc, no qual classifica
como ‘terrorismo de Estado’ as ações militares do governo colombiano
contra essa organização.
· 17 de outubro de 2002:
O PT, através do assessor para assuntos internacionais da campanha
eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma em nota oficial que o partido
nada tem a ver com as Farc e que o Foro de São Paulo é apenas ‘um foro
de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional’.
· 1º de março de 2003: O
governo petista estende oficialmente seu manto de proteção sobre as
Farc, recusando-se a classificá-las como organização terrorista conforme
solicitava o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
· 24 de agosto de 2003:
O comandante das Farc, Raul Reyes, informa que o principal contato da
narcoguerrilha no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir
Sader.
· 15 de março de 2005:
Estoura o escândalo dos cinco milhões de dólares das Farc que um agente
dessa organização, o falso padre Olivério Medina, afirma ter trazido
para a campanha eleitoral do sr. Luís Inácio Lula da Silva. O assunto é
investigado superficialmente e logo desaparece do noticiário.
· 2 de julho de 2005:
Discursando no 15º. Aniversário do Foro de São Paulo, o sr. Luís Inácio
Lula da Silva entra em contradição com a nota de 17 de outubro de 2002,
confessando que o Foro é uma entidade secreta, ‘construída para que
pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem
qualquer interferência política’, que essa entidade interferiu
ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo, ele próprio
tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros
líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião
pública.
· 9 de abril de 2006: O
chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa
ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando
Vermelho — entre eles pelo menos um da Favela do Jacarezinho e outro do
Morro da Mangueira — vão periodicamente à fronteira do Brasil com a
Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os bandidos são alvo de
investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço que já foi
exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
· 12 de maio de 2006: O
PCC em São Paulo lança ataques que espalham o terror entre a população.
Em 27 de dezembro é a vez do Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de
Janeiro.
· 18 de julho de 2006: O
Supremo Tribunal Federal, sob a pressão de um vasto movimento político
orquestrado pelo PT, concede asilo político ao falso padre Olivério
Medina, agente das Farc.
· 16 de maio de 2007: O
juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc
atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando
Vermelho em técnicas de guerrilha urbana.
· 12 de fevereiro de 2007:
As Farc fazem os maiores elogios ao PT por ter salvo da extinção o
movimento comunista latino-americano por meio da fundação do Foro de São
Paulo.
· Agosto de 2007: Nos
vídeos preparatórios ao seu 3º. Congresso, o PT admite que seu objetivo é
eliminar o capitalismo e implantar no Brasil um regime socialista; e
fornece ainda um segundo desmentido à nota de Giancarlo Summa, ao
confessar que o Foro de São Paulo é ‘um espaço de articulação
estratégica’ (sic).
· 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das Farc.
Entre esses fatos ocorreram outros
inumeráveis cuja data não recordo precisamente no momento, entre os
quais o fornecimento maciço de armas às Farc pelo governo Hugo Chávez,
uma campanha nacional de mídia para desmoralizar o analista estratégico
americano Constantine Menges que divulgava a existência de um eixo
Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre guerrilheiros das Farc e
soldados do Exército brasileiro na Amazônia, as denúncias de que as Farc
davam treinamento em guerrilha urbana aos militantes do MST e, é claro,
várias assembléias gerais e reuniões de grupos de trabalho do Foro de
São Paulo.
A existência de uma ligação profunda,
constante e solidária entre o PT e as Farc é um fato tão bem comprovado,
que quem quer que insista em negá-la só pode ser parte interessada na
manutenção do segredo ou então um mentecapto incurável. (…)”
VIII.
VÍDEO 4 – 14ª REUNIÃO DO FORO – MONTEVIDÉU, 2008
Reportagem da Veja.com sobre o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em
Montevidéu, em 2008, com as participações dos petistas José Eduardo
Martins Cardozo, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, Valter Pomar e
Nilmário Miranda; e a repetição de todos os chavões socialistas e gritos
revolucionários.
IX.
VÍDEO 5 – DISCURSO DE LULA DE 2011 – 17ª REUNIÃO DO FORO
Trechos do discurso de Lula, em que ele lembra de quando teve a ideia
do Foro e do dia em que conheceu Fidel Castro, admite que Chávez tentou
um golpe na Venezuela, e mostra como os participantes da entidade foram
conquistando o poder em toda a América Latina, país por país (além, é
claro, de soltar todas as suas bravatas eleitoreiras):
“(…) Querido companheiro Daniel Ortega,
presidente da Nicarágua, e sua companheira Rosario [Murillo]; querido
companheiro [Ricardo] Alarcón [de Quesada], representando aqui o
extraordinário povo cubano; querido companheiro [Nicolás] Maduro,
chanceler da Venezuela, queridos companheiros latino-americanos e
convidados para essa 17ª reunião do Foro de São Paulo.
Eu tenho sempre a preocupação, querido
[José Manuel] Zelaya, de participar desses Foros e falar em português.
[Trecho inaudível...] não entende nada do que ‘yo hablo’. [Risos.] Eu
tenho um tradutor que é um cubano naturalizado brasileiro. Se precisar o
tradutor pode traduzir para que todo mundo entenda o que estou
“hablando”. Se entende… Bom, se não entender, eu não tenho culpa.
Eu queria dizer a todos vocês que eu tô
emocionado porque faz muito tempo que eu não participo de uma reunião do
Foro de São Paulo. Parece que a última foi no Bar Latino em São Paulo
em 2005, mas muito de passagem. E eu lembro quando tivemos a ideia de construir o Foro de São Paulo. Em 1985, eu fiz uma entrevista para um jornal brasileiro,
e eu dizia que não era possível um metalúrgico chegar à presidência
pelo voto e disputando democraticamente uma eleição. Quatro anos depois,
eu fui à primeira disputa presidencial, fui para a segunda volta
[turno], e terminei as eleições com 47% dos votos. O PT saiu muito
fortalecido daquela eleição. Os partidos de esquerda que estão aqui,
brasileiros — não sei se estão todos, mas o PCdoB, o PSB, não sei se
estão… o PDT — que estiveram juntos comigo, todos nós saímos muito
fortalecidos.
E aí então veio a ideia,
conversando com os companheiros cubanos num primeiro momento, de
fazermos uma reunião da esquerda latino-americana. E fizemos em São
Paulo, no Hotel Danúbio que já não existe mais, em junho de 1990, a
nossa primeira reunião. Havia, meu querido Maduro, tantos
partidos de esquerda na América Latina e tantas divergências, que só da
Argentina compareceram 13 partidos políticos, e a única coisa que
unificava os argentinos eram os gols de Maradona na Copa do Mundo de
1990. [Risos. Aplausos.] Havia um processo de desconfiança muito grande
entre toda a esquerda latino-americana. Nós não tínhamos ainda aprendido
uma lição básica que iria permitir que a esquerda chegasse ao poder.
Nós temos um brilhante educador brasileiro, que já morreu, um dos mais
importantes, que muitos latino-americanos conhecem, Paulo Freire, e ele dizia: ‘Juntar os diferentes para derrotar os antagônicos.’
E nós fomos aprendendo a conviver entre
nós, e fomos construindo uma relação democrática difícil, complicada,
muitas vezes era necessário muita paciência. Eu lembro que uma
vez na reunião do Foro de São Paulo em El Salvador, nós não deixamos o
Chávez participar, porque Chávez tinha tentado o golpe na Venezuela
e nós não deixamos ele participar. Era muito difícil. Havia um processo
de desconfiança entre nós muito grande. E de coração eu quero dizer pra
vocês que uma das forças políticas que mais contribuiu para que nós
chegássemos a construir o que nós construímos foram os companheiros do
partido comunista cubano, que sempre tiveram paciência e experiência de
nos ajudar. Não posso desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio
Garcia, que hoje está no governo, não está aqui, mas que participou de
quase todas as reuniões do Foro de São Paulo.
Eu fico imaginando que algumas pessoas
não estão mais aqui entre nós. E eu queria saudar aqueles que não estão
aqui entre nós, homenageando o companheiro Schafik [Handal], da Frente
Farabundo Martí, que não está entre nós. [Aplausos.] Nós estamos um
pouco mais velhos. Quando começou o Foro, eu não tinha nenhum cabelo
branco. Tomaz Borges tinha todo o cabelo na cabeça. [Risos] Daniel
Ortega era cabeludo. [Risos] Ou seja: nós estamos cansados, mais
do que quando começamos o Foro. Mas o caminho que nós percorremos não
pode perder a importância das nossas conquistas. Nós estamos falando de 21 anos. Vinte e um anos é o tempo de maturidade de um jovem ou de uma jovem. E
nesses 21 anos, olhemos a fotografia da America Latina de 1990 e
olhemos a fotografia da America Latina de 2011, e nós vamos perceber que
um verdadeiro furacão de democracia passou pelo nosso continente. Um
verdadeiro furacão.
Eu fico olhando a América do Sul. Quando
cheguei à presidência em 2002, só tinha o Chávez. Mesmo assim, tinha
sofrido um golpe. Depois, veio [Nestor] Kirchner. Depois de Kirchner,
veio eleições no Paraguai. Depois, no Uruguai, com Tabaré [Ramón Vázquez
Rosas]. Depois veio no Equador. E nós fomos fazendo uma mudança
extraordinária que culminou com a eleição do companheiro Evo Morales na
Bolívia. [Aplausos.] É a demonstração mais viva dessa evolução política
da esquerda latino-americana. [Aplausos.]
Porque esses meninos, e eu digo meninos porque tive o prazer de participar no dia 19 de julho de 1980 do primeiro aniversário da Frente Sandinista quando o orador principal foi Tomás Borges, o dia em que eu conheci Fidel Castro
e fomos comer uma lagosta na casa não sei de quem, e eu lembro
perfeitamente bem que, depois de chegar ao poder por uma revolução, no
momento certo a Frente Sandinista não teve medo e convocou eleições
democráticas. Perdeu. Daniel é o único ser humano do planeta que perdeu
mais eleições do que eu. Eu perdi três eleições. Daniel perdeu quatro
eleições. [Risos.] Quatro eleições. Entretanto, por nenhum momento, por
mais acusado que esse companheiro fosse, ele deixou de acreditar que o
caminho da democracia que a Frente Sandinista tinha optado era o melhor
para a Nicarágua. E agora está o companheiro de volta para a presidência
da República pela via do voto direto. Eu, como vocês estão percebendo,
tenho muita dificuldade de fazer qualquer discurso de oposição depois de
oito anos de governo. (…)”
X.
VÍDEO 6 – JOSÉ DIRCEU FALA DO FORO NO PROGRAMA “PROVOCAÇÕES”
Como escreveu Olavo de Carvalho no facebook:
“Há anos aviso que no Foro de São Paulo o
mais importante não são as assembleias, mas as conversações discretas,
ou reservadas, onde o destino de vários países é decidido pelas costas
da população. Exemplo:”
ANTÔNIO ABUJAMRA: Anos atrás, você podia prever uma América Latina assim: Fidel, Chávez, Morales, Bachelet, Correa… Quem mais? TODOS de esquerda na América do Sul! Você podia prever que isso ia acontecer?
JOSÉ DIRCEU: Prever,
não. Mas nós já lutávamos por isso e já trabalhávamos por isso.
Inclusive porque nós criamos o Foro de São Paulo, que lutava pra isso;
depois criamos ainda o Grupo de Marbella, porque é o nome da cidade do
hotel onde nós ficamos no Chile, que se reuniu, TODOS foram presi… Todos depois foram eleitos presidentes da República. Todos foram. TODOS.
O Ciro Gomes, que participava, e o [mexicano] Cuauhtémoc Cárdenas ainda
não foram. Mas o [Vicente] Fox foi [no México]. O [Ricardo] Lagos foi
[no Chile]. Tabaré Vazquez foi [no Uruguai]. [Cita outro, inaudível.] O
Lula foi. Então você vê que não é o Chávez, o Evo Morales…
ANTÔNIO ABUJAMRA [interrompendo]: Tabaré, Kirchner… Se essa turma se unir, o que é meio difícil, o que é que acontece com a América Latina?
JOSÉ DIRCEU: Não, a
condição para a América Latina avançar é a união desses presidentes
desses países. Por isso que a informação de que o Banco do Sul está
avançando… e a consolidação do Mercosul, e a integração energética, o
gasoduto, e mesmo a zona de livre-comércio entre os nossos países… Não
há nada mais importante pra nós que a integração da América Latina.
Hoje, o NAFTA, a União Europeia e o Pacto Asiático: 70% do comércio é
intrabloco. Só 30[%] é exportado para fora do bloco. Aqui na América
Latina ou do Sul, ainda é 20 ou 25%. Então nós temos muito para
integrar.
XI.
VÍDEO 7 – DISCURSOS DE LULA E DILMA SOBRE FORO E REVOLUÇÃO
Vídeo Retirado do Youtube
LULA: “O que Cuba tem
mais do que nós? O povo cubano tem mais dignidade que a maioria dos
povos da América Latina. (…) E foi assim que nós conseguimos construir o
Foro de São Paulo e pela primeira vez a gente conseguiu juntar todos os
partidos de esquerda da América Latina. Não pensem que é fácil! Tem
aqui companheiros que partcipam…”
DILMA: “Eu me sinto
muito feliz de estar na tenda da revolução cubana, dos 50 anos da
revolução cubana, que foi um acontecimento histórico na América Latina e
teve uma influência profunda na minha geração. Então eu considero este
momento especial.”
XII.
VÍDEO 8 – DISCURSO DE LULA DE 2013 – LULA EXPLICA A ESTRATÉGIA DO FORO DE SÃO PAULO PARA CHEGAR AO PODER
“Em 1990, ou melhor, em 1980, a esquerda
latino-americana não acreditava que fosse possível chegar ao poder pela
via da disputa democrática e sobretudo pela via eleitoral. (…) E a
história se encarregou de provar que a democracia exercida a partir da
participação de massas pode ser a melhor fonte para que a esquerda
chegue ao poder em qualquer país do mundo. Vamos ver a experiência do
companheiro Chávez (…). É importante lembrar que uma grande parte da
elite da Venezuela não admite a chegada de Chávez ao poder (…), como não
aceitam o Lula no Brasil e a Dilma no Brasil… E nós chegamos e eu
quero, companheiro da direção do Foro de São Paulo, debitar parte da
chegada da esquerda ao poder da América Latina pela existência dessa cosita chamada Foro de São Paulo. Foi aqui e devemos muito aos companheiros cubanos, devemos muito aos companheiros cubanos, porque, ao contrário do que muita gente conservadora pensa, os
companheiros cubanos sempre, sempre nos ensinaram que o exercício da
tolerância entre nós, a convivência pacífica na adversidade entre nós, a
convivência entre os vários setores de esquerda era a única
possibilidade que permitia que nós tivéssemos avanço aqui nesse
continente. E isso aconteceu e pode acontecer muito mais,
porque agora nós temos a obrigação de não permitir que haja nenhum
retrocesso nas conquistas que nós obtivemos até agora. Nenhum
retrocesso!”
A propósito: os “companheiros cubanos”, segundo
Lula, sempre ensinaram o “exercício da tolerância” e da “convivência
pacífica” entre os vários setores DA ESQUERDA, é claro. Porque, na Cuba
de Fidel e Raúl Castro, a “tolerância” e o “pacifismo” com os opositores
políticos sempre foram exercidos com prisões e fuzilamentos mesmo.
XIII.
CINCO CRIMES DO FORO DE SÃO PAULO
8 de agosto de 2013 às 10:16
Por Olavo de Carvalho
1) Deu abrigo e
proteção política a organizações terroristas e a quadrilhas de
narcotraficantes e seqüestradores que nesse ínterim espalharam o vício, o
sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil o
país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina.
2) Ao associar
entidades criminosas a partidos legais na busca de vantagens comuns,
transformou estes últimos em parceiros do crime, institucionalizando a
ilegalidade como rotina normal da vida política em dezenas de nações.
3) Burlou todas as
constituições dos seus países-membros, convidando cada um de seus
governantes a interferir despudoradamente na política interna das nações
vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem “sem que ninguém o
percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de prestar
satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados.
4) Ocultou sua
existência e a natureza das suas atividades durante dezesseis anos,
enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde cima o destino de
nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou explicação,
rebaixando assim toda a política continental à condição de uma
negociação secreta entre grupos interessados e transformando a
democracia numa fachada enganosa.
5) Gastou dinheiro a
rodo em viagens e hospedagens para muitos milhares de pessoas, durante
vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao povo brasileiro, seja
aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do financiamento nem os
critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto das despesas foi
pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos vários
governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes.
Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de
contas, um simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a
transparência de um muro de chumbo.
XIV.
EX-EMBAIXADOR AMERICANO SOBRE A NECESSIDADE DE ESPIONAR O BRASIL: “BASTA LER AS ATAS DO FORO”
Segue abaixo o texto que traduzi na ocasião. A respeito dele, Olavo de Carvalho comentou: “Como é que uma entidade que nem mesmo existe, ou que é apenas um inocente clube de debates,
pode criar uma crise diplomática de dimensões mastodônticas? TODOS os
que ocultaram ou disfarçaram durante quase duas décadas a existência do
Foro de São Paulo são culpados de que ISTO esteja acontecendo agora.”
POR QUE NÓS ESPIONAMOS O BRASIL
Tradução de Felipe Moura Brasil da coluna de Carlos Alberto Montaner, publicada no Miami Herald de 25 de setembro de 2013.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua visita ao
presidente Obama. Ela se sentiu ofendida porque os Estados Unidos
estavam espionando seu e-mail. Não se faz isso com um país amigo. A
informação, provavelmente confiável, foi fornecida por Edward Snowden de
seu refúgio em Moscou.
Intrigado, perguntei a um ex-embaixador dos EUA: “Por que eles fizeram isso?” Sua explicação foi duramente franca:
“Do ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é
exatamente amigável. Por definição e historicamente, o Brasil é um país
amigo que ficou do nosso lado durante a II Guerra Mundial e a da Coreia,
mas seu governo atual não está.”
O embaixador e eu somos velhos amigos. “Posso revelar seu nome?”,
perguntei. “Não”, respondeu ele. “Isso criaria um problema enorme para
mim. Mas você pode transcrever nossa conversa.” É o que farei aqui.
“Tudo que você tem de fazer é ler as atas do Foro de São
Paulo e observar a conduta do governo brasileiro”, disse ele. “Os amigos
de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do Partido dos
Trabalhadores são os inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista,
primeiro com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro; a Cuba de Raúl
Castro; o Irã; a Bolívia de Evo Morales; a Líbia dos tempos de Kadafi; a
Síria de Bashar Assad.
“Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as
linhas políticas da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do
Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. A família ideológica
com que mais se parece é a dos BRICS, com os quais tenta conciliar sua
política externa. [Os BRICS são Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul.]
“A imensa nação sul-americana não tem nem manifesta a menor
vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente
violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva muitas
vezes leva investidores à ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O
dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do superporto
de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US$ 1 bilhão.
A influência cubana no Brasil é velada, mas muito intensa.
José Dirceu, ex-chefe de gabinete e ministro mais influente de Lula da
Silva, havia sido um agente dos serviços de inteligência cubanos.
No exílio em Cuba, ele tivera o rosto cirurgicamente alterado. Ele
retornou ao Brasil com uma nova identidade (Carlos Henrique Gouveia de
Mello, um comerciante judeu) e ficou nessa função até que a democracia
foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os
principais colaboradores da ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque
era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências
ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.
“Algo semelhante está acontecendo com o professor Marco Aurélio
Garcia, atual assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um
anti-ianque contumaz, pior até do que Dirceu, porque ele é mais
inteligente e foi mais bem treinado. Ele fará tudo o que puder para
despistar os Estados Unidos.
“Para o Itamaraty – um ministério de relações exteriores reconhecido
pela qualidade dos seus diplomatas, geralmente poliglotas e bem educados
–, a Carta Democrática assinada em Lima em 2001 é só um pedaço de papel
sem importância alguma. O governo simplesmente ignora as
fraudes eleitorais cometidas na Venezuela e na Nicarágua e é totalmente
indiferente a qualquer abuso contra a liberdade de imprensa.
“Mas isso não é tudo. Há outras duas questões que fazem os Estados
Unidos quererem ser informados em relação a tudo o que acontece no
Brasil, pois, de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos
Estados Unidos: corrupção e drogas.
“O Brasil é um país notoriamente corrupto e essas
péssimas práticas afetam as leis dos Estados Unidos de duas maneiras:
quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando
eles competem de forma desleal com empresas dos EUA, recorrendo a
subornos ou comissões ilegais.
“A questão das drogas é diferente. A produção de coca
boliviana quintuplicou desde que Evo Morales se tornou presidente, e o
distribuidor dessa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na
Europa, e os nossos aliados estão querendo informações. Essas
informações, às vezes, estão nas mãos de políticos brasileiros.”
Minhas duas perguntas finais são inevitáveis. Washington apoiará a
candidatura do Brasil a membro permanente no Conselho de Segurança da
ONU?
“Se você perguntar para mim, não”, diz ele. “Nós já temos dois
adversários permanentes: Rússia e China. Não precisamos de um terceiro.”
Para finalizar, os Estados Unidos continuarão espionando o Brasil?
“Com certeza”, ele me diz. “É nossa responsabilidade para com a sociedade americana.”
Acho que Dona Dilma deveria trocar seu e-mail com frequência.
XV.
ÁUDIO – GRAÇA SALGUEIRO EXPLICA A HISTÓRIA DO FORO
Em excelente entrevista para Bruno Garschagen sobre a ditadura chavista
assassina de Nicolás Maduro na Venezuela, no 112º Podcast Mises Brasil, a
autora do incontornável blog NotaLatina, Graça Salgueiro, faz um resumo do Foro de São Paulo, a partir dos 30 minutos, que transcrevo abaixo.
GRAÇA: Em 1990,
quando a Rússia já tinha rompido os acordos com Cuba, tinha acabado com
a proteção que oferecia a Cuba, o Fidel Castro viu que as coisas não
estavam caminhando no rumo socialista como ele imaginava, a revolução
dele poderia despencar, e também com o “fim” do comunismo na União
Soviética, a dissolução da URSS com a queda do Muro de Berlim, tudo isso
deixou o comunismo de uma certa forma meio sem chão. Então, ele já
conhecia o Lula, convidou o Lula para formar um grupo, para ter
um encontro e, em 2 de julho de 1990, eles tiveram um encontro aqui em
São Paulo, e por conta disso, por ter sido o primeiro encontro em São
Paulo, eles então passaram a denominá-lo no ano seguinte de Foro de São
Paulo. Nesse evento, eles convocaram todos os países da América do Sul e
Central que fossem de esquerda e também organizações ligadas à
esquerda. Além dessas organizações ligadas à esquerda, também tinha grupos terroristas como as Farc, o ELN [Exército de Libertação Nacional, da Colômbia], o Sendero Luminoso [de inspiração maoísta, do Peru], enfim (…). E o objetivo dele, do Fidel Castro quando resolveu criar essa organização, foi muito claro: ele disse que pretendia recriar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu. Então foi assim que foi criado o Foro de São Paulo
e, à medida que os anos foram passando, essas reuniões passaram a ser
anuais, tendo três encontros do grupo de trabalho do Foro de São Paulo
que é quem elabora realmente a pauta do que vai ser discutido no próximo
encontro e o encontro anual se dá uma vez em cada país-membro, que é
escolhido na reunião que está acontecendo… e durante todo o ano eles vão
pondo em prática aquelas atividades, aquelas coisas que foram
determinadas lá na pauta desse encontro. Saem as resoluções: tem uma
resolução geral e tem as resoluções específicas de cada país. Por
exemplo: quando vai haver eleição nos países, então ali está a pauta
dizendo: vai ter eleição no Brasil, vai ter eleição no Chile, vai ter
eleição não sei aonde, e a gente precisa apoiar o candidato X. Então
aquele candidato citado ali é o candidato do Foro de São Paulo. E foi
assim que eles conseguiram colocar no 15 presidentes-membros da
organização, do Foro de São Paulo.
BRUNO: E esse apoio se dava como, Graça?
GRAÇA: Esse apoio se dava de todas as formas que você imagina. Por exemplo,
eles defendem muito a não ingerência nos países dos outros, a
autodeterminação dos povos, não sei o quê, eles usam muito essas
expressões, mas eles não cumprem nenhuma delas. Eu não sei se você viu,
mas se alguém quiser fazer a pesquisa, vai encontrar pelo Youtube vídeo
do Lula apoiando e pedindo votos para Hugo Chávez [ver item I] e agora mais recentemente para o Nicolás Maduro [ver
item XVII]; o Chávez fazendo vídeo para pedir vota para Dilma. Fora
isso eles mandam grupos de estudos, como eles chamam, para visitar
universidades, para visitar organizações, fazem palestras, dão dinheiro,
rola dinheiro pelo meio também. Tem apoio financeiro e tem apoio logístico também.
Então eles se apoiam muito. Agora nem sempre eles ganham, por exemplo
agora em El Salvador eles perderam: vai haver um segundo turno ainda,
mas eles perderam [o 1º]. [Na verdade, eles acabaram ganhando o
segundo…] Eles perderam no Paraguai, mas ganharam no Chile: a Michele
Bachelet voltou. Então é sempre assim. E nessa história eles conseguiram
colocar nos governos, no comando das nações 15 presidentes, já houve
alternâncias, alguém já perdeu, já voltou… E foi por conta disso
que o Lula não permitia de forma alguma que no Brasil se falasse sobre o
Foro de São Paulo até que a coisa estivesse mais estabilizada, mais
solidificada, que houvesse bastantes países com presidente do Foro para
poder a coisa ficar firme. Ele mesmo disse que se a gente
estivesse… Tem um pronunciamento que ele fez [ver item V], acho que foi
no aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo [sim, foi], ele fez um
comentário que disse assim: se nós tivéssemos (mais ou menos isso, né,
não são essas palavras mesmo, né), se nós não tivéssemos escondido das
pessoas o que estávamos fazendo, o Foro de São Paulo hoje não teria um
índio presidente, um metalúrgico presidente, não teria não sei o quê,
enfim, ele confirma que foi preciso esconder da mídia, esconder do povo o
que eles tramavam ali para poder a coisa dar certo.
BRUNO: Exato. E só para
registrar aqui, para fazer justiça, o professor Olavo de Carvalho foi
quem durante anos falou sozinho no deserto sobre o Foro de São Paulo.
GRAÇA: Exatamente. E eu
comecei a estudar sobre o Foro de São Paulo através do Olavo. Foi o
primeiro contato que eu tive com o professor Olavo, em 1999, numa
conversa por telefone, ele me falou do Foro de São Paulo. E aquilo me
impressionou muito e me dediquei de corpo e alma a estudar o Foro de São
Paulo desde então, né. É dedicação exclusiva. E isso daí eu agradeço ao
Olavo realmente, porque até então ninguém falava. Claro, ele não foi o
precursor o doutor Graça Wagner quem falou para ele, mas ele era a voz
da mídia, na época ele escrevia para jornais: O Globo, a Folha, o Jornal
da Tarde, a Zero Hora, então ele era uma voz que estava na mídia e, por
conta disso, ele perdeu todos esses empregos, porque ele falava o que
não podia falar.
XVI.
VÍDEO 9 – VICE-ALMIRANTE VENEZUELANO MARIO IVÁN CARRATÚ DENUNCIA O FORO DE SÃO PAULO NA NTN24
De fora da Venezuela de Maduro em função das ameaças de morte,
Carratú dá o alerta à América Latina sobre o poder do Foro, a partir dos
2min56seg.
“Primeiro, minhas saudações fraternas desde o exterior. Temos de seguir lutando. E
aos países irmãos e cidadãos do continente: que tenham MUITA atenção
com a penetração de grupos radicais de esquerda sob a ótica do Foro de
São Paulo, que está tentando tomar o poder na maioria dos nossos países,
faltando apenas Colômbia, Peru e República do Chile. Os demais
têm, de uma ou outra maneira, este tipo de contato, este tipo de ações…
O que devo, sim, ressaltar e devo reafirmar é que a Venezuela, desde
1992, está entregue às mãos de Fidel Castro…”
XVII.
VÍDEO 10 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A MADURO
Sim: Lula, como não poderia deixar de ser, também fez campanha para
Maduro, o atual comandante da ditadura assassina da Venezuela, que no
momento da publicação deste post já contava 36 mortos durante a onda de
protestos no país. Como escrevi aqui: Ditadura no (…) dos outros é democracia. Vídeo retirado do YouTube
XVIII.
VÍDEO 11 – REINALDO AZEVEDO RELACIONA MENSALÃO E FORO DE SÃO PAULO
REINALDO AZEVEDO: O que
eles queriam era criar um Congresso paralelo. Então você tem, segundo a
divisão do coleguinha Montesquieu, você tem a divisão dos três poderes.
O que eles queriam era anular um poder. Era o Executivo se organizando,
entendo eu, numa quadrilha, para comprar uma fatia do Congresso e ter
um Congresso do B, um outro Congresso, de maneira que você torna a
democracia, o processo democrático, irrelevante. Isto faz parte de um
projeto, atenção, é grande, das esquerdas latino-americanas, que estão
organizadas no Foro de São Paulo. Isto não é paranoia. Durante muito
tempo, quem falava do Foro de São Paulo eram Olavo de Carvalho, Reinaldo
Azevedo e mais dois ou três malucos. Não. Ele existe! O Foro de São
Paulo existe! Em cada país, ele tem um projeto. Nos países onde eles
chegaram ao poder e as instituições estavam no chão, eles partiram
diretamente pro solapamento da democracia. Então é o caso em curso na
Venezuela…
RICARDO SETTI: E criaram instituições fajutas…
REINALDO AZEVEDO [concordando]: Instituições fajutas.
AUGUSTO NUNES: E você também vai aparelhando o Judiciário.
REINALDO AZEVEDO: E vai
aparelhando o Judiciário. Lá também. Então é assim que foi na
Venezuela, assim está em curso no Equador, está em curso na Bolívia, e
agora na Argentina, porque todos esses presidentes chegaram ao poder com
as instituições ao rés do chão. No Brasil, o sr. Luiz Inácio Lula da
Silva chegou ao poder com um país, a despeito de suas mazelas, de seus
problemas, com um país razoavelmente organizado institucionalmente. E,
portanto, você não pode ir solapando assim o processo democrático… O
próprio Supremo está dizendo agora pra essa gente: “Atenção que ainda
não dá pra fazer o que vocês querem.” Então aí você parte pra outro
[caminho]… Atenção: o mensalão é o bolivarianismo exercido por outros
meios. Se o bolivarianismo, nesses países da América Latina, você exerce
com milícias armadas nas ruas, com massas, com confronto, com
perseguição, com fechamento de jornais, cassação de licença de TV, sabe?
No Brasil, não dá pra fazer isso. No Brasil, eles foram por outro meio.
No Brasil, eles foram comprar o Congresso. Comprar o Congresso com
dinheiro público. Calcule a ousadia. Quer dizer… Acusam muitas vezes os
críticos do PT, eu mesmo já fui acusado disso umas quinhentas vezes:
“Você acha que o PT inventou a corrupção!” Não, eu não acho que o PT
inventou a corrupção. A corrupção é antiquíssima. A corrupção surge
junto com o processo político. Eu não estou dizendo que o PT inventou a
corrupção. O que eu sempre disse, sustento, é que o PT tentou alçar a
corrupção a categoria de pensamento. Tentou transformar a corrupção em
categoria de pensamento. ISTO é novo no processo político brasileiro.
Novo: surgido com eles. Isso é muito grave. Foi isso que eles tentaram
fazer. Corrupção aqui, acolá, sempre houve, e tem de ser exemplarmente
punida. Agora, [aquilo para] o que o Brasil está dizendo “não”, [aquilo
para] o que o STF está dizendo “não”…
RICARDO SETTI: É ao projeto de poder.
REINALDO AZEVEDO:
O projeto de poder conquistado desta maneira não pode. A Carmen Lúcia
fez um bom pronunciamento hoje lembrando que a política é a única forma
civilizada que a gente tem de governar. Agora tem de ser com ética,
porque, se não for com ética, aí então é com guerra, é com bagunça, é
com confronto.
AUGUSTO NUNES: Perfeito.
XIX.
ATAS DO FORO DE SÃO PAULO
Disponíveis no site Mídia Sem Máscara – AQUI.
SITE DO FORO DE SÃO PAULO – AQUI.
MEMBROS OFICIAIS DO FORO DE SÃO PAULO – AQUI.
FORO DE SÃO PAULO NO SITE DO PT – AQUI.
ARTIGOS DE SILVIO GRIMALDO:
- Foro de São Paulo, 23 anos depois, na Gazeta do Povo [25/08/2013]
- Os médicos do Foro de São Paulo, no Mídia Sem Máscara [12/09/2013]
MAIS SOBRE ESSES E MUITOS OUTROS ASSUNTOS…
…no nosso best seller: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.
******
Pois bem. Está de bom tamanho por hoje? Acrescentarei mais informações a qualquer momento.
Agora, em vez de sair copiando e colando por aí tudo que eu
transcrevi, organizei e expliquei aqui, compartilhe o link desta página [http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/03/24/conheca-o-foro-de-sao-paulo-o-maior-inimigo-do-brasil] e dê o crédito ao autor, ok? Vamos juntos educar os amigos sobre o maior inimigo do Brasil. Obrigado.
Felipe Moura Brasil – http://www.veja.com/felipemourabrasil
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/03/24/conheca-o-foro-de-sao-paulo-o-maior-inimigo-do-brasil/
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